Capitulo 9

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Pouco tempo se passou desde o dia da festa. Pra ser mais exato 2 semanas. Muitas coisas aconteceram naquele dia e posso dizer que todos sairam afetados com tudo. Kyoko sempre tentou nos manter forte apesar de tudo, mas não acredito que nem ela mesma estivesse bem depois da cena que todos presenciaram naquela noite. Meu estômago ainda se embrulha apenas por lembrar daquilo.

Yamaguchi se recuperava aos poucos. Ainda era difícil até mesmo manter uma conversa com ele. Eu gostaria de voltar a vê-lo sorrindo da mesma forma que sorria antigamente, mas agora, sinto como se suas poucas tentativas de se mostrar alegre sejam falsas. Sei que ele não quer que saibamos o quanto isso tudo o afetou, mas ele é péssimo em esconder como se sente, principalmente a Tsukishima. Ainda não consigo entender a relação dos dois, nunca entendi. Mas de uma coisa eu tenho certeza, Yamaguchi é a pessoa com quem Tsukishima mais se preocupada entre todos nós.

Depois que Yamaguchi foi liberado do hospital Tsukishima não fez mais nem questão de aparecer em seus treinos, acho que agora ele só sai de casa pra ir ao mercado e olhe lá. Ele fez até questão de que Yamaguchi passasse um tempo em sua casa, pelo menos até que o mesmo se recuperasse um pouco. Tsukishima consegue ser uma pessoa genuinamente boa com Yamaguchi. Gostaria que as coisas se estabilizassem novamente mas sei que isso vai exigir tempo.

    -Nem tocou na comida.- ouço Kageyama dizer me tirando de meus devaneios.- Fiz tudo com o maior carinho então coma.

    -Estava só organizando meus pensamentos. Muito obrigado pela refeição.- digo assim comendo o tamago kake gohan que Kageyama havia preparado. Ah sim, ele está me dando muito apoio depois de tudo, até aprendeu a fazer minha comida favorita.

Nossa relação é mais uma das milhares de coisas que me incomodam no momento. Seja lá o que temos me deixa confuso. Depois de tudo nenhum de nós tocou no assunto. Eu queria entender o que se passa dentro da cabeça de Kageyama. Ele terminou com a garota com quem estava e vem agindo estranho comigo desde o dia em que ficamos, quase como se estivesse pisando em cacos de vidro ao meu lado, sinto a necessidade de saber o que o faz agir assim.

    -Tenho treino até tarde hoje, não me espere acordado.- Kageyama dizia enquanto tirava a louça suja de cima da mesa.- Ah, não venho almoçar também, não se esqueça de comer algo bom no almoço.- dito assim o mesmo termina de arrumar suas coisas, calça seus tênis e vai ao treino.

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Hoje precisaria pegar um caminho diferente para voltar para casa da faculdade. Depois de minha última aula do dia acabar pego meu celular e ligo para Kageyama. Costumavamos nos ligar quando ele tinha esses treinos que duravam o dia inteiro, apenas para saber se o outro estava bem, jogar conversa fora.

    -Tenho um jogo marcado para amanhã. Gostaria de saber se não quer vir. Sabe, você nunca veio em nenhum de meus jogos...- ouço a voz tristonha de Kageyama do outro lado da linha

    -Seus jogos não tem graça sem mim. Mas te darei essa chance, vou ir a um de seus jogos finalmente, ok?

Talvez não fossem os jogos de Kageyama que não tinham graça sem mim e sim a quadra inteira. Não conseguia mais sentir o que sentia com o vôlei, sem agora poder jogar. Mas venho pensando sobre isso e alguns medos precisam ser enfrentados, certo? Digo, em algum momento precisarei tentar ao menos e talvez esse momento seja agora. Ficar empurrando isso com a barriga está se tornando desgastante. Me sinto empurrando tudo com a barriga pra falar a verdade, adiando o futuro inevitável. Com medo da bomba que está prestes a explodir, mas não tenho como parar essa bomba e não posso correr dela, estarei ali a vendo explodir sem poder fazer nada. E quando tudo isso acontecer entrarei em desespero.

    -Meu jogos não tem graça sem você? Nunca nem viu nenhum deles. Eles na verdade são muito interessantes, deixa eu te contar a jogada que eu to planejando fazer...- fico por um bom tempo ouvindo falar sobre sua jogada, me atrevo a até mesmo dar dicas do que deveria fazer. O ouvir falar com tanto amor sobre o vôlei era algo que me deixava feliz, extremamente feliz. E ele estava errado sempre assisto seus jogos gravados, com certeza não é a mesma emoção que estar na quadra, mas seus jogos são sim interessantes, nisso ele está certo.

Quando finalmente minha bateria acaba a ligação acaba junto, guardo meu celular em meu bolso. Droga, olho para os lugares em volta sem saber onde estou. Precisei pegar o caminho diferente, um caminho que não conhecia e agora estou perdido. Olho para todos os lados tentando me encontrar. Enxergo Yachi atravessando a rua vindo ao meu encontro. Talvez fosse sorte a encontrar aqui e agora.

    -Hinata! Não sabia que morava pra esses lados.

    -Não moro, nem sei o que é "esses lados" eu estou totalmente perdido.- digo ouvindo a risada fraca de Yachi.

    -Ah sim, esse é um bairro residencial por isso deduzi que morava pra cá. Onde você mora? Posso te ajudar a chegar lá. Uma amiga minha me apresentou Tokyo inteira consigo me localizar mais ou menos em qualquer lugar.

Quando digo o nome do bairro em que me moro Yachi nega com a cabeça dizendo ser muito longe daqui e me convidando para almoçar em sua casa para então ir para a minha. Acabo por aceitar devido a hora, e a ideia de não precisar fazer comida é boa demais. Tomo em minhas mãos as sacolas que a mesma carregava, precisava a fazer pelo menos um pequeno favor como forma de agradecimento. Temos uma conversa divertida até a chegada em sua casa e o preparo do almoço.

    -Continua conversando com alguém do antigo time de vôlei?- Yachi diz se sentando na cadeira a minha frente e começando a comer sua comida junto de mim.

    -Na verdade, eu moro com Kageyama.

    -Mora? Eu vi vocês dois juntos naquela festa, mas pensar que vocês moram juntos... Isso é fascinante, é fascinante que nenhum dos dois tenha cometido um homicídio contra o outro ainda.- me permito rir de sua brincadeira e sim é realmente fascinante que nossa relação ande tão bem.

    -Acho que nós dois finalmente amadurecemos, digo, faz tempo que não temos nenhuma daquelas brigas idiotas que tinhamos o tempo todo antigamente.

    -Falando em briga, eu acho que se vocês moram juntos você ja deve saber o que aconteceu entre eu ele e a namorada dele.

    -Ah, que você ficou com a namorada dele? Sei muito bem disso, e alias, o que foi aquela discussão que vocês tiveram na frente da casa da garota? Coitada dela, eu surtava se eu visse alguém fazendo um escândalo daquele na frente da minha casa.- digo em um tom de brincadeira vendo Yachi ficar inteira vermelha

    -Não fale sobre isso por favor eu fiquei morrendo de vergonha depois que parei pra pensar no que falei. Mas acho que a raiva tomou conta de mim naquela hora, eu não sei, não media minhas palavras, falava tudo que vinha a mente.

Continuamos conversando até terminarmos a refeição. Lavo a louça antes de ir em bora de sua casa. No fim trocamos números de telefone prometendo conversamos mais frequentemente. Sigo o caminho que Yachi falou não demorando muito pra chegar em casa, me fazendo pensar que talvez ela tenha mentido sobre ser muito longe de onde estávamos, talvez ela só quisesse colocar a conversa em dia e não soubesse como pedir por isso.

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Ouço a porta de entrada se abrir vendo Kageyama adentrar a casa. Estava deitado no sofá assistindo os episódios que havia acumulado de One Piece, mesmo depois de tanto tempo o anime continuava bom.

Kageyama deita ao meu lado se aconchegando em meus braços. Sinto o cheiro de sabonete vindo do mesmo, ele havia de ter tomado banho em algum lugar antes de chegar em casa.

    -Ainda tem muito mais disso ai pra você assistir?

    -Esse episódio ta quase acabando mas pretendo assistir mais outros, por quê?

    -Queria algo a mais de você, mais do que só seu abraço.- o escuto sentindo minhas bochechas corarem, não estava com vergonha, apenas surpreso, dessa vez, ele foi direto ao ponto.

    -E o que seria "mais do que só seu abraço"?- indago

boa noite amoreesss, eu demorei como sempre mas voltei blé,, eu n tenho mt oq falar desse capitulo só que o próximo promete bjssss lindinhes

My Best Part | Kagehina (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora