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Ela não lembra exatamente do momento em que descobriu que queria ser uma fotógrafa, então, sinto em decepcionar, mas nada de histórias bonitinhas e reflexão sobre isso por hoje

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Ela não lembra exatamente do momento em que descobriu que queria ser uma fotógrafa, então, sinto em decepcionar, mas nada de histórias bonitinhas e reflexão sobre isso por hoje. Mas ela lembra do momento em que disse isso em voz alta pela primeira vez, foi numa discussão com sua mãe enquanto arrumava a mala para a viagem até a Austrália.

Essa decisão de ir para a Oceania foi muito impulsiva. Ela estava cansada daquele ambiente pesado que tinha ali na casa dos Martin, Maya sempre foi de sentir o ambiente. Isso tudo causado, é claro, pela confusão entre as duas irmãs e Jack. Então, ela comprou uma passagem para a primeira localidade que tinha no site do aeroporto e, por uma ironia do destino, foi a Austrália.

Maya arrumou as malas como uma louca, dobrando e jogando tudo o que cabia ali. Sua mãe entrou furiosa no quarto rosa, perguntando o que era tudo aquilo, tentou convencer a filha a não fazer aquilo, tentou desfazer a mala, tentou de tudo. Percebeu que nada adiantaria e que tudo o que ela tinha para fazer era se despedir da filha tarde demais, apenas quando a mais nova estava no táxi. A filha mais nova estava com raiva, frustrada, triste. Lindsay pensou que o mínimo que deveria ter feito era ter sido compreensiva. Todo aquele sentimento de culpa eventualmente passou, mas voltou no minuto em que viu Maya sentada no chão de seu quarto da infância e adolescência guardando tudo para ir embora novamente e dessa vez ela estava levando tudo.

— Você pode deixar algumas coisas lá embaixo. — A mãe falou despertando a inglesa de toda a concentração que colocava em dobrar roupas.

— Não precisa. — Ela foi seca e fria, era normal e rotineiro aquele ponto. — E é a casa dela de qualquer jeito agora. — Ela continuou a arrumar as coisas.

— Eu estou dando essa casa a ela pois ela vai casar e vai construir uma família, querida. — Lindsay falou como se aquele fosse um argumento plausível. Na opinião de Maya, não era.

— Mãe, apenas... Tudo bem. Eu não quero brigar, não hoje. — Ela se concertou nas roupas de novo.

Era complicado essa confusão toda, porque quando Jack e Melanie apareceram juntos todos ficaram felizes. Ninguém pensou em como Maya ficaria com aquilo, era uma ferida grande demais para dar conta.

— Não é minha culpa. — Lindsay continuava a falar.

— Mãe, não ocupa sua cabeça com isso, deixa ela pra lá. — Ouviu a voz da irmã que estava na porta.

Os braços cruzados por causa da insegurança, seus cabelos escuros, as roupas elegantes. Maya olhou para as duas e riu, eram iguais.

— Porque você tem tanto remorso? — Continuou a cutucar. — Você ainda é apaixonada por ele? — Sua mãe buscava compreender.

— Não! Ele era meu namorado, eu fiquei junto com ele por tanto tempo e vocês não pensaram nisso. Eu vou vim para o casamento, vou sentar lá e fingir. É isso que vocês querem, não é? — Ela perguntou sem esperar uma resposta. — Então eu vou fazer. Até próxima semana. — Ela foi andando no corredor.

Muitas coisas passavam pela sua cabeça quando andava por aquele corredor, ela tinha pisado em cada um daqueles cômodos, vivido uma coisa em cada um deles. Era difícil terminar aquilo de uma vez. Ela não pretendia passar por ali mais nunca em toda a sua vida.

A enorme casa de sua infância era passado. Ela tinha que olhar para frente. Foi o que ela pensou quando fechou os olhos antes de abrir a porta e ser atrapalhada.

— Maya! — A voz suave de sua irmã preencheu os ouvidos da mais nova, que virou esperando que ela apenas deixasse isso para lá. — Eu queria conversar, podemos entrar e conversar?

— Eu não tenho nada o que conversar, Melanie. — Maya insistiu querendo fugir dali.

— Você sabe que é Mel. — Ela corrigiu e a outra negou com a cabeça.

— Eu lembro muito bem de você dizendo que Mel era apenas para os próximos, eu não sou próxima. — Aquilo doeu na irmã mais velha e aquela fala ficaria marcada nela.

— Porque não somos próximas? — Ela perguntou querendo esclarecer as coisas.

— Porque eu tive um namorado por anos e você não esperou um mês para namorar ele. — Maya respondeu simples.

— Ele... Ele traiu você, sabe? Comigo. — Ela estava se sentindo mal.

— Eu sabia. Era óbvio, Melanie. — Maya riu de si mesma, de quão patético aquilo parecia. — Sabe, no inverno ele jogava as bolas de neve em você, no verão ele dizia que você estava bonita naquele biquíni e jogava água em você quando estávamos na piscina, no outono ele jogava folhas em você e pedia desculpas a você quando batia em seu olho e na primavera ele dava flores a nós duas, mas ele daria um jardim inteiro se você pedisse. — Melanie sorriu, assim como Maya. — Foi sempre você, para ele, para mãe, para pai e então eu fui para a Austrália, não facilitei muito. — Deu de ombros e esperou que sua irmã desse o ok para ela ir.

— A Austrália foi boa? O que você faz hoje? — Maya nunca contou nada disso, o jantar no restaurante onde conheceu Christian foi a primeira vez que falou com a família depois de anos.

— Não precisa fingir que quer me conhecer. — Melanie negou com a cabeça, mostrando que ela queria mesmo saber algo. — Austrália foi incrível e eu sou fotógrafa e editora do Chelsea. — Ela deu as costas, mas logo voltou para dizer uma última coisa. — Boa sorte com o casamento. — E foi embora.

Em frente. Sempre em frente.

Oi, gente! Não é o melhor capítulo, mas era realmente necessário

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Oi, gente! Não é o melhor capítulo, mas era realmente necessário.

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Até o próximo 💙

Strangers | Christian PulisicOnde histórias criam vida. Descubra agora