Strangers | Christian Pulisic

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Aniversário é algo muito mais grandioso que apenas alguma festa ou ficar um ano mais velho, era algo para celebrar a vida, tudo o que você viveu, suas conquistas. Não é para ser tratado como um dia qualquer, ele deve ser especial do começo ao fim, com felicidade em todo momento, sem nada para atrapalhar. E era exatamente assim que Maya levava, um dia como nenhum outro. 

Sab planejou tudo com Maya e era esse o motivo de ter várias pessoas do Chelsea aglomeradas na casa de Christian Pulisic, que ofereceu a casa para ser o lugar da festa, já que a aniversariante morava em apartamento. Agora o camisa 10 estava no pequeno bar improvisado e montado em sua cozinha enquanto Mason cantava alguma música do 5 Seconds Of Summer no karaoke, que foi ideia de Maya. 

— Christian! — Ele recebeu um chamado dela e ele olhou a mulher num vestido branco brilhante acompanhada da amiga. 

— Você é a pessoa mais bonita nesse mundo inteiro. — Ele puxou ela para um beijo. Ela se sentia a pessoa mais bonita do mundo. Sabrina tinha escolhido o vestido sozinha e acertou total.

— Muito obrigada. — Ela agradeceu sorrindo, mas logo ela notou no canto desafinado e olhou para trás vendo Mason cantar enquanto gesticulava fazendo graça para os outros que estavam ali. — Você vai cantar comigo. 

— Não vou não. — Ele riu de nervoso.

— Eu estou afirmando, não é um pedido, Pulisic. — Ela falou e deixou ele rindo enquanto ia cumprimentar outros convidados.

Mais tarde Christian estava no mesmo lugar, dessa vez observando ela cantar com o microfone na mão e com uma bebida na outra. Ela estava feliz e esse era o importante, ultimamente todos os dias eram sobre ela, mas esse era especial, ela era especial. Ele sorriu bobo ao ver ela sorrindo e se divertindo.

— Vocês são muito fofos. — Sab chegou ao lado do estadunidense. 

— E você e Mason, huh? — Christian cutucou e ela deu de ombros.

— O importante é fazermos um ao outro felizes. —  Ela falou olhando Mason. De fato, estavam muito felizes.

— Sab, quando você sabe é a hora de dar outro passo? — Ele perguntou nervoso. Mexia em seus próprios dedos não querendo demonstrar o sentimento.

— Você quer pedir ela em namoro? — A inglesa perguntou impressionada.

— Não, tem algo que eu preciso fazer antes. — Ele negou com a cabeça e ela respirou fundo.

— Você vê ela em seu futuro? — Ela apontou para Maya. — Eu digo, indo com você para onde você for, em todos seus títulos, não necessariamente filhos, casamento e essas coisas. — Ela esperava uma resposta positiva. Depois de tudo pelo qual Maya passou, ela merecia alguém que fosse ficar com ela para um longo prazo.

— Eu imagino. — Ele sorriu para a mulher que estava agora olhando para ele de volta. — Todos os dias. — Ele confirmou.

— Está aí sua resposta, então. — Ela saiu com uma bebida na mão.

Na manhã seguinte, Christian arrumou toda a casa, pediu para Maya ir lá, era Kai quem tinha levado ela para casa na noite anterior. A sala estava cheia de fotos, tinham algumas velas, almofadas no chão junto com cobertores e vários álbuns. Ele ia mostrar tudo para ela, contar cada história. O jogador era tímido, sempre teve dificuldade de falar sobre si mesmo para outras pessoas, mas ele estava ali, disposto a mostrar tudo e mais o que ela pedisse.

Então quando ela chegou, ele estava em pé de nervoso, não conseguia sentar. Ela olhou tudo, fechou os olhos e negou com a cabeça. Ela queria chorar. 

— Você não gostou? Porque eu posso desfazer isso tudo rápido. — Ele se preocupou.

— Não, não é isso. — Ela falou se aproximando. — Eu nem sei o que é, mas sei que é perfeito. — Ela se arrependeu de ter ido até a casa dele.

— Então venha, eu vou te mostrar tudo. — Ele pediu, mas ela negou com a cabeça.

— Eu... Eu não posso fazer isso, me desculpe, mas eu não posso. Eu preciso te contar uma coisa e eu não acho que você vai me querer, muito menos querer me mostrar tudo depois disso. — Ela passou as mãos pelos cabelos, nervosa, sem querer falar nada, sem querer estragar tudo.

Existe um poema de Carlos Drummond de Andrade, se chama "O amor bate na aorta". Drummond era um poeta gênio, escrevia sobre várias coisas de diferentes pontos de vista, apesar de eu não concordar com ele em tudo, mas isso vai ficar para outro capítulo. Voltando para o poema, ele fala sobre o amor e como o amor é lindo e tudo isso, em trechos como: "vira o mundo de cabeça para baixo", "o amor, seja como for, é o amor", toda essa baboseira.

O auge de todo o texto é o seguinte trecho:
"Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que corre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã."
Porque acontece em todas as paixões, em todas as histórias de amor, ou pelo menos nas melhores. E geralmente, era o final das histórias, aquelas que ficam na mente para sempre.

— Eu... me desculpa, aliás, pode nunca mais me perdoar, eu entendo. — Ela falou enquanto ele ficava apenas parado. — Eu te traí ontem, Christian. Apesar de não termos nada concreto, eu disse que queria dar o próximo passo e eu traí sua confiança. — Ela foi direta.

O peso caiu sobre ele. Na garganta dele, surgiu uma bola fortemente carregada, ele não podia acreditar. Ele queria rir de si mesmo, rir de sua honestidade, rir do quão ingênuo ele foi. Ele tinha dado uma festa para ela, ele se apaixonou por uma mulher que destruiu ele com apenas cinco palavras. "Eu te traí ontem, Christian."

— Sai. — Ele pediu e ela obedeceu, foi embora com o coração dele em suas mãos, que estavam o apertando. Aquela história parecia uma música da Taylor Swift, ela desejava que fosse. 

Quando entrou no carro, ela não desabou, mas Kai começou a dirigir pela cidade, assim como fez da primeira vez que eles se falaram.

— Eu sinto muito. — O alemão falou e ela olhou para ele.

—É. — Ela voltou a olhar para a rua.

Ela não lembrava de muita coisa da noite de ontem, pelo menos não do fim, mas ela lembrava do beijo de Kai e do toque dele em sua pele. Ela tinha gostado no momento que aconteceu, mas ela não queria ter feito aquilo nunca.

Kkkkkkk não me matem, eu imploro! Me desculpem, eu juro que não era minha intenção, mas foi a Maya!

Postei e saí correndo.