— Isso não é um bom filme. — Kai falou vendo os créditos passarem pela tela.
— E porque não? — Maya perguntou indignada.
— Porque é óbvio que o Troy e Gabriela iam ficar juntos desde o primeiro minuto do primeiro filme. —Ele apontou para a televisão e comeu um pouco mais de pipoca.
— Sim, mas aí caso ele ficasse com a Sharpay, todo mundo ia ficar falando que era óbvio porque eles dois são os populares. — Ela juntou as sobrancelhas e ele fez cara de quem entendeu. — E você viu como eles forçaram o Ryan com a Chelsea?
— Porque o Ryan era, obviamente, gay? — Havertz perguntou e ela assentiu.
— Exatamente! — Os dois começaram a rir.
A tarde tinha sido ótima. Assistiram os três filmes de High School Musical, falaram sobre todos eles em geral, todos os personagens, sobre todas as músicas. Mas ambos sabiam que não estavam ali apenas para isso, apenas para falar sobre os filmes e aproveitar a companhia um do outro. Eles não queriam, mas deviam conversar.
O clima estava bom com eles, nada mudou e acho que era exatamente esse o problema. Eles tinham traído o amigo deles, como eu falei várias vezes, era sobre confiança, Kai não contou nada, tinha deixado ela levar a culpa sozinha e ela estava bem com isso. Eles precisavam de uma explicação.
— Me desculpa. — Kai pediu e ela negou com a cabeça.
— Não precisa se desculpar por nada. — Ela confortou ele.
Não importava quanto tempo passasse, ele sempre se acharia o culpado, ele sempre pediria desculpas.
— Pare de pedir desculpas! — Ela mandou antes que ele pudesse abrir a boca novamente.
Ele ia discutir, ele queria discutir, mas foram interrompidos pelo som da campanhia.
— Atende, por favor. — Ela pediu e ele revirou os olhos de brincadeira, mas se levantou logo depois e abriu a porta.
Kai pensava que seu coração tinha parado por um momento, assim como o de Maya, que se levantou logo em seguida com pressa, nervosa por ter aquele homem em seu apartamento mais uma vez.
Por um segundo, por um mísero segundo, ela desejou ter forças para mandar ele sair, pois ali tinham apenas boas memórias com Christian, não queria estragar mais um ambiente com a carga de energia ruim que os dois exalavam ultimamente.
Depois daquele segundo ela não conseguiu desejar mais nada, pois a sala foi tomada por vozes que invadiam seus ouvidos.
— Kai. — Christian estava surpreso por ver seu amigo alemão ali. Ele sabia que ainda eram amigos, mas não nesse nível de cobertor no sofá, pipoca e moletom.
— Oi! — Kai tentou agir normalmente. — O que você está fazendo aqui? — Ele perguntou e olhou para Maya que apenas observava aquilo tudo.
— Eu vim pra falar com ela. — Christian apontou para a mulher na frente do sofá.
Kai olhou para ela, que não sabia o que fazer, então mandou um olhar de permissão para o alemão, que foi embora sem nenhuma palavra. Ele não estava irritado ou nada desse tipo, ele apenas queria sair dali logo e ela entendia.
Christian entrou no apartamento, fechou a porta e se encostou no objeto branco. Eles ficaram se encarando, não por atração, mas surpresa, ansiedade e nervosismo da parte de ambos. Ela esperava ele falar algo, enquanto ele só queria descobrir o que falar.
— Eu pensava que você ia falar comigo. — Pulisic confessou e ela levantou as sobrancelhas.
— Eu estava dando um tempo. — Ela explicou. — Eu ia falar com você amanhã. — Começou a olhar para o chão, não conseguia manter contato visual com ele.
— Eu acho que fui um pouco duro com você depois de seu aniversário. — Ele falou e ela subiu os olhos negando com a cabeça.
— Eu mereci. — Ela se deixou levar a culpa mais uma vez.
— Não, não mereceu. Todos nós cometemos erros. — Ele afirmou e ela negou com a cabeça.
— Você fez algo desse tipo, Christian? Logo depois de dizer que queria dar o próximo passo? — Ela desafiou ele.
Maya não queria brigar novamente, mas não achava que ele poderia ser tão idiota consigo mesmo do que estava sendo naquele momento.
— O que você espera que a gente faça? — Ela perguntou a ponto de colapsar.
— Eu quero que a gente continue de onde paramos. — Ele respondeu e ela começou a rir.
Ele ficou confuso, mas ela estava rindo pensando que aquilo era uma piada. Na visão da inglesa, não dá pra começar de onde eles pararam. Ele precisava de algum tempo e Christian parecia não entender isso, então ela quis fazer ele entender.
— Não, Christian, não dá! — Ela levantou a voz. — Eu traí você, não é possível que eu esteja mais triste e mais decepcionada com isso do que você! Eu não quero começar algo sabendo que daqui a alguns meses ou dias você vai jogar tudo isso em mim e eu vou me machucar também. É melhor você jogar tudo agora! — Ela olhou para ele, que tinha as sobrancelhas juntas. — Tudo o que você disse naquele dia foi "sai". Você não foi rude.
— E você quer que eu seja? Quer que eu diga tudo o que eu pensei? Quer que eu diga que você destruiu meu coração, que você é uma pessoa horrível, que eu não ligo que você me traiu e que eu sou absolutamente burro de te querer ainda assim? — Ele ficou nervoso. As mãos foram para o cabelo e passaram por lá.
— Você apenas me quer? — Ela cruzou os braços.
Existe uma grande diferença entre o que os dois sentiam um pelo outro e só descobriram agora. Isso é a falta de diálogo.
Ela estava se apaixonando por ele. A paixão era a apenas alguns metros do amor. Ele estava querendo ela, querer estava a vários kilometros do amor. Você poderia querer literalmente qualquer um. Foi como Maya queria ele na festa, não como ela queria ele agora. O sentimento dela mudou, o dele parecia não ter mudado. Eu falei que ele estava se apaixonando, parece que me enganei.
— Foi por isso que você não me mostrou tudo sobre você? Porque você só me queria? — Ela estava indignada. — O próximo passo era namoro, Christian! Era daí que iríamos retomar. Se você não quer isso, pode dar meia volta para sua casa. — Ela pediu. Ele respirou pesado por alguns segundos e foi embora.
Ela machucou ele com ele sabendo, mas ele machucou ela bem antes e sem ela saber.
Vocês queriam um capítulo novo? Tá aí sos.
Não se esqueçam de dizer o que acham e de votar!
Um beijo e até o próximo 💙
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Strangers | Christian Pulisic
Fiksi Penggemar[Strangers]: Eu acabei de ver um raio cair, você estava logo ali, quando eu olhei em seus olhos e eu disse para mim mesmo: "Não é supresa que não somos estranhos, estranhos hoje a noite."