" - Então eles simplesmente a tiraram de mim. - Ri de modo sarcastico. - Não é justo, não é.
O homem me encara dando mais um gole em sua bebida, a que ponto cheguei. Completamente bêbada contando minha vida para um desconhecido.
- E se a gente casas...
Me encolho nos braços de Damian e meu namorado beija minha testa.
— Eu também queria filhos, querida. — Ele murmura tocando meu rosto. Sinto minha irmã tocar minha mão e a encaro.
— Vocênão é infértil, certo? — Pergunta e eu assintosentindovontade de chorar. — Eu posso... Se vocêquiser...
— Fala logo, Ella!
— Eu posso ser sua barriga de aluguel, os gametas seu e do Damian, o filho de vocês e eucomo a barriga de aluguel. — Encaro minha irmãsentindo meu coração se alegrar e suspiro.
— Eu agradeço, Ella. Mas vocênão pode...
— Eu te amo, Emma. Faria tudo por você. — Sorri alegremente e encaro meu namorado que assente.
— Ah, Ella. Obrigada. — Abraço minha irmã gêmea e beijo sua bochecha.
E foi ali que o inferno começou. Eu e Ella somos gêmeas não idênticas, ela sempre foi a preferida dos meus pais e isso nunca mudou em nada nossa relação, ela e Damian eram tudo que eu tinha, ou ao menos achava.
Solto um riso quando a minha filha chuta e beijo a barriga de minha irmã, Ella e Damian se olham intensamente, posso vê-lo segurar a mãodela enquanto toca seu rosto de modo carinhoso. Pigarreio um pouco incomodada com a situação e eles me encaram dando um breve sorriso.
— Uma menina. — Damian murmura tocando meu rosto. — A nossa menina.
Beijo seuslábios em um selinho e beijo a bochecha de minha irmã.
— Obrigada por tudo, Ella.
Céus! Como eu pude não perceber, todos os sinais, os olhares, os toques. Como eu pude ser tão lerda, como pode não notar? Levo mais um pouco da bebida aos lábios já me sentindo tonta e sinto um olhar em mim. Olho em volta não vendo ninguém e dou de ombros pedindo mais uma taça da bebida que nem sei o que é.
— Mais um pouco, querida. A criançaestá vindo. — Acaricio o cabelo de Ella enquantoela grita, mordo meus lábios apreensiva e sorri aliviada ao ouvir um chorinho fino preencher o quarto de hospital. Toco o rosto de Ella que sorri para mim parecendo fraca, a enfermeira entrega o bebê para ela e eu sorri com lágrimas nos olhos. ... — Cadê minha filha!? — Damian pergunta adentrando o quarto nervoso, dou risada e faço um gesto para que ele faça silêncio.Minha filha suga meu seio lentamente de olhinhos fechandos, eu estava tomando remédios para lactação para a amamentar.Eu nunca senti algo tão reconfortante quanto isso. — Ah, meu Deus.