Capítulo 09

11.7K 1.4K 109
                                    

Entrego os papéis a secretaria que sorriu e saiu da sala. Me recosto na cadeira enquanto balanço a caneta entre os dedos.

Emma Martínez.

É o único nome que me interessa desde que a vi pela primeira vez.

Os cabelos castanhos claros, loiros no sol em um conjunto lindo com seus olhos castanho escuros. Seu rosto fino com traços impecáveis. O corpo, céus, o corpo daquela mulher é a perdição, seios médios, bunda pequena, corpo fino, a cintura levemente mais fina em comparação ao quadril. Aquela maldita é a própria perdição e vai me levar a loucura.

— Ele nunca foi tão paciente assim. — Gabe murmura me encarando, como se eu não estivesse aqui.

— Não sei. — Nina suspira se arrumando mais na cadeira que ela estava praticamente deitada. — Talvez a Emma tenha feito um cházinho.

Meu amigo riu jogando a cabeça para trás me fazendo revirar os olhos. Rodo a cadeira me deparando com a vista incrível que tenho do alto da cidade pelas paredes de vidro, mas ainda consigo os ouvir.

— Ele bem queria que fosse, mas se depender dela, o Nathan ganha um beijinho na bochecha e olhe lá.

Minha irmã gargalha junto a ele me fazendo suspirar irritado. Me viro novamente para eles e encaro seus rostos, os dois pigarreiam voltando a posição inicial.

— Mas sério Nathan. — Nina murmura se apoiando na mesa. — Você não consegue ouvir um não, mas tem toda a paciência do mundo com ela.

— Toda é pouco. — Gabe gesticula com as mãos. — Ele parece a porra de um cachorro abanando o rabo para ela.

— Paciência nunca foi seu forte, Nate. — Ela diz sorrindo de lado e se encostando na cadeira, minha irmã me analisa. — Emma Martínez veio para mudar muitas coisas.

— Emma Martínez é a garota por quem eu esperaria até o fim dos meus dias apenas para receber um beijo. — Digo finalmente. — Por aquela mulher eu seria capaz de tudo, nada chega aos pés do que ela merece.

Eles sorriram discretamente.

— A Emma é muito legal. — Nina fala enquanto se levanta, calçando os sapatos. — Eu vou para a mansão amanhã, vou sair com ela.

— O jeito... — Começo.

— O jeito dela te encanta, nós sabemos! — Eles completam entediados revirando os olhos. Dou risada e me levando abotoando o terno. Eles sorriem de lado e me encaram.

— Vou buscar minha mulher no salão, com licença. — Nina da risada enquanto nega com a cabeça, Gabe a acompanha. Nego e faço um aceno com a cabeça.

— Late mais baixo. — Gabe diz antes que eu saia de minha sala.

***

Retiro os óculos escuros descendo do carro. O salão era em um local um tanto quanto aberto fazendo alguns olhares se voltarem para mim. Sorri vendo Jasmin dormir num bebê conforto ao lado da mãe, a garotinha é uma graça. E falando na mãe dela, meu Deus.

— Oi. — Murmura dando um pequeno sorriso, o que já é um avanço, Emma Martínez tem o temperamento mais difícil que já vi, o que só a deixa mais encantadora. Rodeio sua cintura com um braço a puxando pra mim e ela ofega. Emma segura em meu terno e ergue um pouco os pés. — Precisava disso?

— Não. — Digo beijando o canto de sua boca. Emma suspira e olha para os lados soltando um resmungo. Ela puxa meu terno me fazendo me abaixar e beijar seus lábios fortemente, a aperto mais contra mim sabendo que uma iniciativa assim vinda dela é um milagre. Sua boca é o próprio paraíso. — O que foi isso? — Pergunto deixando uma mecha de seu cabelo recém hidratado atrás da orelha, olho em volta vendo diversas pessoas olhando para mim e dou risada percebendo o motivo de todo seu "afeto".

— Sra. Martínez. — Uma funcionária do local chama a fazendo encara-la. — Quer agendar seu próximo horário?

— Ah, claro. — Emma sorri antes de acompanhar a mulher até uma espécie de balcão. Observo Jasmin abrir os olhinhos lentamente e bocejar. Ela é extremamente quietinha. A pego no colo com cuidado e todo seu rostinho. A garotinha deu um pequeno sorriso fazendo suas covinhas ficarem evidentes. Beijo suas bochechas vendo o quão parecida com a mãe ela é.

— O senhor é o pai? — Uma mulher pergunta parando a minha frente, ela me estende um brinquedo de Jas que eu nem tinha visto cair e eu sorri.

— Digamos que sim. — Encaro a bebê  em meu colo e sorri. É o plano, pequena Jas, é o plano. Resta sua mãe deixar.

— Pai solteiro? — Pergunta com um sorriso tímido, sinto mãos macias tocarem minhas costas e sorri.

— Tudo bem aqui, amor? — Pergunta docemente. Maldita.

— Ah oi. — A mulher sorriu sem graça. — A filha de vocês é linda, apenas isso.

— Só mi...

— Obrigada. — A corto e a mulher deu um breve sorriso se afastando. — Amor é? — Provoco enquanto coloco Jasmin no bebê conforto e o prendo no carro, me recosto na porta do mesmo cruzando os braços e ela me encara.

— Estamos em público, lembra? — Suas mãos tocam minha gravata me puxando um pouco pra baixo, ela sorriu, ordinária! Esse sorriso acaba com qualquer um, seus olhos me encaram atentamente antes de apertando um pouco a gravata. — E beijar você não é algo tão desagradável.

Solto um riso a fazendo sorrir e me soltar indo para sua porta do carro.

— Você ainda vai me deixar louco, Emma.

Since the first timeOnde histórias criam vida. Descubra agora