epílogo

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Depois de descobrir que Jeongguk era dono de uma propriedade há poucas horas de Seoul, Jimin e Namjoon foram para lá imediatamente. O corretor deu-lhes a chave que abria a casa e, assim que entraram, o choque foi mútuo.

Era uma casa simples, com poucos móveis. Uma adega em um canto e uma estante no outro. Jimin se aproximou já com os olhos marejados e tocou cada superfície, estranhando o fato de estar tudo limpo. Provavelmente, Jeongguk pagava alguém para limpá-la regularmente já que manteve a posse por tantos anos. Namjoon se aproximou da estante, chocado com tantos livros, já que seu pai raramente lia.

Entretanto, o mais chocante foi a adega.

— Papai nunca tomava vinho — Jimin comentou, ansioso.

— Ele dizia que o chateava — Namjoon respondeu, assentindo.

Continuaram a adentrar a casa, conhecendo cada pedaço e procurando qualquer indício de porque Jeongguk a mantinha ali. Ao entrarem no quarto, estava conforme o resto da casa: limpo e em ordem.

Porém, um grande baú abaixo da janela chamou a atenção de Jimin.

De uma vez, quase em instinto, ele colocou as mãos no bolso e sentiu a chave que veio na carta ali. Tremendo, segurou-a e aproximou-se do baú com Namjoon em seu encalço. Assim que encaixou a chave na fechadura e a virou, ouviram o barulho indicando que o baú estava aberto.

Jimin, ajoelhado, virou-se e fitou Namjoon. Encaravam-se nervosos e apreensivos. Jimin voltou-se para o móvel de madeira pesada e o abriu.

Câmeras. Fitas e mais fitas. Cadernos. Páginas soltas. Fotos. Muitas fotos.

— Mas o que... — Namjoon sibilou se ajoelhando.

Jimin foi tirando, pouco a pouco, os objetos. Havia diversas fotos de seu pai quando era jovem, estas que ele nunca havia visto. Muitas câmeras e alguns diários. Cartas soltas.

Um livro fino, em especial, chamou a atenção de Jimin. Ele tinha a capa vermelha com um pôr do sol na frente e alguns elefantes. Jimin pensou que fosse a África.

Para J, meu grande e único amor. Vante — Jimin leu em voz alta, chamando a atenção de Namjoon, que segurava um livro grosso. Seu rosto franzido exalava pânico e Jimin levantou-se rapidamente, aproximando-se dele para ver o que era.

— O que-o que é isso... — Namjoon disse, folheando as páginas e vendo que estava completamente cheio com letra cursiva. Uma letra que ele conhecia. A letra de seu pai.

Jimin estava tão confuso quanto ele. No topo de uma pilha, havia um envelope grande e chamativo, e Jimin sentiu um calafrio ao notá-lo ali. Curvou-se e o pegou, abrindo-o em seguida.

Queridos Jimin e Namjoon, espero que depois de lerem o que deixei e verem tudo que guardei, entendam porque pedi que me cremassem. Espero que respeitem meu desejo — Jimin leu em voz alta. — Amo vocês pra sempre com todo meu coração. Com amor, Appa.

Namjoon engoliu em seco ao seu lado enquanto os olhos corriam pelo diário que segurava, desesperado pelo que lia ali.

— Não pode ser, não pode... — dizia. Jimin se aproximou e tomou o caderno de suas mãos com cuidado e, assim que o pegou, Namjoon saiu do quarto.

Jimin começou a ler. Sabia que era a caligrafia de seu pai. O começo era sobre ele indo até aquela casa passar uns dias para pôr a cabeça no lugar depois do choque de descobrir que sua ex estava grávida.

— Ex? — Jimin se perguntou. Não sabia que quando sua mãe descobriu da gravidez ela e seu pai não estavam juntos.

Sentou-se na cama e pôs-se a ler.

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