Capítulo 7 - Sonho: A primeira vez que o vi

11 3 7
                                    


O dia das apresentações do Festival das Flores já era no dia seguinte e Vincente já não aguentava mais essa ansiedade. Queria logo apresentar e acabar logo com isso, esperando passar despercebido por todos. 

Resolveu andar pelo centro onde ficavam as barracas. O lugar era rodeado de casas rústicas, na frente delas haviam barracas que pareciam mesas feitas de madeira, algumas com vendedores mais antigos até tinham teto feito de palha que cobriam sua mercadoria.

Parou em uma barraquinha de peças de cerâmica, o ceramista era muito habilidoso uma das peças ainda estavam esperando para ser pintada era como uma bandeja em formato  de folha de bananeira, a peça estava lisa e bem seca e a única coisa que a marcava eram as futuras nervuras paralelinérveas da folha. Ao lado desta observou por um tempo uma peça já pronta, pois queria gravá-la de alguma forma em sua mente, era uma simples tigela ao olhar comum, mas para ele era como se um universo inteiro pudesse estar ali dentro, a pintura cheia de detalhes verdes e azuis cercada de um branco brilhante e borda azul escuro. Ele quis para si, mas tinha que ficar na cidade mais alguns dias e decidiu que era melhor poupar dinheiro.

Caminhou até a fonte que ficava logo após algumas casas, e, quando estava perto deu uma olhada no local e seus olhos quase não acreditaram no que viam, era um jovem pintor de cabelo castanho claro que balançavam acima de seus ombros, ele prendeu uma mecha atrás da orelha para que não atrapalhasse a sua visão, suas expressões eram delicadas e gentis, suas roupas eram simples em tons de marrom e uma bota preta, ele parecia ser uma pessoa que a companhia seria agradável e que sorrisos não faltariam.

Ele sentiu algo estranho em sua barriga e decidiu pegar um pão que carregava em sua bolsa acreditando que o que sentia era fome, então foi comendo enquanto caminhava em direção a fonte observando o jovem pintor e imaginando o que ele estaria fazendo. Quando estava prestes a sentar para observar a paisagem ele ouve uma voz dizendo:

- Olá, amigo! Você gostaria de comprar algum de meus quadros? Eu posso também fazer um seu agora!

Era uma voz grave, porém suave, quando aquele som entrou em seu ouvido seu coração palpitou. Ele olhou rapidamente para a direção de onde ele vinha e cruzou seu olhar com o daquele garoto intrigante que observou quando chegou. 

   
- C-Claro… é… lindo! Digo, seus quadros são lindos, é… vou até aí ver melhor! - respondeu se aproximando do jovem. - Por quantas moedas você faz o retrato?

- Faço por 15 moedas, jovem…?

- Ah,  Vincente! E c-como devo lhe chamar?

- Benjamin! 

Logo após dizer seu nome, ele deu um sorriso, era tão lindo como se estrelas surgissem em seus olhos e de sua boca nada impuro pudesse ser pronunciado. Como alguém poderia negar algo a ele depois de vê-lo assim?

Vincente aceitou comprar um retrato após contar o dinheiro que tinha levado e sentou-se em um banquinho para ser mergulhado nos olhares atenciosos e concentrados de Benjamin, não era muito visível quando suas bochechas coravam, mas ele sentia que o outro poderia perceber facilmente que ele estava vermelho de timidez. Era como se ele estivesse guardando na mente todo detalhe do rosto alheio e cada textura de sua pele, quanto mais observava o outro concentrado em seu trabalho mais absorto em sua beleza ficava. 

Terminado o desenho ele observou cada traço, cada detalhe no lugar certo, estava perfeito... ele pagou satisfeito e estava quase saindo, quando Benjamin reunindo toda a sua coragem resolve chamar Vincente para um passeio, e foi desde essa primeira caminhada juntos que seus destinos se uniram e eles não poderiam mais se separar.

Vicente estava quase indo embora e antes de voltar para sua vila os dois trocaram seus endereços para que pudessem se comunicar por cartas.

Cartas

▪︎▪︎▪︎

Olá Benjamin!

Consegui chegar bem em minha casa, desculpe ter demorado a escrever, mas eu realmente não sabia sobre o que falar… Decidi falar que sinto sua falta e que espero que um dia possa visitar o vilarejo onde moro, é bem bonito aqui, acredito que iria gostar das paisagens e belezas daqui!

Como está tudo por sua casa?

Um grande abraço,

Vincente.

▪︎▪︎▪︎

Olá Vincente!

Como está? Também estou sentindo falta de você, as pessoas aqui não costumam fazer nada além de trabalhar, ninguém para pra conversar muito e nem ri das minhas brincadeiras bobas como você. 

Também quero muito visitar sua casa, nunca sai da capital e eu tenho certeza que vou gostar de ver as belezas que tem na sua casa…

Um abraço,

Benjamin.

P.S. Já disse que não precisa ser tão formal, pode me chamar de Ben!

▪︎▪︎▪︎

Olá, Ben!

Hoje o dia foi bem cansativo, mas quando vi que o mensageiro hoje trazia uma carta sua tirei um tempo para lhe responder o mais rápido possível. Na verdade agora estou quase indo dormir, mas existe uma coisa que irei enviar junto no envelope, eu achei enquanto levava meu cavalo para sua limpeza, eu acho que esse cristal parece combinar bastante com você, espero que faça bom uso dele.

Um abraço,

Vincente.

P.S. pode me dar um apelido se quiser...

▪︎▪︎▪︎

Olá Vince!

Quando recebi sua carta até achei diferente o pacote estar mais pesado, mas… NOSSA… você realmente tem um bom gosto! Eu achei ela linda, estou pensando no que posso fazer com ela ainda. Mas eu realmente gostei muito!! Muito Obrigado!!

Um grande abraço,

Ben.

▪︎▪︎▪︎

🐉

Não esqueça de votar e de comentar sempre que quiser :)

Chance do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora