Parece-me que, agora, todos estão preocupados com o nosso rótulo.
Quando conhecemos alguém, não estamos mais apenas preocupados com o mundo novo de experiências que aquela nova pessoa pode nos proporcionar. Antes de mais nada, já queremos ler o rótulo, obter as informações.
"Ele é bolsominion?", "Ela é feminazi?", "Ele é ateu Toddynho?", "Ela é crentelha?". Crente, mas católica ou protestante? Arminiana ou Calvinista? Tradicional ou Pentecostal?
O checklist vai longe. Logo, estamos preocupados se a pessoa gosta de bombom da Garoto ou da Lacta, carro da Renault ou da Volks, Netflix ou Amazon, Americanas ou Magazine...
E se apenas um item desse check falhar, logo o colocamos na "bacia dos inimigos".
Hoje, me parece que estamos mais preocupados com os rótulos do que com qualquer outra coisa. Antes o "ter" importava mais que o "ser". Hoje, o "ser" importa tanto, que ignoramos a ideia de que há vida, inteligência e outras qualidades em pessoas que não são ou não pensam exatamente como nós.
Que arrogância! Viramos a régua do mundo. O controle da ABNT que mede a qualidade do humanidade.
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2021
PoetryConvidei algumas crônicas e poemas para me acompanhar em 2021. Sempre que algo causar algum sentimento ruim ou bom, pode virar crônica ou verso por aqui.