Capitulo 2

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Não sei em que momento, mas eu apaguei, não sonhei nem nada. Mas quando eu acordei, estava deitado em uma cama baixa e confortável, muito confortável, o travesseiro era macio e fofo, o colchão levemente duro mas era possível sentir uma macies. Meu corpo já não doía, na verdade eu me perguntava se tido havia sido um sonho. Sentei na beirada da cama e a porta se abriu levemente, como se a pessoa estivesse com medo de me acordar, um rosto se fez presente, o de uma criança, seus olhos eram verdes, seus cabelos pretos e ele usava um colar bonito no rosto, assim que ele me viu acordado rapidamente retirou sua face da fresta deixando apenas o olho, ele estava curioso, com medo, ele queria entender quem era essa pessoa que foi trazida à sua casa, eu ainda não consigo entender como sei essas coisas apenas olhando para os outros. Lentamente me levantei e no meu primeiro passo acho que utilizei força demais mas acertei com tudo a parede, minha cabeça não doeu, muiro menos meu corpo, ele soltou uma risada como se tivesse achado graça da minha falta de controle, acho que esse meu pequeno erro havia quebrado o gelo, eu não sentia meus braços e ao olhar fiquei aliviado, por algum motivo eu estava completamente gelado, era uma sensação boa, mas por que diabos eu gostava tanto do frio? Por que a pequena lâmpada no fim do corredor, que eu apenas conseguia ver pela fresta me incomodava tanto?

-Ele já acordou pequeno?- Escutei a voz do mesmo homem que me cedeu sangue, ele estava curioso, o garotinho parou de rir e só ficou com um sorriso fofo

-Uhum, ele é engraçado- Um sorriso de fez presente em meus lábios, a quanto tempo não me elogiavam? 5 anos? Telvez mais. O homem abriu a porta com um sorriso grande, saudade, por que? Ele ficou alguns segundos olhando para mim, seu olhar era paternal, sem um pingo de malícia, completamente gentil, não pude me negar um sorriso também

-Olá- Ele quebrou o gelo que se formou. Me ajoelhei e curvei meu corpo

-Muito obrigado- Dizze com a cabeça no chão- Eu provavelmente estaria morto se você não tivesse me ajudado. Culpa? Medo? Tristeza? Por que ele sentia isso?

-P-por favor, não se curve para mim- Sua voz era embargada- Você não precisa agradecer, afinal, você passou por tudo isso por minha culpa- Ele coçou a nuca envergonhado

-Como...como assim?- Meu espanto era reconhecível eu nem tentava esconder

-Pequeno- O homem disse se referendo ao garoto- Papai vai conversar com esse menino, você pode ir ficar com que sua mãe?- Os olhos do garoto brilharam, seu sorriso aumentou, ele sentia saudade, estava feliz

-Sim- Ele respondeu rápido fechando a porta e saindo, ouvi seus passos um tanto altos no corredor, o homem parecia estar cochichando vendo seu lábio, mas eu escutava como se ele estivesse falando um pouco alto. Fui me mexer mas o mesmo levantou sua mão, preocupação, com o que? Olhei para meus braços, algo faltava, duas coisas, mas o que eram? Eram importantes eu sabia, olhei para um lado nada, o outro, nada algo em meu âmago se revirou minhas mãos se fecharam duas vezes e eu senti algo nela. Uma foice, vermelha escarlate, um sangue escuro, flutuava logo abaixo da minha palma, seu cabo era completamente liso, em sua ponta inferior, uma protuberância em forma de diamante e na outra a lâmina, curvada eu conseguia sentir uma leve sede vindo dela. O fato de tê-la comigo em deixou um pouco mais completo, mas algo ainda faltava. Meu casaco

-O onde...onde ele...?- Minha voz saiu sôfrega meus olhos percorriam o quarto inteiro

-Não se preocupe, está aqui, apenas coquei para lavar, não se preocupe, nada de ruim acontecerá com ele- Seu tom de voz era certo, ele parecia determinado

-O...obrigado- Disse por mim soltando o ar

-Cuidado na hora de andar, você provavelmente ainda não tem controle de sua força- Ele comentou e eu não pude deixar de pensar, ele era como eu?

O Sangue PuroOnde histórias criam vida. Descubra agora