O Sangue Puro

Cap 11

Após a premiação, saímos da arena sendo aplaudidos por todos, mas algo não estava certo, eu tinha essa sensação, como se alguém estivesse me vendo, vendo todos os meus passos e ações. Olhei para trás e me concentrei em procurar alguém minimamente suspeito, mas não havia ninguém, nem nada. Esqueci sobre isso e voltei a andar

-Filho?- Meu pai me parou no meio do caminho- Você também sentiu?- Afirmei com a cabeça

-Não sei de onde nem como, mas alguém está nos observando e não acredito que essa pessoa tenha boas intenções- Falei mais baixo, e ele concordou com a cabeça. Seguimos andando até encontra minha família

-Parabéns filho- Meu avô me deu um sorriso largo de orgulho

-Irmãozão!- Yuuki pulou para me abraçar com força- Parabéns- Suas pernas estavam ao redor das minhas costas e seus braços me abraçando pelo pescoço, ele parecia um macaquinho passei a mão em seus cabelos como um carinho

-Obrigado- sorri para meu avô- Ei macaquinho- Puxei Yuuki segurando ele- Trate de ficar forte para proteger todos- Ele abriu um sorriso enorme de afirmou com a cabeça

-Aiai, você parece seu pai mesmo- Horatius falou estendendo um punho, e eu terminei o cumprimento

-Por que?- Olhei para ele após deixar o Yuuki no chão

-Seu pai era e continua sendo o mais forte de nós, mas ele sempre tinha essa fala, "preciso ficar mais forte para proteger todos"- Olhei para o meu pai que coçou a nuca envergonhado- Até para vampiros seu pai é considerado um monstro, a força e velocidade dele, são simplesmente absurdas- Ele cruzou os braços

-Eu sei bem- Minha mãe me deu um abraço apertado colocando minha cabeça em seu pescoço

-Parabéns filho, estou tão orgulhosa- Retribui o abraço- Me desculpa- Ela afagou meus cabelos e pude sentir sua tristeza, enquanto suas lágrimas molhavam minha camisa

-Mãe, não precisa se desculpar- Afaguei seus cabelos também- Tá tudo bem- Falei calmo

-Eu era a pessoa que deveria ter te ajudado, que deveria ter te dado apoio, mas eu não falei nada, eu meti para você, te disse que você não tinha peculiaridade- Ela me apertou mais, sua voz agora era entrecortada com alguns soluços

-Mãe, 'tá tudo bem e outra você não mentiu, eu realmente não tenho individualidade- Meu pai estava atônito sem saber o que fazer, e eu apenas sorri para ele- Então, por favor, esqueça isso, 'Tá tudo bem- Ela tirou o rosto do meu pescoço e sorriu

-Certo- Ela me deu um beijo na testa e se levantou. Após isso, todos me parabenizaram pela vitória e meu pai insistia em sair para comemorar. Depois de ele insistir muito, aceitei e ele pediu para chamar Uraraka, Bakugou e seus pais. Convidei ela e o loiro que aceitaram prontamente e seus pais mesmo que um pouco a contragosto aceitaram também

Seguimos para casa para trocar de roupa, já que meu pai insistiu em um restaurante chique. Coloquei uma camisa social branca e uma calça social azul marinho, um tênis preto e um relógio velho. Olhei para o guarda roupa e vi meu antigo casaco, ele, que sempre esteve ali como meu único amigo, ele estava todo esburacado e tinha várias partes manchadas, algumas de sangue já quase apagadas.

Passei a mão nele me lembrando de todos os momentos. Me lembrando de quando o Bakugou me chamou para ir no parque, mas ele estava esperando com os amigos dele para me bater, eu voltei cuspindo sangue, com um olho roxo e cheio de hematomas, devo ter quebrado algum osso também mas não sei. Me lembrei de quando ele me jogou em um rio só para me ver cair de cima da pontezinha e me lembrei da pior de todas, quando ele queimou parte do casaco depois de ter me espancado, ele dizia que esse casaco era muito fedido, que eu nunca trocava ele e provavelmente não lavava, então estava fedido e ele estava errado eu lavava ele todos os dias, com muito empenho, aprendi a costurar rasgos e remendei ele de forma que não ficasse estranho. Ele sempre me queimava, me espancava como se fosse a coisa mais legal de todas e mesmo ficando com bastante raiva depois de lembrar de tudo isso, eu estou decidido a dar uma segunda chance para ele. Fechei o guarda roupa e saí