Cap 5

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Alguns minutos se passaram e meu pai saiu para ligar a escola a fim de dizer que estávamos bem e eu estava me recuperando em casa. Quando voltou estava sério, mais que o normal

-Isso não deveria ter acontecido, eu já devia esperar por ela ter bebido seu sangue, mas não imaginei que tão pouco seria o suficiente para isso tudo- Ele se sentou em uma cadeira me olhando sério, do que ele estava falando?

-Como assim?- Olhei sério para ele e minha mãe que estavam nervosos

-Quando você veio para cá...- Ele pausou me olhando e juntando as mãos- Algo como isso aconteceu, mas...diferente- Seu olhar foi para suas mãos

-Diferente...como?- Instiguei ele a continuar

-Bem...eu te trouxe para cá e não tinha nada de errado no início, mas depois, quando seu corpo assimilou a...- Ele parou novamente

-A...?- Isso estava indo para um lugar que eu não esperava

-O que você se lembra daquele dia?- Sua pergunta foi cautelosa, o que eu me lembro? Nem eu sei direito, a maior parte parece alucinações e borrões

-Não tenho muita certeza, a maior parte é como se estivesse em um filme borrado- Comentei pensando- Só me lembro direito de ver você no final, me dando uma caixinha com sangue- O resto realmente era um grande borrão

-Isso em partes é certo. De fato era eu. Mas não só eu- Seu tom era misterioso, com assim, havia outra pessoa lá?- Pouco depois de apagar... uma... alguém apareceu- Ele pensou direito no que falar- Não alguém comum- Mas que merda de mistério

-Para que mistério- Ele virou-se para minha mãe

-Alguém como uma... divindade- Oi? Minha face se contorceu em uma careta de descrença- Pelo amor. Existem vampiros, mas não podem existir divindades, achou que éramos o que, escolhidos?- Ele riu um pouco mas ficou sério em seguida- Eu tentei te proteger, mas com um simples aceno, eu estava estático, como se o tempo estivesse parado. Ele se aproximou de você e sussurrou algo em seu ouvido antes de cortar o pulso e deixar seu sangue escorrer em sua boca, nem eu pude ouvir o que ele disse- Ele apertou ambas as mãos- Depois disso ele desapareceu. Quando voltamos para casa você estava normal, mas alguns minutos se passaram e você começou a esquentar, você não parecia sentir dor, mas você continuava esquentando, até o local onde você estava ficar um inferno, parecia realmente que eu estava em um forno muito quente e não diminuía, só aumentava, quando eu achava que iria parar continuava aumentando. Até...- Ele pausou- Até uma luz sair de você- Ele me olhou, não um olhar normal, nem muito menos bravo, ele estava com medo

-Que tipo de luz?- Eu olhei para minha mãe e ela parecia alheia a isso também

-Uma muito brilhante, parecia uma estrela, mas não era quente, era confortável, era afável, lindo- Ele sorriu levemente- Mas do mesmo jeito que ela pareceu...ela sumiu...de volta para dentro de você- Ele completou

-Então, você quer me dizer, algo estranho aconteceu depois que um cara estranho me fez beber o sangue dele?- Disse um tanto cético

-Sim- Ele respondeu simples, ele não mentia, em nenhum momento- Pode parecer estranho. Mas é a verdade- Ele deu de ombros- Eu imagino que seja como uma benção- Ele deu de ombros pensando- Mas isso te deu algum poder, isso eu sei- Isso era óbvio não?- Talvez, sua percepção seja fruto disso, ou ela é seu poder vampírico mesmo- Ele pensava em todas as possibilidades enquanto as dizia

-Talvez sim, talvez não, de que isso importa?- Perguntei com um sorriso

-Nada realmente- Ele colocou os dedos no queixo- Seus amigos devem demorar um pouco para acordar, deveríamos falar com as famílias deles- Meu pai disse puxando seu celular

O Sangue PuroOnde histórias criam vida. Descubra agora