CAPÍTULO 31

38 18 8
                                    

   




   Quando Caleb entrou no meu quarto e sentou na poltrona cor de rosa que fica perto da janela percebi que nenhum garoto nunca havia entrado aqui, nem mesmo ele. Tê-lo analisando meu quarto, olhando para as fotos e livros espalhados pelo cômodo é estranho mas bom. Agradeci por não ter nenhuma bagunça que me causasse constrangimento, claro minha penteadeira está um pouco desorganizada, mas de resto posso dizer que está impecável. Enquanto ele rodeava os olhos pelo quarto, fui até o banheiro para checá-lo.

   Discretamente olhei um pouco pela fresta da porta, avistei minha toalha de bolinhas jogada em cima da pia, na mais rápida das velocidades a coloquei no suporte para toalhas. Dei um suspiro de alívio e fechei a porta atrás de mim.

 -O que você procura ? -Perguntei a Caleb, e sentei de pernas cruzadas no meio da cama.

-Hmm, nada. -Respondeu, em nenhum momento retirando seu típico sorrisinho.

 O olhei sem acreditar.

-Ok, eu esperava algo diferente. -Disse por fim.

 Aquilo me chamou atenção, o que realmente ele esperava do meu quarto .

-Tipo o que? Para mim ele está como quero-Digo, dando de ombros.

-Bom, eu esperava mais livros. Pôsteres espalhados, rosa por toda parte. - Em sua voz pude perceber a zombaria. 

- Não sabia que se apaixonou por uma criança, devo chamar a polícia ? -Retribuí a zombaria. - O que eu queria saber é porque sempre estereotipamos que adolescentes têm e devem ter posters pelo quarto? Digo isso porque quando fui em seu quarto com a Star, pensei que também teria, imagina minha surpresa quando o vi limpo. -Calei minha boca de repente, percebi que primeiro: Ele não sabia que eu havia entrado em seu quarto e segundo : Eu praticamente disse que achava que ele fosse desleixado com seu quarto. 

 Ele não falou nada por alguns minutos, mas que para mim foi minutos com mais puro suspense. E gosto de suspense só nos filmes, não na minha vida. Ainda me olhando ele arqueou a sobrancelha e disse: 

-Interessante. 

Foi apenas o que ele disse, que merda. Eu aqui, parada e sem respirar como se tudo estivesse em câmera lenta e ele só diz isso. Fiz cara de poucos amigos.

-O que foi, raio de sol?  É sobre ter entrado no meu quarto? Se for, relaxa. Star me informou a tempos, ela sabe e agora você sabe que não gosto que entrem sem minha autorização. Então como minha amiga, ela me disse que você entrou para ajuda-lá a pegar os edredons. -Na mais pura calma ele disse. - E não gosto de bagunça, não é porque sou homem que sou largado com minhas coisas. Gosto de tudo limpo. 

 Coitado, se ele soubesse que sou o oposto disso. Não sou porca, mas um pouquinho desleixada. Que vergonha, meu pai.

-Vem cá, vem. -Diz, batendo sua mão em sua coxa. 

Eu ri e fiz cara feia.

-Parece que está chamando seu cachorro, Caleb Prayn. 

Ele dá uma gargalhada alta e o som ressoa por todo quarto. Está apaixonada é assim? Até a risada da pessoa que você gosta, você acha atraente . Eu o olho e mesmo com vergonha vou até ele. Sento em seu colo e ele começa a passar delicadamente sua mão por minhas costas, o gesto automaticamente como todos os outros que ele faz me relaxam, só não relaxam tanto a ponto de fazer com que eu pare de olhar para a porta .

-Caleb, meus pais ou Star podem aparecer a qualquer momento, e a porta está aberta. -Digo e gemo baixinho com seu toque agora na minha nuca, seus dedos fortes mas delicados entram por dentro do meu cabelo. Ligo o foda-se e esqueço da cena que podemos causar se formos pego por alguém.

Siga Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora