Siga Seu Coração

CAPÍTULO 36

   Acordei, não com pássaros fazendo seus barulhos estridentes ou alguma claridade em meu rosto, mas com um Caleb sereno e com seu corpo pesado praticamente todo em cima de mim. Ri comigo mesma e com muito esforço tirei seus braços e perna de cima de mim e cautelosamente virei para olhá-lo, seus cachos pequenos caiam em uma bagunça por seu rosto, beijei seu ombro nu e fui ao banheiro, preciso urgentemente usar o banheiro.  Faço minhas necessidades e me ajeito o melhor possível, fora do banheiro, olho as horas no meu celular e ainda não passa do meio dia.

    Caleb dorme tão profundo que seria maldade   acordá-lo, decidido fazer o café da manhã já que seria o mínimo por ele ter deixado eu dormir aqui e pela noite que tivemos ontem, que por sinal foi a coisa mais maravilhosa que já vivi. Pensar na noite passada me faz abrir um sorriso e ter borboletas voando no estômago, sim, bobo demais. Abro a porta do quarto e a fecho em seguida, ando pelo corredor até às escadas que dão ao andar de baixo na ponta dos pés, o pai de Caleb também está em casa, não seria nada agradável vê-lo zangado porque eu o acordei.

   Na cozinha deixo o café sendo preparado na cafeteira enquanto pico algumas frutas e as juntos em um bowl de vidro, depois preparo ovos e torrada. Antes que eu sente para comer lavo algumas louças sujas e as que fui usando. Sentei no banquinho ali mesmo e comi o que preparei, só quando comi o ovo que vi o quanto estou faminta, tomo o café preto e minhas energias parecem se renovar.  

-Posso acompanhá-la ?- Me sobressaltei ao ponto de deixar a torrada cair de volta no prato. A voz não é de Caleb, mas de seu pai.

 No mesmo instante a vergonha se instala e fico sem reação, educada eu, durmo na casa da pessoa sem ele saber e nem o responder eu sei. Ele não senta até obter uma resposta e apenas assinto levemente.

-Então você dormiu aqui? As coisas estão mesmo sérias entre vocês em. -Ele diz e se serve uma xícara de café. 

-O senhor se incomoda ? Digo, dele está comigo? - Eu não sabia se gostaria de sua resposta, mas não sei da onde tirei coragem para não desviar o rosto.

   O senhor Hunter não é um homem muito expressivo, mas de modo algum é um homem fechado para a vida ou para as pessoas, o respeito muito como pessoa e como amigo da minha família, então se sua resposta fosse negativa eu me sentiria sem chão.

  Ele me olha e abre um leve sorriso e com esse pequeno gesto minhas entranhas voltam ao normal e minha respiração também.

-Você, como toda sua família é muito querida por mim, Lianna, eu me sinto honrado de tê-la oficialmente na minha família, Caleb também está feliz com você e se ele está, também estou. - Ele fala e a todo momento abre um sorriso caloroso. 

-Obrigada, senhor Hunter, significa muito para mim sua aprovação. -Dito isso o abraço.

 Ele não esperava pelo abraço então fica meio surpreso mas depois retribui  e ali percebo que ganhei um segundo pai. Mas que o meu não me ouça pensando isso. Tomamos nosso café em um silêncio bom, conversamos entre uma mordida ou uma bebericada no café, ali o pouco do meu nervosismo e timidez já se esvaiu e eu rio de algo que o senhor Hunter diz sobre Caleb e em cada palavra dita sinto o peso do amor fraterno entre os dois, em meio a isso meus pensamentos acaba em Leavy e torço para que ela já tenha superado a terrível separação dos pais e que Thomaz a faça bem. Eu odiaria ter que sair dos meus limites e socar ele, mas eu faria, por Leavy. 

 Senhor Hunter diz algo sobre ter que resolver umas pendências em seu escritório e se retira, mas não antes de dizer parado na soleira da porta :

-Meu filho a ama muito, então não se magoem por besteiras, minha filha. -Antes que eu dissesse algo, ele saiu andando. 

    Apenas palavras de um pai que ama o filho e o quer bem e para a filha dos seus amigos queridos. Eu não magoaria Caleb, não mais. Com isso retiro-me da cozinha e começo a subir as escadas de volta ao quarto, se Caleb ainda estiver dormindo posso deitar com o mesmo e apreciar o quietinho do seu corpo. Eu subi devagar para apreciar mais fotos da família Prayn, principalmente as com a mãe. Quando parei no corredor olhei para todas as portas ali, eu sei o que se encontra em todas, menos uma, quando vim aqui na casa de Caleb no dia da piscina Star me falou sobre todas mas aquela ao final do corredor foi esquecida e mesmo com minha curiosidade mantive meu desinteresse. Mas agora eu parada ali, minha curiosidade voltou e caminho até ela. A porta branca e lisa não está trancada quando a abro, então considero como se não fosse um segredo o que tem dentro, dou um passo e quando olho não acredito no que vejo.