CAPÍTULO 25

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  Passava das 18:00 Star e Bryan ainda não tinham chegado do seu encontro, Leavy e eu estávamos na cozinha ajudando mamãe com o jantar, a mesma muito animada fazia tudo com perfeição.

-Se você quiser eu vou embora, para o jantar ser em família. -Leavy diz surrando ao meu ouvido.

   Agora sentadas no banquinho da bancada da cozinha, virei rapidamente em sua direção incrédula.

-Claro que não, Leavy. Minha mãe jamais pediria que fosse embora, ela mesmo te convidou. Pode ficar sentadinha aqui até o jantar. -Falo, abrindo um sorriso calmo.

-Tudo bem, mas se eu estiver atrapalhando me diz.

-Ai aí né.

   Olho novamente para mamãe, a mesma está passando azeite em cima da carne e a coloca no forno para assar, em seguida prepara a salada. 

-Esse Bryan é legal? Vocês gostam dele ?-Mamãe pergunta, segurando a faca na mão ela, passa o dorso da mão em sua testa suada.

-Bom, gostamos dele. Ele também é amigo do Caleb, mãe. E sempre que está com Star que estamos também ele a trata muito bem. -Falo.- Mas como a senhora é mãe, poderá ter uma opinião diferente da nossa.

-Isso é verdade. Como mãe, consigo ver além do rostinho bonito. -Fala, e dá uma piscadela em nossa direção.

   Seu cabelo ruivo preso em um rabo de cavalo reluzia quando a claridade da luz batia neles. Linda, forte e destemida; é como descrevo minha mãe. Tenho muita sorte de tê-la comigo, na verdade minha família é minha base, sempre me defende de tudo.  Se eu só queria ficar no quarto por vergonha, medo e tristeza eles estavam lá para dizer que eu deveria levantar a cabeça e enfrentar, sempre enfrentar. Eu os amo, amo muito. Amo por me entenderem, por não me virarem as costas como os outros faziam, por não jogarem na cara minhas fraquezas.

   -Está tudo quase pronto, estou animada.-Mamãe fala agitada. Saio dos meus devaneios e rio.

-Percebemos dona Maisa.-Leavy diz.

-Sem dona, meu bem. Pode chamar só de Maisa.

-Claro.-Leavy diz sem graça.

  Vê-la assim é engraçado, toda sem graça com minha mãe. E olha que minha mãe nem possui o rosto severo como certos pais, ela tem a aura mais tranquila e carinhosa.

  Ouvimos a porta sendo aberta, seria Star ou papai. Segundos depois nosso pai adentra a cozinha, seu olhar está cansado mas mesmo assim ele continua bonito, seus olhos verdes parecidos com o meu nos fita com o semblante interrogativo. 

-Então Star está mesmo trazendo o rapaz para nos conhecer. -Papai diz, vem até mim e deposita um beijo em minha cabeça. -Oi Leavy, que bom ter a amiga da minha filha aqui.

-Oi senhor William, é muito bom estar aqui. A Maísa me convidou para jantar aqui. -Leavy diz abrindo um sorriso tímido.

-Fique à vontade então.

  Papai vai até a mãe e deposita um beijo em sua boca. Ela sorri com a demonstração de afeto. Ele sussurra algo em seu ouvido, que a fez corar. Depois desses anos todos eles ainda se amam como da primeira vez é gratificante ver isso, quando eu achar alguém, quero que a pessoa me ame assim, como papai a ama. 

-Eles se gostam muito né? -Leavy pergunta baixinho para mim.

-Sim, demais até. 

-Nessa parte eu sinto inveja de você, não uma inveja ruim, meu deus não. Mas eu queria que meus pais se amassem assim de novo, como os seus.- Fala cabisbaixa. - Eles vivem brigando e dizendo que vão se divorciar, acho que meu pai até trai minha mãe as vezes sabe. 

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