CAPÍTULO 32

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Entrei na quarta aula com o sentimento de dever cumprido, me senti aliviada e com os pensamentos mais leves, me referindo a Scott. Assim que acordei pedi meus pais para que me acompanhassem à delegacia prontamente eles aceitaram e fiz o que eu devia. Eu sentia certo receio de Scott tentar outra investida comigo ou pensar que ele faria com outra pessoa, nada disso saia da minha cabeça, assim que sai da delegacia com minha denúncia feita, não sei como explicar, eu me sentia mais segura. 

   Preferi não ir para casa e matar o resto das aulas como meu cérebro pedia, por ainda estarmos no início do ano letivo, ainda havia sempre conteúdos importantes que eu poderia perder por capricho. E quando chegasse a época de prova eu me ferraria bonito.

  A porta da aula de biologia que compartilho com Caleb e Leavy está aberta então só entro e me deparo com a professora escrevendo sobre "Genética" no quadro branco. Ela para me olhando assim que percebe minha atenção e para minha infeliz timidez toda a sala repete o gesto. Em meio a todos os alunos certo olhos verdes são difíceis de ser ignorado, quando olho para o garoto que ontem estava na minha casa, no meu quarto e quase fizemos coisas indecentes demais para serem lembradas meu rosto queima de vergonha e por um segundo ele da um sorrisinho de que entendeu o que eu estava pensando. 

-Não precisa ficar parada aí, senhorita Lianna. Pode se sentar, o diretor já avisou sobre seu atraso . - A professora falou, amigavelmente. Em concordância, assenti.

  Meio tímida ainda, caminhei pro meu lugar vago no fundo da sala. Meu colega de mesa é um dos alunos que só participa da aula para dormir.  Sento-me e procuro Leavy, ela não está na aula. Estranho, ela não parece a aluna que faltaria aula no primeiro dia da semana. Não a vejo desde o incidente dos pais. Digo a mim mesma que no intervalo vou procurar saber.

    Abro meu livro e caderno e rapidamente copio o conteúdo no quadro. Entre copiar, foco nas vezes que a professora para e explica algo.  Eu não estava conseguindo prestar tanta atenção como eu queria, a preocupação com Leavy venceu meio tempo depois, ela não me ligou ou mandou uma mensagem de texto avisando que não viria. Será que seus pais resolveram colocá-la no colégio interno? Não, ela teria avisado. Isso, ou ela pode até está doente. 

  Sinto algo bater em meu braço, quando olho para baixo uma bolinha de papel levemente amassada está jogada perto do meu pé. Levanto meu rosto irritada e quando olho na direção do indivíduo não sei se penso em socá-lo ou se relevo. Caleb me olha com o rosto entre a dúvida e a vontade de dar uma gargalhada. 

 Ele diz algo apenas mexendo com a boca, aperto um pouco os olhos para tentar entender e percebo que ele perguntou se estou bem, pareço frustrada. Agora pronto, tenho um sensor de emoções ao meu lado, eu riria se isso não soasse tão ridículo.  Como ele fez, respondi que apenas estou pensando em Leavy e que depois conversamos. 

Se ele entendeu não faço ideia, apenas o vi concordar e continuei a atenção no que restava da explicação. 

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   Depois de duas outras aulas, que agradeci por nenhuma delas ter sido matemática, sai entre os alunos frenéticos para o refeitório (para alguns o pior lugar da escola). Como sempre eu estou com uma fome horrenda que pareço não ter comido nada. Entro no refeitório e o cheiro de comida só faz mais chamar minha atenção, muitos alunos já estão sentados com seus grupos, outros procurando o melhor lugar e muitos como eu indo para a fila comer algo. 

   À minha frente a garota morena pega sua bandeja com o que escolheu e é minha vez, opito por dois pedaços de pizza , um pudim e suco de laranja. Entre as várias mesas, avisto minha irmã com seu típico grupo, dessa vez Caleb não está com ela mais sim com os meninos do beisebol, vejo também Beatriz indo a seu encontro.  Reviro os olhos e procuro uma mesa vazia e afastada como sempre. 

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