Capitulo 2:

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•Maya•

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     Estava totalmente focada na fazenda, Dreamland para mim era mais do que um lar, via magia em cada mínimo detalhe, era como se a natureza e os animais me conduzissem a viver em um conto de fadas, onde não há lugar para a maldade do ser humano, tudo era simplesmente maravilhoso. Ajudava meu avô sempre com o trabalho pesado e não ousava me importar, ao contrário disso, eu amava ajudá-lo, arrumávamos cercas, vacinávamos o gado, fazia circuito com cavalos, alimentava as galinhas, acordava de madrugada para colher leite. Perdi meus pais muito jovem e então Jack que me criou, sempre tivemos um relacionamento muito bom, afinal ele era a única família que eu tinha e sabia que podia contar de olhos fechados.  Eu queria ficar sempre com ele cuidando da fazenda, como trabalho com cavalos nunca me vi saindo do Canada, eu vivia domando os piores cavalos selvagens, adestrava e participava de campeonatos regionais. Durante metade da minha vida quis seguir essa carreira de cowgirl mas acabou se tornando complicado, vovô descobriu que estava com diabetes e precisava injetar todo santo dia insulina no seu corpo, com isso começamos a ficar bem apertados, mesmo com o dinheiro que ele recebia da aposentadoria estávamos ficando encurralados de dívidas.

     Bom, tive que entrar em uma faculdade às pressas, acabei entrando com  17 anos... trabalhando com cavalos, ajudando na fazendo e cuidando do meu avô consegui me formar em medicina veterinária, queria trabalhar com animais de porte grandes mas vovô insistiu que eu aprofundasse mais meu conhecimento fazendo estágio em outro lugar, tentei várias vezes colocar a diabete como obstáculo mas ele era muito teimoso.

     Na luta, por meses me dizendo para fazer estágio em outra cidade Jack conseguiu até um lugar para eu morar em Manhattan, ele conhecia um amigo que ofereceu a casa para que eu ficasse o tempo que precisasse, tudo o que ele queria era saber que eu ficaria bem com sua partida. Meu avô vivia dizendo que eu precisava fazer amizades além das que eu tenho com os animais, Jack diz que ele não será eterno, e por mais difícil que seja, eu sei que não seria, com essa ideia de não me deixar sozinha no mundo Jack quis me mandar para longe para me prevenir de ficar sozinha o resto da vida naquela fazenda com os animais.

     - Fique à vontade. - vovô diz ao playboyzinho que estava todo folgado já se sentando na mesa, meu avô também se sentou, eu comecei a colocar as comidas na mesa com cara de poucos amigos.

     O playboyzinho até chamava atenção com sua pele bronzeada, seu bíceps não era exagerado mas possuía músculos definidos, seu cabelo encaracolado era um castanho claro caramelizado, seus olhos verdes claros, lábios finos e perfeitamente desenhados, alto, cheio de tatuagens nos braços, maxilar totalmente definido, quadris largos junto com o corpo proporcionalmente musculoso.

     Ambos começaram a conversar e sinceramente, não estava nem aí para o que falavam, terminei de colocar a mesa, me sentei no meu lugarzinho de sempre, comecei a me servir, Jack tinha feito strogonoff no fogão a lenha. Eu iria sentir muita falta dessa comidinha.

     - Maya, Oliver está sendo muito gentil, pedi a ele para ajudá-la em Manhattan então caso precisar de ajuda pode contar com ele. - ótimo agora mais essa, obrigada vovô.

     - Gentil seria se ele oferecesse ajuda voluntariamente e diretamente a mim. - bufei revirando os olhos focando na minha comida.

     - Bem geniosa a garota. - Oliver riu irônico automaticamente me estressando.

     - Boa sorte! – Jack  diz a Oliver rindo juntos.

     - Vovô! - fiz cara feia nada contente com esse complô formado contra mim, ele apenas riu voltando a comer.

Entre dois mundos - 1ª temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora