Bordel

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Sentadas no salão do bordel todas olhavam para Nebraska e ao invés de ser o contrário, o desprezo estava com elas, exceto é claro, por Yola.

Ela olhava Nebraska comum sorriso nos lábios e apreciava cada movimento dela.

Yolanda já estava acostumada, ela tinha um histórico de se apaixonar rápido e em todas as vezes acabar magoada. No entanto desta vez ela acredita que o inverno está do seu lado, já que Nebraska ficará com ela por quase 3 meses.
Ela agradecia incondicionalmente pelo inverno onde mora ser tão frio e com tanto nevoeiro.

- Então, como se chama? - Nebraska perguntou olhando para Yolanda. - Foi você que me salvou certo? - Yola assentiu sorrindo.

- Me chamo Yolanda.

- Apenas Yolanda? - Nebraska disse.

- Prostitutas não são dignas de sobrenome, é a lei. - Bridget disse. Ela abraçou Yolanda causando um certo desconforto em Nebraska. Ela não está tentando me deixar com ciúmes uma desconhecida, está? Pensou Nebraska.

No entanto mesmo Yolanda sendo uma desconhecida e trabalhando com a vida fácil, isso não mudava o fato de que ela e as outras aos olhos de Nebraska eram realmente abençoadas em beleza.

Yolanda olhava para ela com um ar de inocência e para todos exceto Nebraska já estava óbvio o quão iludida ela estava.

- Nebraska querida. - Serena se aproximou chamando a atenção dela. - Sinto muito mas se quiser ficar terá que trabalhar.

- Como? - Nebraska se assustou.

- Não se preocupe, não terá que se deitar com nenhum homem. Apenas ajude na faxina. - Nebraska concordou.

- Homens vem aqui nesse inverno? - As meninas riram.

- Eles vem em qualquer estação do ano, não tem nada que os impeça de ter uma mulher por uma noite. - Calina disse.

Nebraska ficou em silêncio as olhando um pouco quando respirou fundo.

- Vocês não sentem nojo? Digo, se entregar por dinheiro. - Ela soltou.

- Não adianta sentir nojo se você sabe que não pode viver de outra forma. O importante é ter comida no prato. - Aida respondeu. - Amor ou não é o de menos. - Todas concordaram.

- Eu acho que vocês escolheram isso por que quiseram. - Outra vez elas riram.

- Pense assim se quiser. - Calina disse. - Meninas vamos arrumar o salão e os quartos. Sugiro que a Yolanda cuide da sua donzela, já que ela gosta tanto dela. - Ela completou.

Yolanda deu um sorriso para Nebraska que lhe respondeu apenas com um suspiro.

- Vem eu te mostro o lugar. - Ela levantou-se e caminhou até a porta. Um pouco receosa Nebraska a seguiu e as duas foram direto para um corredor.

- Aqui tem a cozinha, o banheiro e o quarto onde dormimos.

- Dormem todas juntas?

- Sim. - Yola sorriu. - É mais seguro e econômico.

- Vou ter que dormir aí também?

- Bom a Serena não comprou uma cama para você. - Yola disse ironicamente. - Então receio que sim, você vai dormir e dividir a cama comigo, igual foi nestes 7 dias.

- Deixa eu te perguntar, por que cuidou de mim todo esse tempo? Dependendo das outras eu morreria certo? - Yolanda abaixou a cabeça, ela não queria ser sincera logo de cara e dizer que se apaixonou pela mesma.

- Eu sou um tanto sensível, só isso.

- Não, se você fosse apenas sensível não teria chorado e passado noites em claro. - Nebraska a olhou com desconfiança. Ela se aproximou de Yolanda a deixando nervosa. - Espero que não esteja interessada em mim, pois eu nunca iria me envolver com uma mulher suja. - Yolanda segurou firme o choro.
Ela já sabia de antemão o preconceito que Nebraska tinha, mas confia cegamente que um pouco de convivência ela a entenderia melhor.

- Não é nada disso, eu só tenho um coração bom. - Ela sorriu torto desviando os olhos do de Nebraska.

- É bom que seja só isso mesmo. Agora me deixe um pouco sozinha. - Ela andou até a porta do quarto parando e virando-se a Yolanda.

- De qualquer forma, mesmo você sendo quem é, você me salvou, então obrigado. - Nebraska sorriu e em seguida entrou no quarto.

Yolanda ficou pensando em como poderia ser tão otária por gostar de alguém que a odeia e jamais lhe daria uma chance, exceto, que ela mesmo sendo rejeitada e magoada, nunca desistiu de tentar encontrar a felicidade para aliviar suas mágoas.

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