still | adrinette

1 - soulmate

O mundo sempre irá dar voltas e isso é algo que todos reconhecem e têm na mente. Algumas pessoas acreditam em karma, outras em destino e, de forma especial, há as que acreditam em almas gêmeas.

Segundo o Wikipédia, "almas gêmeas" seria uma conexão entre pessoas onde há, acima de tudo, afinidade. Isto pode ser relacionado com a similaridade, o amor, romance, intimidade, sexualidade, espiritualidade, compatibilidade e confiança.

E Marinette Dupain-Cheng acreditava em cada palavra. Mas isso, ainda, não havia sido definido à si mesma quando ela tinha dezoito anos de idade.

No ensino médio, a garota de olhos azuis teve a sorte de se apaixonar, perdidamente, por um loiro de olhos verdes, que também só tinha olhos para ela. Havia sido quase amor a primeira vista, pois seu instinto já havia definido que aquele garoto alto era uma pessoa bondosa e que ela queria por perto; depois de pouco assunto com ele, percebeu que as almas se conectavam de um jeito único.

Começaram a namorar oficialmente apenas no segundo ano do ensino médio, sendo um casal aclamado por quase todos os alunos.

Não havia como negar o fato, que quase parecia científico de tanta química que havia entre os dois, de que eles eram perfeitos juntos.

A garota gostava muito de poesia e nunca disse para o seu amado e popular Adrien Agreste que o amava com todo o coração. Na verdade, ela escondeu tal fato ao máximo, mesmo tendo total consciência de tais sentimentos para com o capitão do time de futebol.

Também é muito comum que nós, a sociedade humana e meros mortais, nos arrependemos icontáveis vezes. E ela se arrependia, amargamente, de ter terminado com o namorado dos seus sonhos para que ambos pudessem cursar a faculdade sem problemas do passado interferindo.

A mestiça odiava atrapalhar e não queria que Adrien a visse como um peso a se carregar, já que eles iriam fazer faculdades diferentes e distantes. Marinette terminou com o Agreste apenas para que ele pudesse ser livre, a deixando com coração partido por anos.

Adrien não questionou quando a garota disse as palavras que eram repetidas várias e várias vezes em sua mente. Na verdade, aquela noite havia sido especial e importante.

"Eu não quero que termine", ela disse, com o olhar voltado para baixo. "Mas não quero que você vá para Londres e me veja como um peso a ser carregado. Não quero que você se prive de fazer as coisas que pode querer fazer com os amigos que ainda irá conhecer por minha conta. Por isso, quero que entenda que não estou terminando porque eu parei de gostar de você, mas sim porque eu vejo que esse é o melhor para você."

Assim, o rapaz pegou nas mãos dela, deu um beijo em cada uma e disse que, se aquela era a última vez que iriam ficar juntos de forma oficial, e já que ela estava tão decidida, deveria valer a pena.

Embora quisesse, ele também nunca disse que a amava. Nunca disse que ela era a única que ele queria e que ela não era um peso a ser levado. Pelo fato de que a Dupain-Cheng parecia ter tanta certeza do que queria, o loiro apenas aceitou aquele fato.

Adrien foi para Londres, estudar artes cênicas na prestigiada e desejada Royal College of Art. Marinette sabia que aquele era seu sonho e não o impediu para isso. O sonho dela era a ESMOD, mas não tinha dinheiro para pagá-la. Desse modo, apenas disse que iria arranjar algum trabalho em um dos vários ateliês famosos que havia e seguir seu sonho, podendo ter a chance de virar uma estilista com ou sem a sonhada graduação.

Marinette suspirou pesadamente e se jogou no divã de seu quarto, olhando para o manequim. Aquele vestido de baile parecia nunca ser finalizado. Ela apenas sonhara com aquele vestido e não tinha ocasião para usá-lo. Ela, apenas, queria fazê-lo.