Adrien a viu levantar e se afastar. Ela parecia tão cansada e triste. Pensou que o fato dela se sentir daquele jeito, era por sua causa.
Se encolheu por um momento. Mas, de um instante para o outro, sabia que não era o certo ficar ali e esperar que tudo se resolvesse. Portanto, se mexeu, pronto para se levantar e ir atrás dela.
— Não ouse sair daqui. — Chloé disse, colocando uma mão em seu ombro e o forçando a ficar ali.
— Por quê? — perguntou, olhando da loira para Marinette, que se afastava cada vez mais.
Seu peito doía. Por tudo que era divino, o fato dela estar se afastando pareceu tê-lo quebrado por inteiro. Era como se ela estivesse o evitando. A sensação era a mesma que ela causou no término: ela se afastou aos poucos, até desaparecer completamente.
— Porque ela precisa de um tempo, Adrien. — Chloé respondeu, rispidamente. — Até parece que você não a conhece.
— Eu... não posso deixar ela se afastar e sumir de novo. — ele sussurrou. A loira sorriu para ele, sabendo exatamente o que ele sentia.
— Ainda assim, não é o momento. Espere um pouco. — ela pediu, gentilmente. Adrien a obedeceu.
Viu Alya e Nino cochichando entre si. Era visível que a garota estava brava com o namorado. O rapaz se perguntou se o fato de ter ido aquela reunião havia sido um problema.
— Eu acho que eu não deveria ter vindo. — ele sussurrou para Chloé, que o olhou com raiva.
— Nós conversamos sobre isso depois, Adrien Agreste. — disse, com raiva e voltou sua atenção à Kim e Sabrina.
O Agreste ficou em seu lugar, se forçando a comer algumas coisas e conversando com alguns amigos de forma animada. Queria que a loira dissesse que ele poderia ir atrás da garota, mas ela nunca liberava.
Então, depois de um tempo, que pareceram horas, Bourgeois apenas sussurrou "vá". O loiro pediu licença ao grupo, se levantou e passou a andar até Marinette.
— O que raios ele vai fazer? — Alya, ao ver Adrien se levantar e ir em direção à qual Marinette havia tomado, perguntou ao namorado, que apenas ergueu os ombros, realmente perdido. — Eu juro, Nino, que hoje eu mato você e o Adrien se ele fizer algo de ruim para a minha amiga.
— Fica tranquila, amor. — o rapaz disse, tentando fazer com que a namorada recuperasse a calma. — Ele não vai fazer mal algum para ela.
— Eu espero muito que você esteja certo, Nino Lahiffe. — ela disse, o fuzilando com os olhos.
Adrien a olhava enquanto andava, a vendo olhar para o céu por entre as folhas. Se perguntava o que iria dizer quando estivesse em sua frente. Não sabia se apenas lhe perguntava se estava tudo bem e logo depois fosse embora, mas ele precisava ouví-la.
De um segundo para o outro, ele estava na frente dela. Enfiou as mãos nos bolsos frontais da calça, querendo esconder o nervosismo.
— Oi, Marinette. — ele se viu dizendo. A garota voltou seu olhar sem brilho para ele. — Podemos conversar?
Ela o encarou por um tempo, o que o fez sentir um desconforto que pareceu indescritível, mas ele compreendeu o lado dela. Claro que Marinette estava assustada e era difícil para ela vê-lo ali, depois de quatro anos.
Caso pudesse, ele voltaria ao passado e diria tudo que se passou em sua mente quando ela disse que eles deveriam terminar.
Então, lentamente, ela concordou com a cabeça. Aliviado, Adrien se sentou na outra ponta do banco, receando tocá-la ou fazer a mesma pensar que isso iria ocorrer.
Ficaram em silêncio. Marinette esperava o rapaz falar, pois ele havia ido atrás dela. Por sua vez, Agreste não tinha ideia do que dizer, então apenas ficou naquele silêncio desconfortável, pensando em algo de forma urgente e pensando em como iria começar a falar com a mesma.
— Você está bem? — ele perguntou, de repente, não olhando para ela.
— Sim. — ela respondeu, depois de poucos segundos. Ele sentiu uma felicidade engraçada ao ouvir a voz dela. — E você?
Parou para pensar. Ele se sentia errado de estar ali e sabia que o desconforto era culpa dele, assim como também sabia que Marinette estar fria daquele jeito era sua culpa. Cruzou suas mãos uma nas outras, apertando seus dedos.
— Também. — conclui, por fim, sabendo que todas as pessoas respondiam isso e seria estranho se ele respondesse o contrário. — Fiquei... preocupado quando você veio para cá... algo parecia te incomodar.
A Dupain-Cheng virou o rosto para ele e sorriu, inclinando a cabeça um pouco para o lado. Adrien se virou para ela apenas para ver aquele sorriso.
— Nada está me incomodando, Adrien, mas obrigada pela a preocupação do mesmo jeito. — disse e abriu os olhos novamente.
Algo em seu tom de voz não o convenceu. O fato dela ter inclinado a cabeça para o lado pareceu ter comprovado isso. Pelo o que ele a conhecia, Marinette estava mentindo e ele não queria que ela fizesse isso.
— Você está mentindo para mim, bugnette? — ele perguntou, de repente, o que a pegou desprevenida.
— Eu... ah... não! — gaguejou, olhando para frente mais uma vez, enquanto as bochechas rosavam.
— Eu costumava te conhecer muito bem, você sabe. — sua voz soou tranquila, assim como queria que acontecesse. — E me lembrei desse pequeno e mínimo detalhe da sua inclinação de cabeça para o lado direito quando mente. É algo que percebi, mas não estou jogando contra você eu só... queria que você fosse honesta.
Os olhos azuis voltaram-se para ele, que estava concentrado em seus próprios pés. Depois de um tempo naquele silêncio enlouquecedor, Marinette levou uma das suas mãos até o joelho do rapaz e o apertou levemente. No mesmo instante, os olhos verdes voltaram-se para os dela. Assim, ela sussurrou:
— É bom ver você de novo, Adrien. Deveríamos marcar algum dia para saírmos. — e, como se fosse simples, ela se levantou e voltou para a turma.
O loiro ficou parado, repetindo a si mesmo as palavras de Marinette, que não pareciam fazer sentido. Ele queria conversar, só não sabia como fazer.
Adrien cobrou honestidade da menor, mas nem mesmo ele estava sendo sincero consigo mesmo.
Marinette era uma pessoa, normalmente, agitada e extrovertida. Naquele dia, ela parecia tão para baixo e quieta. Adrien não sabia daquilo, mas a mulher havia se tornado outra pessoa enquanto ele estava em Londres: por falta de uma felicidade que sempre estava ali, ela se tornou uma pessoa fechada e sempre na defensiva.
Ele queria ser sincero. Por Deus, como ele queria! Adrien queria a dizer que estava com saudades, mas ele não queria que as cenas se repetissem. Era difícil demais ter que superá-la, ainda mais sabendo que a amava de todo o coração e não tivera a chance de lhe dizer aquilo.
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still | adrinette
Fanfictiononde Marinette ainda sente borboletas em sua barriga. ou onde Adrien pede por honestidade.