Capítulo 23

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POV. Rubi

 Vovó e eu chegamos na hora do discurso de tia Mari. Emma estava ao lado do caixão me aproximei tentando controlar minha dor, Coloquei a mão no ombro de Emma calmamente. Em sinal de apoio.

Rubi: Patinho?! (Falei com a voz falha, prestes a desabar. O que não durou muito tempo, ao olhar pra dentro do caixão e ver tio David ali, não parecia real até ver ele ali. Emma chorava em silêncio enquanto eu tinha uma mão em volta de seus ombros, e a outra coloquei em cima das mãos dele, sempre tão carinhosas e quentinhas... agora geladas. Após algum tempo de um choro sentido, consegui me controlar um pouco mais pra poder falar). Desculpa Patinho, eu deveria ser forte por nós duas. (Não consigo mais segurar o choro e desabo novamente).

Eu estava ao lado de Emma a uma meia hora e ela não havia pronunciado se quer uma palavra... nem mesmo movido um musculo se quer, a única coisa que era possível notar eram as lágrimas descendo por seu rosto. 

Zelena: Rubi! (Ouvi a voz de Zelena e ergui minha cabeça pra encontrar os olhos mais lindos e únicos no mundo capaz de me acalmar ao menos um pouco no momento. Ela se aproxima me abraçando imediatamente).

Rubi: Amor! Você veio.( Nos braços de Zel consigo respirar fundo e acalmar meu choro).

Zelena me solta e abraça Emma, desejando os pêsames a ela. Mas ela continua inerte, não demonstrando reação alguma. Zel solta ela do abraço e passa a mão em seu rosto secando as lágrimas. Zelena faz uma expressão estranha pra mim, mas noto com seu olhar que é melhor conversarmos depois.

Alguém passa a mão no meu ombro e em seguida vai  até Emma, quando noto que esse alguém é Regina olho pra Zel com cara de quem não esta entendendo o que ela esta fazendo aqui. Zel faz cara de desentendida e eu prefiro deixar pra lá.

Pov. Regina

Chegamos ao cemitério, e antes de me aproximar Zelena me fez respirar fundo umas mil vezes antes de descermos do carro. Zelena me conhecia muito bem pra saber que depois da conversa que tivemos faltaria muito pouco pra mim explodir e fazer uma grande merda. Minha vontade era entrar lá e esbofetear a cara de Mari Margareth, mas não era hora, momento e nem local para isso. Precisava me acalmar até mesmo pra poder passar um pouco de força pra Emma. Minha menina tão jovem mas já passando por tantas coisas terríveis ao mesmo tempo. 

Quando entramos meu olhos procuram inquietos até pousarem na imagem de Emma ao lado do caixão, com Rubi ao seu lado. Como eu queria correr e abraçar ela, dizer que ela não esta só que eu estou e sempre estarei aqui por ela independente de qualquer coisa. Mas Zelena me cutuca e faz sinal para que seguíssemos até a mãe de Emma. Dou os pêsames de maneira formal e apresento Zelena que faz o mesmo. (Consigo até sentir um pouco de pena da mulher que parece amar realmente o marido). Seguimos até as meninas, Zelena foi na frente pois estava muito aflita por Rubi também, aliás, eu só conseguia sentir inveja da minha irmã naquele momento. Afinal ela e Rubi estavam oficialmente namorando e ela não precisava e nem fazia questão de esconder seus sentimentos. Apertei o ombro de Rubi como sinal de apoio mas segui direto até Emma.

Pov. Emma

Regina: Emma! (Ouvi aquela voz e foi como ser arrancada da beira de um precipício, ergui meu rosto em sua direção e encontrei aqueles olhos marejados e aflitos, não foi preciso mais nada, me joguei em seus braços e desabei, sem pensar em nada que não fosse tentar acalmar essa dor e esse vazio que estou sentindo).

Não sei por quanto tempo fiquei ali, sei que não havia nenhum outro lugar no mundo que eu poderia estar naquele momento.


Pov. Regina

Emma se agarrou á mim como se eu fosse sua tábua de salvação. A vontade de chorar era enorme ao ver ela ali tão frágil. Mas não era momento pra isso, era momento de dar a força que ela precisava e era isso o que eu seria pra ela, a partir de agora, Sua Fortaleza!

Regina: (Passo as mãos em seus cabelos) Eu sinto muito, você não imagina o tanto que eu sinto. ( Ela soluçava em meus braços). Como eu queria poder te proteger de tudo de ruim desse mundo, queria ter o poder de passar tuas dores pra mim. 

Passei o tempo todo ao lado de Emma, pra ser mais especifica, estávamos abraçadas. Sentia os olhares de Mari, completamente contrariada pelo que via. Mas nada ali me importava naquele momento a não ser, passar um pouco de conforto e segurança pra Emma. O enterro acabou e as pessoas foram saindo, Mari se aproximou de nós e tocou meu braço.

Mari: Professora Mills! (Quando notei quem era,  lembrei de tudo e tive que fazer um esforço sobrenatural pra não explodir na frente da Emma) Eu queria agradecer a sua atenção, muita gentileza sua já que não temos muito convívio na escola. 

Regina: Não há o que agradecer, nessas horas. ( Aperto sua mão formalmente) Emma é uma aluna muito especial. Eu estou aqui porque não poderia ser diferente. Estou aqui pra que ela saiba que independente da situação, ela pode sempre contar comigo. (Falo isso olhando pra Emma, que demonstra gratidão com o olhar).

Mari: Obrigada pelo apoio, de qualquer forma. Vamos Emma! ( Emma abaixa a cabeça e segue a mãe sem trocarmos mais uma só palavra. Fico olhando elas se afastarem, quando noto Zel e Rubi se aproximando).

Zel: Vamos Regina, quero deixar Rubi e a Avó em casa. 

Rubi: Já falei que não precisa Zel, sério! Já até chamei um carro no aplicativo, esta a dois minutos daqui. 

Zel: Amor, porque você chamou? Não me custava nada levar vocês. ( Elas se despedem com um beijo e encostam as testas uma na outra) Fica bem! Promete me ligar pra dar notícias?

Rubi: Prometo! Vovó tá me esperando, tenho mesmo que ir...  

Rubi: Tchau Professora Mills.

Regina: Tchau Rubi, e mais uma vez... eu sinto muito mesmo. Sei o quanto ele era importante pra você também!

Rubi: Obrigada! ... Regina...

Regina: Sim...

Rubi: Não desiste da minha irmã, ela vai precisar de você mais do que nunca! 

Dou um simples aceno e sei que Rubi me entende. Ela sabe que eu faria a partir dali, de tudo pra ver Emma feliz novamente! Independente dos riscos ou de que tipo de relação teríamos, minha proteção com Emma viria antes de tudo.

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