Capítulo 10 - Ninguém.

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𝐏osterior ao que parecia ser o recorrer terminal, cá estou eu, voltando aos pés deste sentimento banal; já excedo os limites do carnal, almejando o amar incondicinal. Independente da forma de amar, quero do teu lado estar, porquanto, minha vida tributei ao ato de meramente sonhar do teu lado herdar de situar-me, e porquanto nesses breves pensamentos. O motivo de meus pensamentos mais bobos, dos meus sorriso mais tolos. Um refúgio de paz, mesmo sendo imaginário já me satisfaz, logo que isso é algo que já faz parte de meu viver, e sem isso minha essência se desfaz; sem isso meu eu se esvai. Como as cinzas mortais de um corpo carbonizado em meio ao vendavál, meus pedaços voam longe sem esta presença, e essa reação não tem aval. Claro, muitos podem dizer que isso é banal, já disseram até mesmo que era desejo carnal. Disseram que era anseio jovial. Ah, mas nesses momentos, sim, senti vontade de jogar teus corpos em meio ao canavial. Todavia, nada fiz, e dito isso aos poucos fora eu escondendo esse sentimento e "colocando-o debaixo do tapete". Debaixo do tapete nada se repete, está escondido, logo não se abala nem mesmo sobre a melodia de um trompete. Não se acanha ao ver um topete mal feito, porquanto não o vê. Esse ato de não ver, em poucos instantes virou parte de meu ser, mas isso era tolisse, pois em tudo conseguia te ver. Nos mínimos detalhes, nas pequenas imagens, todavia não era tudo benigno, havia teus males. Ah, mas não canso de dizer, tu é chave do meu coração, só de pensar em ti, no peito aperta forte a emoção. O peito bate forte, até mesmo erra as batidas. O corpo fica gélido quando imagino a imersão em teu olhar profundo nos pensamentos, ah, isso me deixa perplexo, como pode ser tão perfeita até mesmo dispersa? Nesse teus pensamentos, minha pessoa gostaria de estar imersa. Como eu gostaria de estar junto à ti vendo uma peça, juntamente a ti rir e chorar, mas não somente isso, como contigo brincar e soluçar, nesses momentos me alegrar.

Esses sentimentos mais do que tudo, confortam meu coração, mas doem ao lembrar dos momentos em que chamara-lhe-eu de ninguém. De Ninguém eu era refém. De Ninguém é esse amor que me atém. De ti, o meu ninguém, era dada a chave que abria e fechava meu peito. Tu era meu ninguém sem dúvida alguma, porquanto até mesmo uma mísera foto atingia-me a alma. Somente em vê-la, as lágrimas meus olhos deságuam. Fiz e refiz tantos contos, tantas declarações, somente para não deter no peito essas emoções, pois nem mesmo eu consigo tolerar isso por muito tempo. Eu te amo, eu te venero, em um lugar feliz te espero. Minha flor, meu faról, a luz de meu nevoeiro, minha chave, meu girassól, meu sol. Tu guia-me em direção ao benigno. Toma-me pela destra e me leva ao além, onde posso dançar no ar, e escutar belas melodias que de certo trazem-me as boas e velhas nostalgias. Tão bela... Tu é tão bela, parece ter sido pintada à tons aquarela por um pintor inigualável. Até mesmo Pablo Pícasso e Leonardo da Vinci teriam inveja dele, e tu, tu é invejada até mesmo por Monalisa. Ah, imagino teus cabelos voando junto a brisa; sinceramente, meu coração acaba de morrer. Cansei de formalidades, ajo com naturalidade a partir de então. Você que tomou meu coração, e a chave da porta dele está nas suas mãos, ande, discarte-a. Você não é somente minha chave que abre a porta do meu coração, é a tempestade que trás à ele a agitação, o mar de emoção. Tu facilmente o transborda, e logo me imerge nas emoções, nisso esqueço das transgressões. Os próprios problemas meus passam a ser rápidas sensações, quando lembro de ti que vem a anos e anos tomando espaço em meus corações; renovei-me a cada um que fora quebrado e logo mais recolado. Renovei-me a cada coração renovado. E em cada coração tu sempre teve um espaço reservado. Por ti sempre fui apaixonado. Venha, tome minha mão e vamos até a Terra do Nunca, onde nossos sonhos mais impossíveis se tornam realidade. Lá meu sonho de ser rei se concretiza por finalmente noivar com uma princesa igual tu... Mas isso é impossível para mim. Nunca conseguiria isso sozinho. De nada adiantaria tu saber disso, pois Ninguém tem interesse nas dissertações que esforço-me para adicionar as verdadeiras emoções.

Claramente sou mais um dos moribundos, porquanto nesse caminho calejado por pedras, sigo nessa reta certa sem calçados em meus pés. Continuo nessa trilha para que Ninguém possa virar Alguém em minha vida patética. Continuo caminhando por minha ética, mas principalmente, por esse amor platônico, que fêz-me perder mais uma noite de sono. Claramente não há de ser o Recorrer Terminal, mas sim, mais uma vírgula à história que é composta por capítulos; a ti devoto todo meu amor. Desde seu florescer. Desde que virara meu farol, tirando-me das garras nefastas do nevoeiro, que há muito tem sido traiçoeiro. Te amo desde que minha paixão por ti me fez superar meus obstáculos, tendo algumas pessoas servindo como receptáculos para isto.

E principalmente... Devoto a ti todo meu amor, chave que abriu verdadeiramente meu coração, porquanto por sua conta, hoje sinto de tudo com fervor, sinto até mesmo o ardor destas chamas que queimam internamente. Que queimam do coração até mesmo mente. Anseio abertamente pelo dia que parte de meus anseios possa eu sacear; ao menos espero poder lhe abraçar. Em teus braços quero estar. Sentir teus batimentos, a respiração, tudo isso me conforta o coração... Ó minha chave, não... Ó minha tempestade, minha tormenta, minha calmaria, meu relento. Tu acalma e movimenta meu coração semelhante a forma que o vento opera. Espero que os fortes vendavais soprem tu até mim, e que tudo conspire ao nosso bem e união. Anseio-te como um girassol anseia pelo sol, onde quando a gigante estrela de fogo some, estes ficam cabisbaixos; assim sou eu na sua ausência. Me graceje com tua presença. Ponha um fim na minha vida melodramática, não quero mais viver de derramamento de lágrimas e abuso de lástimas. Quero vivenciar estes anseios na prática. Quero poder te abraçar, ter-me consigo envolto em tuas carícias de afeto. Quero me envolver com a pessoa que certamente é Alguém em meu viver, e não somente um ninguém.

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