Capítulo 05 - Recordações.

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𝐍ovamente eu acordei. Para a vida, eu despertei, e meu passado agora recordo-me. Em meu rosto as lágrimas herdam de lavar, não consigo mais me levantar. Afundei-me em um poço escuro, tal esse que é meramente o passado, onde o amor sequer me vinha em mente. A solidão não assolava, pois sempre comigo estava a dor e a desesperança. Não havia trégua sequer para fazer aliança, para trazer um tratado de paz em meio a esse caos, onde tudo que era esses seres maus. Meus dias eram um verdadeiro inferno, não tinha ideia de quando seria o dia derradeiro, que desse mundo eu partiria por inteiro. Minha vontade era de simplesmente sumir, desaparecer, pois por esse mal, eu vim de sucumbir e pouco a pouco, a perecer também. Era una cadeia, onde os livros eram uma salvação. Eu tinha que fugir da minha realidade, não queria sofrer tal maldade. Sempre fui calejado por sequelas de dias passados, essas marcas são provas de como eu fui forte, esses são meus machucados, hoje cicatrizados. Não sou a mesma pessoa de anos atrás, o sofrer meu não quero ver mais. Minha própria alegria é o foco principal, mas o amor em seu resplendor fenomenal, me atraiu de tal forma, que meu egoísmo desfez-se. Não tenho mais olhos para tal ego, por conta daquela pessoa que agora sou cego. A minhas dores foram sumindo aos poucos, enquanto aos sentimentos loucos, eu fui me entregando. Não me arrependo de nada, pois se me arrependesse, meu destino estava na faca; devo a ela tudo o que venho de ter, a alegria, o ânimo, até mesmo o desânimo. Não sou uma mera carcaça vazia, agora sinto, posso ver como uma pessoa é quente e a outra é fria. Sei como ser intenso, ou ver um momento tenso. Vivo momentos alegres e profundos, vejos os pontos altos e fundos, não é mais um tenso nevoeiro, não é cinzas de cigarro num cinzeiro, é uma vida agitada em um cruzeiro que rente ao mar sobe e desce, agita e apazigua. É algo perfeito... Mas ainda há coisas que não vejo; não vejo a beleza humana, a não ser naqueles que foram especiais em minha vida. Mas em tese, somente minha portadora, é a que eu considero a mais bela. Sem contato físico, sem beijos, sem jantares a luz seduzente de uma vela, eu apaixonei-me. Uma paixão ardente e verdadeira, algo que posso matar e morrer para defender. O amor sim, existe ainda, ele queima intensamente, mas não dói. Na época da ilusão, a emoção se destrói... Por qual razão tudo se corrói de tal maneira? Tudo decai dessa forma após se deparar com a primeira ladeira? Ah... Isso é repulsivo, o amor não deve ser algo tão frágil, assim como um ginasta, com ele deves ser ágil, falando assim até parece fácil, mas é exatamente por isso que digo, o amor não é brincadeira, mas também não é lixo ou algo se temer, e sim algo a se render. Tal sentimento te faz abrir os olhos, mesmo com minhas recordações, vejo que o amor fazer presença nela, é o que mais me mudou. Foi o incentivo que me restou, o que me empurrou e levou a pontos alvos, me deixando como um doente sem laudos. Mas de uma coisa sei, mesmo louco por meu amor e seu vivido esplendor, prezando teu ador e calor, algo de alto valor, tem que antes de tudo ter a ciência de quando está a ser irritante, repulsivo, enjoante. Se ama, demonstre, fale, chame...

- 'Tá falando muita merda, quem em pleno século XXI ainda pensa nessas paradas bregas de amor e declaração? Para muitos é só ilusão e angústias sob o coração. Vivemos em um era de insegurança, quem tu pensa que é para falar de amor e ainda assumir a liderança?

O amor é algo inexplicável, mas isso tudo que tu estás a se referir, é o medo de se apaixonar e se machucar. Feridas... Você tem medo disso, não é? Bom... Não temas, por mais que tu tenhas medo disso, há coisas que desde cedo apresentam indícios, tente perceber os sinais, para que no final, venha tu de se alegrar. Há realmente muita coisa que pode nos machucar, mas claro, temos que dar o tempo ao tempo para se organizar e vim de conversar... Esqueça de seu passado nesses momentos, àqueles dias repletos de relentos, àqueles momentos violentos e em àqueles em que tu foi somente um instrumento. Esqueça tudo. Foque-se somente em seu objetivo, mire em sua alegria... Recordações... Isso me recorda de muitas coisas, me lembra dos meus nevoeiros, meus problemas concentrados antes de encontrar a minha chave. Meus problemas eram coisas que me cercavam, logo também agiam na vontade de me cegar, de me atolar em meio ao solo. Algumas vezes até me afogar em meio ao lamaçal da angústia, o jordão dos problemas, esse qual foi enraízado junto mim aos 6 anos, e desde então convivo com ele. Meu breu era absoluto, não importava nem o luto alheio, já em mim não residia nem o desejo de viver... Essa é uma coisa desgostosa de se lembrar, mas é importante para que consigamos avançar. Não é prazeroso remoer as recordações, mas ainda sim, é algo que precisamos. Saber nossos erros, melhorar-nos e consequentemente, também nos refinar, para que até no ato de amar, venhamos de triunfar.

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