Capítulo 5.

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- Pelo amor de Deus, Louis, para de ser burro! Como você consegue ter sucesso no crime sendo tão burro?

- Eu não vou deixar você me foder, Styles, burro eu seria se fizesse isso. O que me garante que te deixar aqui sozinho vai me trazer meus resultados? Quem me garante que você não vai armar pra mim? - ele arqueou as sobrancelhas.

- EU TENHO O QUE TEMER, LOUIS, PORRA! - Harry gritou e depois fechou os olhos, respirando fundo, tentando recuperar a calma. - Todo mundo sabe que eu tô morando sozinho, Louis. De repente, eu sumo da escola, eu paro de dar minhas aulas, eu desapareço. Não tem como entrarem em contato com minha família, o que você acha que vão fazer?

Louis parecia pensar, mas a paciência de Harry já tinha ido embora.

- ELES VÃO VIR AQUI, MERDA! Quando a gente menos esperar! É isso que você quer? Porque eu não quero. Acredite, Louis, se eu quisesse chamar a polícia eu já tinha feito isso, você é burro que nem uma porta, eu tenho recursos o suficiente pra fazer isso sem você perceber.

- Styles! Me respeita!

- Ah mano, sério...

- Tá bom, ok. Você tem um bom ponto, Einstein. Eu deixo você dar sua aula. Duas horas, nem um minuto a mais. Se a garota tiver aqui quando eu voltar, eu dou um tiro na cabeça dela antes de você ter tempo de pensar, tá me ouvindo? - ele apontou o dedo no peito de Harry.

Ouvir isso fez ele estremecer, revendo lembranças na sua cabeça que ele daria tudo pra esquecer.

- ok. Duas horas.

- Agr vai pra sua escolhinha de idiotas e me avisa quando você tiver vindo. - ele virou, indo até a janela do quarto e acendendo um cigarro.

Harry ainda estava parado, tentando se recuperar do trauma. Tentando controlar o choro e as emoções.

- o que tá esperando? Não vai querer se atrasar, não é mesmo? - Louis encarou.

O garoto pegou a mochila do lado da mesa e foi embora.

*

- Ei, o que houve ontem? - Dua sentou com Harry na hora do almoço, que estava sozinho.

- Como assim? - Harry desconversou, sorrindo forçado e pegando uma batata, já fria, do seu almoço, pra fingir que estava comendo.

- Eu não sou burra, Harry. Você pode achar isso pela minha popularidade, mas eu não sou. Você parece péssimo!

- Poxa, muito obrigado Dua, você também - ele falhou uma risada.

- Para de ser idiota - ela riu e deu um tapinha nele. - Você.. você pode me contar, Harry.. sabe, se precisar de uma amiga, se precisar desabafar, eu posso ser sua amiga.

Eles se olharam. Ele implorava por ajuda com o olhar.

- E eu nem vou cobrar por isso - ela sorriu.

E ele riu, ou pelo menos tentou. É como se faltasse forças no menino pra fazer qualquer coisa.

Ele respirou fundo e voltou os olhos pro prato, intocado.

- eu queria poder.. - ele mudou de ideia no meio da frase - eu tô bem, chatinha, e eu vou te provar que não tem nada acontecendo. A gente pode ter uma aula hoje na minha casa, depois da escola.

Ela sabia que isso não provava nada, mas seria bom ir pra investigar. E pra ver se conseguia fazê-lo falar.

- ok, fechado - ela se levantou, sorrindo e deixou um beijo na bochecha dele antes de sair.

Harry não entendeu aquele beijo, mas pra Dua foi só uma forma de mostrar que ela estava disposta a ser amiga dele.

Depois da aula, ela estava esperando por ele do lado de fora da sala de cálculo.

- oi nerd - ela abraçou ele com um braço em volta do pescoço.

- Ei, auch! - ele sentiu seu corpo sendo puxado um pouco pra baixo - qual foi?

- Estamos prontos pra ir? Hoje você vai me deixar mexer no RP7T?

- Vamos ver - ele riu - deixa só eu fazer uma ligação, ok? Eu já volto - ele saiu de perto dela e pegou o telefone.

Ele ligou pra Louis só pra avisar que estavam indo, e voltou.

Dua encarava ele, como quem estudava.

- Meus pais estão em Oslo, cuidando da minha irmã, aí eles ficam preocupados que tô sozinho, sabe? - ele sorriu sem jeito.

- Sabe o que eu acho curioso? - ela fitou ele.

- O que? - uma interrogação se formou em seu rosto

- Quando eu te perguntava as coisas, você nunca me respondia, jogando com esse seu jeitão arrogante. Mas, agora, eu não perguntei nada...

A ficha dele caiu. E ele tentou pensar rapidamente em alguma coisa.

- eu só achei mal educado da minha parte sair assim sem falar nada.

- Mas você falou, falou que ia fazer uma ligação.

- Tá bom Dua, podemos ir?

Ela percebeu a irritação na voz dele e resolveu não cutucar mais.

- Podemos - ela sorriu sem dentes e o puxou pelo braço.

Ele não hesitou, mas já não parecia mais tão amigável quanto antes. Durante todo o caminho de ônibus eles foram calados, ela ouvindo música e ele pegando no celular o tempo todo, mas desistindo de usá-lo em seguida.

Quando eles chegaram, Harry viu o carro preto tão familiar dando partida, e gelou. Mas, pra Dua, nada de anormal tinha acontecido.

Ele demorou alguns segundos pra se recuperar, e alcançou-a antes que ela desse por sua falta. 

Ele abriu a porta e ela não esperou ele dizer nada pra adentrar em sua casa, indo direto ao quarto do menino.

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