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Capítulo 4.

Não foi coincidência, nem os mesmos motivos que fizeram Dua e Harry não dormirem àquela noite.

Dua não conseguia esquecer os olhos fundos do menino, pálido como um fantasma, se afundando ainda mais com o susto ao olhar as horas.

Ela não conhecia Harry. E sabia disso. Eles dois, na verdade, mal se gostavam. Mas, ela sentia a angústia dele, porque era isso que ele transpirava, e isso não a deixava dormir.

Já Harry, estava exausto. Ele só queria dormir, conseguir dormir, poder dormir.

Mas, pela 8ª noite seguida, ele estava ali, em frente ao seu computador, com o moreno de olhos azuis observando cada movimento seu, com um sorriso sádico e a mão na arma que carregava consigo.

Ele não a usaria, não contra Harry. E Harry sabia disso. Não era isso que o causava medo, antes fosse. Se fosse o puxar de um gatilho contra seu peito, Harry já teria desistido há muito tempo.

Mas, Louis precisava dele vivo. E Louis sabia exatamente como mantê-lo vivo e sob seu domínio.

- Sabe, Haz - Louis bocejou - eu tô começando a ficar realmente entediado com a sua demora.

- Não tenho culpa se você é imbecil o suficiente pra achar que eu consigo invadir a conta de uma pessoa tão poderosa. - Harry revirou os olhos.

- E rica, Haz.. e rica - ele sorriu de canto - e é só isso que me interessa.

- E a tora fica no meu cu, né? Porque esse sistema é impossível de invadir, Louis, eu juro que eu queria acabar com isso de uma vez por todas pra você me dar meus 4 meses de paz antes de voltar a me chantagear.

- Então, trabalhe mais duro, gatinho - ele tirou um cacho do cabelo de Harry da cara dele com o cano da arma - dessa vez você vai receber uma boa recompensa. - ele sorriu.

- Não quero seu dinheiro sujo, Louis. E tira essa merda do meu rosto - ele se virou de novo pro computador. - eu só quero paz - ele suspirou.

Louis se deitou na cama, cruzando as pernas esticadas e os dedos das mãos em cima da barriga, com a arma pousada ao seu lado
- então vamos logo, Harold. Faça o seu trabalho e ganhe suas férias - ele riu sádico e fechou os olhos.

Harry sabia que ele não estava dormindo.

Louis não dormia em serviço.

Ele tentava se concentrar, mas a exaustão tomava conta dele. E ele não queria falar. Não queria que Louis o obrigasse a ficar acordado da mesma forma que ele ficava.

Mas, sem que percebesse, ele caiu no sono, e acordou com a mão forte de Louis pegando na sua nuca.

- Você acha que eu tô brincando, styles? - ele forçou Harry a olhá-lo.

- Eu tô ha 8 noites sem dormir direito, Louis, eu não tenho mais forças, eu não tenho mais concentração, eu não consigo fazer isso - Harry começou a chorar.

- Engole esse choro, porra! Já te liberei pra merda da escola, que eu não sei porque você insiste em ir, agora você quer que eu te de tempo pra dormir também? - ele o encarou - tempo é dinheiro, amor, e o meu tempo é caro - ele jogou um saquinho no peito de Harry, falando - cheira essa merda e para de frescura, eu tô perdendo a paciência, e você sabe o que acontece quando eu perco a paciência, não sabe? - ele sorriu, sádico.

Harry sabia, e não queria que isso acontecesse.

Mesmo que não quisesse, mesmo que fosse contra seus princípios e mesmo que soubesse que isso não o faria descansar como ele precisava, Harry pegou a cocaína que Louis jogou e cheirou uma carreira.

As lágrimas seguiam escorrendo pelo seu rosto, mas ele tentava não fazer barulho pra não irritar ainda mais Louis, que estava distraído no celular.

- bom garoto - ele falou, sem desviar os olhos do que estava fazendo.

Harry bebeu a água, que se misturava com as lágrimas que caiam no copo, tentando literalmente engolir o choro.

Respirou fundo, começou a sentir o efeito da droga correr pelo seu sangue e buscou concentração de onde não tinha pra voltar ao trabalho.