Capítulo 8.

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Notas da autora:

Esse capítulo é o do plot twist, eu gostei muito dele e a partir de agora a história vai ganhar mais ação.
Pessoas que me acompanham, por favor, comentem no capítulo o que acharam, nem que seja uma coisinha só, só pra eu saber se tem gente acompanhando ☺️
Eu escrevo com muito carinho pra vocês!
Espero que gostem, boa leitura.
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- Então, o que achou - Harry chegou perto dela quando já estavam no estacionamento.

Dua fitava o chão, e assim continuou.

- Eles me odeiam, H. Não acho que seja o meu lugar.

Ele suspirou e colocou a mão no ombro da menina, fazendo-a parar e olhar pra ele.

- Você não precisa continuar, sabia?

- Eu sei.. e eu acho que não vou..

- Qual foi, Dua? - ela se assustou com a entonação dele. - olha tudo o que você passou pra entrar nessa aula! Você tinha um objetivo e eu acho q ele deve valer a pena, tendo em vista tudo isso - ele gesticulou com as mãos.

- Até o meu motivo é banal, Harry - ela confessou olhando nos olhos dele e voltou a andar - como tudo em mim. Tudo em mim é banal. 

Ele voltou a andar do lado dela

- Você não é banal, D.. eu tava errado quando pensei isso e eu sei que eles também estão. - ele desabafou, esperando pelo menos um sorriso da menina.

Um sorriso que não veio. Ela ainda segurava as lágrimas.

- eu já aceitei que você não vai me contar seu segredo, mas você não pode deixar um grupo que não te conhece te desmotivar assim, e muito menos uma pessoa tão arrogante quanto a Pixie, que se acha a melhor do mundo no que faz. Continua nas aulas, se vc quiser eu posso fazer dupla com você e você vai conseguir o que quer. - ele continuou.

- E se... - Dua sentiu suas mãos suando e sua voz querendo tremer. - E se o motivo for... for.. - ela respirou fundo e ele olhava-a, atento. - E se o motivo for a própria Pixie? - ela olhou pra ele, com vergonha, tentando vencer o impulso de desviar o olhar.

- C-como assim? - ele inclinou a cabeça levemente pro lado - como o seu objetivo pode ser a Pixie? Eu não entendo...

- Eu gosto dela, H. - ela sussurrou. - Eu gosto dela e eu queria impressionar ela, queria que ela gostasse de mim também - ela tampou o rosto com as duas mãos e segurou as lágrimas

Ele sentiu o impacto, respirou fundo e abraçou a menina, forte.

- Você não merece isso, Dua.. Você é incrível, você merece alguém que goste de você por quem você é.

- Nem você gosta de mim por quem eu sou, pra você eu também não passo de uma pessoa fútil. E eu entendo, sabe? Ela me fez entender porque vocês me tratam assim e eu não tenho nem como culpar vocês. Eu só não sei como eu fui tão cega e egocêntrica por tanto tempo. - Ela desabafou. - mas agora eu entendo, Harry. Foi, de verdade, muito legal conhecer você e eu te peço desculpas pela experiência não ter sido a mesma pra você.

E, dito isso, ela deixou o menino sozinho, ainda confuso, e foi pra casa tentar digerir a situação.

*

Por volta das 18h, sua mãe bateu na porta e abriu só um pouco, o suficiente para Dua ouvi-la.

- Um rapaz tá aqui.. Harry, como ele disse - ela abaixou o tom de voz - devo deixar ele entrar?

Ela pensou por alguns segundos antes de responder que podia. Logo depois, Harry apareceu na sua porta.

Ele ficou observando o quarto da menina antes de entrar, talvez para evitar contato. Até que, finalmente, falou:

- Seu quarto combina com você. - ele entrou e fechou a porta atrás de si.

- Por que? - ela perguntou, sem levantar da cama.

- Quando a gente olha pra você, a gente pensa que vai ser de um jeito, e quando a gente abre a porta, a gente vê que é tudo completamente diferente do que esperava..

- Não sei se isso é bom ou ruim.. - ela olhava pra baixo, mas cedeu um espaço pra ele se sentar quando o viu chegando perto.

Ele se sentou.

Ela não via a cena toda, mas percebeu a sombra da mão dele perto de si. Então, os dedos gelados dele tocaram o rosto quente dela, e foi como se ambos tivessem sentido uma faísca saindo desse toque.

- Eu achei bom - ele levantou o rosto dela devagar - quero dizer, quando eu pude entrar..

- Esse é o problema, Harry... Você sempre pôde entrar - ela o fitou. - Pixie sempre pôde entrar, todos podem. Eu não me escondo, H. Eu sou um livro aberto, eu sempre fui. Mas, vocês me pintaram de difícil, vocês me pintaram de má. Eu nunca fui isso, Harry, eu abomino isso. Eu nunca nem tentei ser. Então, se você, ou ela, ou qualquer outra pessoa me vê assim, foi porque vocês me moldaram dessa forma dentro da cabeça de vocês. - Ela respirou fundo. - bem, como eu disse, eu não culpo vocês, mas também não vou aceitar que falem como se eu tentasse esconder quem eu realmente sou ou como se eu tivesse agido de forma maldosa com vocês, porque isso eu tenho a minha consciência tranquila de que eu nunca fiz. - ela suspirou, mostrando que tinha terminado. 

- Eu, bem... me desculpa. Eu realmente te julguei sem te conhecer e.. - ele tentou vencer a timidez - é muito difícil pra mim ter amigos, sabe? Eu tenho poucos, mas a única vez que eu me abri de verdade com alguém, foi literalmente o meu fim. - ele passou a mão nos olhos, limpando as duas únicas lágrimas que caíram, e que ele não fez questão de impedir.

- Não diz isso, Harry.. não foi seu fim, você tá vivo! - foi a vez dela de levantar o rosto dele com a mão - você tá aqui.

E quando ela o fez, viu seus olhos vermelhos e a mesma expressão que ele havia carregado consigo na semana anterior: de desespero e sofrimento.

Ele tentou disfarçar com um riso falho, fungou e piscou forte algumas vezes pra afastar o choro e passou as mãos do rosto até o cabelo, respirando fundo.

- É, eu tô vivo - ele sorriu sem dentes e desanimado.

- H.. eu te contei o meu segredo. E eu me sinto melhor.. por que você não me conta o seu? - ela tentou convencer o menino.

Ele olhou no fundo dos olhos dela. Ele sabia que ela só falou que se sentiu melhor pra tentar convencê-lo. Mas, alguma coisa na forma que ela fez isso, no carinho que ele ouviu em sua voz, o fez sorrir de verdade.

- Como isso pode acontecer, Dua? - ele perguntou, fazendo carinho na mão dela.

Ela olhou pra ele, confusa. Não porque não sabia do que ele tava falando, mas por não ter certeza se ele realmente falava da mesma coisa que veio na cabeça dela.

- Eu não sei.. - eles se encaravam.

Ele sorria, mesmo que tentasse não. E ela ainda sentia uma pontada de insegurança de estar errada.

Apesar disso, ela aproveitou a mão no rosto dele e desceu-a pra sua nuca, onde o puxou e ele correspondeu de imediato, colando os lábios nos dela.

Ela mesma soltou um suspiro de surpresa, sem acreditar que eles estavam se beijando. Pior, que ela tinha puxado Harry para beija-la.

Os pensamentos logo sumiram quando Harry acariciou a língua dela de leve com a dele, fazendo seu corpo tremer.

Ele terminou o beijo com um selinho, encostou a testa na dela e soltou uma risada breve.

- Droga. - ele continuava na mesma posição.

- O q-que foi? - a voz dela tremia.

- eu vou precisar te contar o meu segredo.. - ele abriu os olhos e encontrou com os dela, que o olhavam curiosamente.

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