2 meses depois.
Com todos dentro do carro, Caterina se despede de Cíntia e partimos para a casa dos meus pais, faremos uma visita de fim de semana a eles, ou melhor, a minha mãe, até porque seu Alberto não anda nada feliz com meu relacionamento.
Ravi está desde já animado, pois lhe contei dos muitos cavalos que a fazenda tem. E como o bom curioso que é, ele está interessado em tudo.
— Seus pais sabem que estamos indo para lá?- Cat pergunta pela enésima vez.
Desde o incidente com meu pai que ela ficou com o pé atrás em relação a minha família, o noivado rolou, mas nada mudou, principalmente por meus pais serem fechados, minha mãe tentou mais que meu pai.
— Sim, meu amor, eles sabem e se prepara, tem um batalhão de funcionários para todos os cantos naquela casa.
Ela sorri, mas não chega aos olhos, por estar tensa.
— Vai dar tudo certo- Aperto sua mão, enquanto tiro o olho da estrada por um tempo para tentar passar segurança— Eu jamais levaria vocês para lá caso houvesse algum problema.
Mas minhas palavras não a deixam mais tranquilas e tento entender sua ansiedade mediante a situação.
Miro Ravi pelo retrovisor, que está na cadeirinha olhando deslumbrado para a paisagem do lado de fora.
Ao menos eu sei que um deles vai amar nosso fim de semana.
Só a entrada da propriedade é majestosa o suficiente para sabermos que aqui repousa a rica família Hoffman.
Nem noto quando descemos do carro e um dos muitos funcionários vai logo pegar nossas malas. Fico olhando embasbacada para a mansão, enquanto eles levam todas as nossas malas.
— Não me acostumo nunca com isso- Murmuro.
Hugo, ao meu lado, abraça-me pelos ombros e beija minha bochecha.
— Está nervosa?
Sim!
— Não, muito tranquila.
Seu sorriso me diz que ele sabe que estou mentindo, mas não me contesta, só vira para meu irmão para iniciar uma conversa.
— E então, garotão, gostou daqui?
Diferente de mim, Ravi abre um enorme sorriso ao dizer:
— Caraca, grandona a sua casa, hein, tio Hugo?
Aperto os lábios para não rir de sua espontaneidade.
— Ah, então isso quer dizer que você gostou, né?
Ravi assente.
— Mas eu não moraria, muito grande, e seria desperdício, tio, só eu e Cat.
— Bom é um desperdício de espaço realmente, Ravi- Hugo garante— A casa é enorme, porém só mora os meus pais aqui- E ainda acrescenta:— Eles devem se sentir bemmmm solitários, você não acha?- Fala arrastando o 'bem'.
Para quê uma casa enorme com duas pessoas dentro, meu Deus? Penso. Muito desperdício de espaço.
Mas o que se pode fazer? Rico é espaçoso e esnobe.
Subindo os degraus da pequena escadaria do hall de entrada, logo estamos numa sala enorme, com poltronas e sofás, e os pais de Hugo estão em pé, a nossa espera.
— Sejam bem-vindos- Norma Hoffman cumprimenta— Como foi a viagem? Aposto de devem estar famintos, eu já mandei a empregada preparar uma mesa para o café da manhã.
Hugo me solta para ir beijá-la no rosto.
— Por ter saído cedo pela manhã, estamos mesmo com fome, mãe, obrigada por se preocupar.
— Verdade, senhora Hoffman, obrigada por se preocupar.
Um singelo sorriso margeia seu rosto. A verdade é que nunca vi essa mulher dá um sorriso que não fosse de cortesia, é como se ela não fosse feliz de verdade.
— Nada de senhora, Caterina, só Norma por favor.
Assinto com a cabeça, para depois observar o senhor Hoffman, sisudo como sempre, olhando para nós.
— Pai.
— Como vai, Hugo?
Eles se cumprimentam num curto aperto de mão e Alberto mantém seus olhos em mim.
— Como vai, senhorita Caterina?
— Muito bem, senhor Hoffman.
Diferente de Norma, ele não se incomoda com o uso do senhor, pelo contrário, acho que este homem até gosta de ser tratado com formalidade e distância.
Está claro que não se agrada em ver Hugo comigo.
— Vamos para a mesa da varanda, aproveitar o sol da manhã e o café fresco, não é, querido?- Norma faz um gesto de carinho em Ravi.
— Vai ter bolo?
— Ravi!- Suavemente eu o corto.
— Claro, querido, terá bolo do que quiser- A mãe de Hugo garante.
Então nós quatro vamos em direção a varanda, e quando eu digo nos quatro, quero dizer que Alberto Hoffman não quis se juntar a gente.
Olho para trás e lá está ele, olhando para o filho fixamente, os ombros retesados, olhar profundo.
— Ei, relaxa, ele só está frustrado- Hugo diz.
Dando a ele um sorriso pequeno como resposta, continuamos seguindo atrás de sua mãe.
Capítulo de quarta!
O que acharam dessa visita a família Hoffman?
Sexta tem continuação 😘
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Apenas Seu
RomanceDe quanto tempo é necessário para encontrar o amor? Nunca me fiz essa pergunta, mas ao conhecer Caterina, me questionei diversas vezes. Fomos repentinos, fervorosos, mas eu nunca me arrependi de como tudo aconteceu, das boas sensações que me consumi...