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Laura

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Laura. 

O alarme toca às 07:00 em ponto, ainda bem que é sexta feira, não vou precisar dele nos próximos dias. Bato a mão do outro lado da cama e Andrew não está mais lá. Me sento na cama e olho em volta a procura de um sinal dele, mas parece que ele já se foi, há meses que essa é a nossa rotina, ele se levanta antes de mim e sai antes de mim também. Ele chega mais cedo e normalmente está com a cara no computador. Quando da a hora de dormir ele vai para a cama e dorme. Nada de beijo, nada de carinho e muito menos sexo. 

Meus pais sempre acharam Andrew o candidato perfeito, afinal, era filho dos melhores amigos deles. Nos conhecemos desde que a família dele se mudou para a casa que ficava no mesmo quarteirão que a nossa, eu tinha dez anos na época, mas foi só na faculdade que começamos a namorar, nós dois fazíamos faculdade juntos, nosso sonho era advocacia,  queríamos a mesma profissão. Ele me pediu em namoro e eu rapidamente aceitei. Era um sonho atrás de outro, a faculdade, o namoro... Nos casamos antes da nossa formação, ele já trabalhava como estagiário em uma empresa pequena e eu ainda não tinha conseguido um. 

Nossos amigos nos julgaram loucos por esta escolha, mas para nós dois era o o início da nossa vida. O casamento foi perfeito, nossos amigos da faculdade e tudo mais. Naquele dia eu fui a mulher mais feliz. Nos formamos e eu não tinha conseguido um estágio, a única coisa que eu arranjei foi um trabalho como secretaria em uma empresa. Então o Andrew foi consolidado um advogado da empresa e eu continuei no mesmo lugar. Aos poucos a nossa relação foi esfriando até hoje, passamos a não nos importar com o momento em que chegaríamos em casa e iríamos nos encontrar. Hoje é como se fôssemos colegas dentro de uma mesma casa. 

Paro de pensar sobre isso e me levanto da cama, vou em direção ao banheiro e tiro minha camisola, entro no box e tomo um banho rápido para não me atrasar. Saiu do banheiro e me sento na penteadeira, pego uma escova e começo a pentear meus cabelos, as madeixas caem naturalmente, prendo ele em um coque e passo uma maquiagem básica no rosto, visto uma saia longa e uma blusa com manga, saio do quarto passando pela cozinha, pego uma banana e as chaves e saio de casa. Corro em direção ao metrô rezando para não haver nenhum imprevisto no caminho e chego no trabalho às 08:25, o horário de sempre. Odiaria ter que ouvir o Sr. Smith reclamando do meu atraso. 

Passo a minha manhã atendendo ligações, agendando reuniões e encaminhando clientes. No horário de almoço, me levanto da minha mesa e desço até o refeitório, quando chego lá vejo que minha amiga Margo já está lá me esperando para almoçarmos juntas.

— Laura! — ela me dá um sorriso e eu retribuo para ela. — Conseguiu gozar essa noite?

A pergunta me pega de supresa e olho assustada em volta do refeitório procurando alguém que possa ter ouvido isso, mas para a minha sorte ninguém pareceu se importar com o que ela disse.

— Margo! Para com isso, quer me matar de vergonha?

Ela me olha e levanta as mãos em sinal de rendição.

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