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Laura.

Alguns dias se passam e não tenho notícias nenhuma sobre a minha situação na empresa, mas não desisto. Continuo oferecendo os meus serviços por um preço baixo, só pra ter uma primeira experiência. Não recebi nenhuma proposta. Comecei eu mesma, a dar entrada nos papéis para o divórcio. Era algo que eu poderia fazer, dada a minha área dentro da advocacia. Uma semana veio e a outra foi, me encontrava agora no escritório, trabalhando par o Sr Smith, e enquanto eu preparava uma xícara de café para o Senhor Smith, percebi que havia alguém parado na porta. Ao me virar derrubei a xícara no chão e não consegui mais tirar o olho de quem estava lá.

William parecia ainda mais bonito, talvez agora por eu estar sóbria conseguia perceber isso. Ele me encarava como se tivesse tentando se lembrar de como eu era, parecia me examinar. Lembranças da noite que passamos juntos voltaram com tudo. Meu corpo apesar da situação começou a mudar, a tensão entre nós só foi rompida quando olhei para o chão e vi os cacos do que um dia foi uma xícara no chão.

Ele é o primeiro a cortar o silêncio:

— Então é aqui que você trabalha. Confesso que achei que seria um pouco pior.

— O que você tá fazendo aqui, William? — pergunto em um sussurro.

— Não é óbvio, Laura? Eu vim te ver. Esperei você voltar naquele lugar, mas você não foi, fui lá todos os dias desde aquele sábado, na esperança de te reencontrar. Quando vi que você não ia aparecer tive que me movimentar.

— Como foi que você descobriu que eu trabalhava aqui?

Ele me encarou por alguns segundos e quando ia responder o meu chefe chamou o meu nome, sai correndo da pequena recepção e fui até a sala do meu chefe.

— Cadê o meu café, Laura?!  — berrou irritado.

— Eu tive um pequeno acidente, Sr. Já estou providenciando outro.

Saio da sala antes que ele reclame de mais alguma coisa, William agora está sentado em uma das cadeiras à frente da minha mesa.

— Você não pode ficar aqui, William. Estou trabalhando.

— Então aonde eu tenho que ficar? Preciso falar com você.

Penso por uns segundos.

— Aqui perto tem um restaurante simples, me encontre lá depois das dezoito.

— Pode deixar, estou ansioso para te rever outra vez.  — Ele olha o meu corpo inteiro enquanto diz isso e se detém nos meus seios.

Como um instinto coloco os meus braços, na frente do meus seios e espero ele sair.

Sem dizer mais nada ele sai da recepção e eu sento um pouco, tentando entender o que aconteceu aqui. Ouço o meu chefe gritar o meu nome e me levanto rapidamente para cumprir a minha obrigação.

Passo o resto do dia no automático, ele esteve aqui, o homem que tanto habita os meus sonhos esteve tão perto de mim. Não consigo me concentrar em mais nada. Quando termino o expediente, me dirijo até o andar em que Margo trabalha e aviso pra ela que não vou pra casa e que tenho umas coisas para resolver, ela diz que tudo bem e caminho até o restaurante que marquei com o William.

Assim que entro encontro o seu olhar, me dirijo até a mesa no canto em que que ele está sentado, minhas mãos suam mais que tudo e as passo na roupa pra tentar diminuir.

— Oi Laura

— Oi. — fico lá parada sem saber bem o que fazer.

— Por que você não se senta?

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