Brave- Virtude e Honra ( Conto )

Uma Mulher Chamada Nara

Um escândalo, é claro !
Não pode ser muito grande, nada que manche minha reputação e a de minha família, deve ser algo que me ajude nos protestos e que impressione o público.

Alguns dias se passaram, mas minha cabeça estava confusa, sem saber o que poderia fazer para levar "o público à loucura". Às vezes saía de casa com minhas acompanhantes para ter inspiração, mas nada. De vez em quando via minha mãe bordando e ia ajudá-la, e como sempre, nada.
Em um belo dia, eu, mamãe, vovô, Jane e papai, estávamos reunidos na sala de estar, alguns descansando e outros bordando e eu apenas pensando.
Até um certo momento em que uma de nossas governantas chegou com uma pequena carta e a entregou para meu pai:
-Pelo que vejo, estamos sendo convidados para uma social, Nara deveria ir, será bom para encontrar um rapaz !
Disse papai empolgado, mas eu fiquei mais empolgada ainda, pois instantaneamente surgiu uma grande ideia, uma ideia tão incrível que nem me importei com o que meu pai disse, apenas peguei o papel em cima da pequena mesa e li com muita calma:

Querida família Blackberry

Nós, os Silvers, queremos convidá-los para a grande social que faremos, será em nossa casa às 18:00h.
Esperamos ansiosamente pela presença de todos.

Com carinho, dos Silvers.

E foi aí que soube o que iria fazer, algo que com certeza, me tiraria da vista de todos os homens solteiros, ninguém naquele salão iria me querer como esposa, assim meu pai seria obrigado a me deixar estudar:
-Minha senhora, deveria acompanhar Nara a costureira para fazer um belo vestido, um que impressione, ela precisa encontrar um par na noite do baile.

Papai falou à minha mãe, que apenas concordou.
Sim, papai, irei com uma vestimenta maravilhosa !

Como já havia dito, Jane é uma menina difícil de se lidar, porém, quando ela vê o piano em sua frente, um longo sorriso se forma em seu rosto, nunca vi alguém tocar tão bem quanto Jane, se pudesse, a levaria a uma escola de música.
Porém, por esses tempos, minha irmã anda meio tristonha, com a cabeça para baixo e nem sequer encostou o dedo no piano, estou preocupada com ela !

-Jane, posso entrar ?
Perguntei batendo na porta de madeira que se mantinha fechada em minha frente.

-Pode !
Respondeu sem ânimo.

-Como vai minha irmã favorita ?

-Eu sou sua única irmã Nara, vá direto ao assunto.
Falou tediosa.

-Tudo bem mal humorada !  Então… o que acha de me ajudar nos protestos deste fim de semana ? Se cooperar, prometo arrumar alguma forma de convencer ao papai de te levar ao baile, o que acha ?

-Não, obrigada, estou bem em ficar em casa, será melhor para mim.

-Vai Jane, será legal !
Disse tentando convencê la

-Eu já disse que não, eu quero ficar EM CASA !
Falou gritando comigo.

-Ei, Jane, o que é isso ? Não grite comigo.
E nesse tempo papai chegou, vendo a que rumo a conversa havia se levado.

-Jane Blackberry, por que está gritando com sua irmã ?
Perguntou ele, com uma face séria e uma voz firme.

-Pai, eu…
Tentou se explicar.

-Não diga nada, está de castigo !

Sai do quarto de minha irmã já que não queria ver a bronca que meu pai daria nela, mas estava triste, Jane nunca havia levantado sua voz para mim, jamais tínhamos discutido ou algo do tipo, o que me fazia pensar "ela está aprontando algo" ou "algo está acontecendo".

De tarde, logo após o horário do almoço, eu, minha mãe e a governanta, fomos até a famosa costureira da cidade, seus vestidos eram lindos, feitos com um belo tecido e um bordado incrível.
A senhora observou bem minha estatura e meu quadril.