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oi hihi..

sei que demorei demais, desculpa!!! eu entrei num mês bem complicado e foi meio difícil encontrar forças pra escrever. mas agora eu to lendo mais e espero que consiga exercitar mais a escrita e trazer mais capítulos pra vocês! 

esse capítulo ficou mais curto do que o de costume, mas achei que tinha mais umas informaçõeszinhas pra vocês ficarem curiosas hehehe

não esquece de favoritar e comentar, hein!


***

— Uma hora dessas e você já tá arranjando briga com a cafeteira? — Sarah reclamou assim que deu de cara comigo dando tapas na máquina velha. Os golpes, obviamente, não provocavam a dor que eu desejava, mas eram ruidosos o suficiente para serem escutados de fora da cozinha.

— Eu juro que meu café é bom! — quase berrei, frustrada com o líquido ralo que saía por baixo do filtro. — Essa porcaria estraga tudo.

— Sim, já sabemos disso — Sarah respondeu, soltando uma risada curta. Podia quase escutá-la largando um debochado "dã" depois da sentença, o que não me impediu de continuar com a briga unilateral. — Por que a gente só não compra como sempre?

— Porque isso — gesticulei para o café que, aos poucos, enchia a jarra de vidro — faz parte do nosso trabalho, caso você não se lembre — retruquei, finalmente olhando para a garota ao meu lado.

Esperei mais uma resposta debochada, porém ela não veio. Continuei encarando Sarah, confusa com aquele silêncio e franzi as sobrancelhas por dois segundos até reparar no seu olhar ansioso.

— Você parece diferente... — comentei, finalmente arrancando uma mudança em sua expressão. — Ah, o cabelo!

Sarah sorriu com a minha reação, balançando as madeixas escuras recém cortadas. Os fios - que antes caíam sobre os ombros - estavam na altura do queixo em um corte chanel. A frente do cabelo formava duas pontas ao redor do maxilar, moldando o seu rosto.

— Gostou? — indagou e brincou ao piscar os olhos rapidamente para mim. — E tem mais! — disse, erguendo os cabelos do lado esquerdo da cabeça para mostrar uma parte escondida onde os fios estavam raspados baixinho, com um desenho de linhas feito à navalha.

— Ficou incrível! — elogiei e Sarah sorriu mais uma vez. — Onde você cortou?

— Na verdade, foi aqui perto! — contou, parecendo feliz com a minha pergunta.

Enquanto Sarah respondia, entretanto, minha atenção foi puxada como ímã pelo par de tênis azuis que cruzavam a porta da cozinha; rastejou lentamente pelas pernas e corpo acima até encontrar um par de olhos castanhos nervosos, mas que tentavam fingir tranquilidade. E ficou ali por alguns segundos, até ser arrastada de volta por uma voz estridente que quebrou o meu transe.

— Ei! — reclamou, indignada. Seus olhos se estreitaram com irritação e quase ao mesmo tempo os meus buscaram rapidamente checar a reação de Letícia, ainda enchendo seu copo d'água a pouquíssimos metros de distância. — O que tá rolando?

Vi Letícia sorrir discretamente com o canto dos lábios e se retirar sem o mínimo de pressa. A situação me provocou uma sensação na boca do estômago: um déjà-vu. Quando voltei a olhar para Sarah mais uma vez, ela havia cruzado os braços na frente do peito, expressando impaciência.

O que tá rolando? — ela repetiu a pergunta, enfatizando cada sílaba da frase.

— Nada... — neguei, balançando a cabeça. Foquei em encher as xícaras que havia separado sobre uma bandeja com o café horrível que havia acabado de passar.

Lésbica e Desequilibrada ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora