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um milagre aconteceu e eu finalmente consegui postar um capítulo no dia que eu prometikkkkkk 

enfim galerinha, aproveitem a leitura!

***

— E a Amanda? — o questionamento de minha mãe fez com que eu levantasse os olhos de minha refeição pela primeira vez desde que sentamos à mesa. Encarei-a com cenho franzido por alguns segundos, sem entender o que queria saber.

— Faz tempo que não ouço esse nome — respondi, simplesmente.

Minha mãe pareceu fazer uma expressão decepcionada enquanto meu irmão tentava mastigar a comida e disfarçar o próprio incômodo com o assunto; já que, se havíamos entrado no tópico "relacionamentos", ele com certeza seria a próxima vítima.

— Então terminaram de vez? — perguntou. Limitei-me a um aceno de cabeça. — Não ficaria surpresa se voltassem de novo — comentou, entretanto.

— Já faz três meses ou mais, não vai acontecer — respondi um tanto ríspida, o que fez com que me fuzilasse com os olhos. — Desculpa. Não quero falar sobre isso. Foi um término bem ruim, não preciso que alguém duvide que algo que precisava acabar, acabou — disse, por fim, ficando surpresa com minhas próprias palavras.

Ela sorriu minimamente, em sua própria maneira de demonstrar compreensão e eu retribuí como pude, afundando-me um pouco mais na cadeira.

— É... A gente pode pular essa coisa de falar de relacionamento dessa vez? — perguntei, sem muitas vitórias para contar.

Toda vez que resolvíamos nos reunir para almoçar na casa de minha mãe era um tempo muito longo gasto nesse tipo de conversa. No fim, sempre acabávamos falando de meu pai, da época em que ele e minha mãe namoravam, do casamento... E todo o turbulento caminho até a separação e a decisão de meu pai de sumir do mapa.

Ouvir sobre tudo aquilo no momento parecia ainda mais deprimente do que o normal.

— Vocês sempre têm novidades e na minha vez não posso falar? — indagou, encarando o próprio prato de comida.

Demorou alguns segundos até que eu e meu irmão entendêssemos inteiramente o que ela havia dito. Mas quando aconteceu, talheres foram largados com sons estridentes e nossos olhos se arregalaram em direção à dona Ísis.

— Você...? — começou Matheus, deixando o questionamento no ar.

— Tenho um... Quase namorado — respondeu timidamente, espetando alguns vegetais com seu garfo.

— Quase? — indagou meu irmão, divertido. Permaneci calada, ainda chocada e sem saber direito o que dizer - bebi até um pouco de água para disfarçar.

— Ainda tô descobrindo se ele presta — explicou. Matheus riu e eu me limitei a abrir um sorriso.

Longos minutos seguiram enquanto minha mãe contava a história de como conheceu Marcos e como ela havia o enrolado até ele quase desistir. Pela primeira vez em anos, o assunto mais abordado não envolvia meu progenitor irresponsável e um casamento fracassado - e, apesar de, teoricamente, ser exatamente o que eu queria naquele momento, ainda senti um estranhamento.

Fiz poucos comentários, o que, na verdade, não fugia do meu eu habitual durante esses almoços. Já minha mãe, como sempre, tagarelou até não aguentar mais. Matheus parecia muito feliz, afinal, havia anos que ele a incentivava a encontrar alguém - e eu também, na verdade. Por isso era ainda mais confuso para mim entender o incômodo que sentia com a novidade.

Lésbica e Desequilibrada ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora