𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 04

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Naquele dia me levantei mais cedo, pois não tinha conseguido dormir direito

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Naquele dia me levantei mais cedo, pois não tinha conseguido dormir direito.

Essa história de filhos me dava urticárias... Eu não queria ter filho, quanto mais tão cedo assim.

Eu tinha me formado em Direito, numa universidade federal anos antes, pois havia terminado os estudos cedo e quando fiz o Exame Nacional do Ensino Médio, passei de primeira.

Muitas pessoas me julgavam, me chamavam de interesseira burra, mas eu duvidava que qualquer uma daquelas riquinhas metida a besta, tivesse uma formação sequer. Mas eu tinha, só que não cheguei a exercer.

Porém, eu tinha o sonho de exercer a profissão um dia e, sinceramente, ter filhos iria acabar com todos meus planos.

E com o meu corpo.

- Você acordou cedo. - Bailey disse ao me ver penteando os cabelos em frente ao espelho da minha penteadeira. - Está tudo bem?

Sorri para ele, mesmo que não tivesse a menor vontade.

- Eu estava pensando... - Deixei a escova em cima da mesinha e me virei pra ele. - Você disse anteontem que o setor jurídico da empresa está precisando de gente... Que tal se eu...

- Não, não, não... - Bailey praticamente pulou da cama, vindo na minha direção. - Deusa, você não precisa trabalhar, eu já disse. Eu te dou de tudo... Só quero que você relaxe e aproveite.

Neguei com a cabeça.

- Mas eu quero mais do que isso, Bailey! Eu quero pelo menos tentar exercer a minha profissão, não sei... Eu quero - Encarei-o. - Quero viver além das quatro paredes dessa mansão.

- Então viaje! - Falou, tentando me abraçar, mas eu me inclinei para trás. - Any, eu só quero que você fique bem, que aproveite tudo que eu posso te oferecer. Quando tivermos nossos filhos, você terá que estar em casa...

- Quê? - Indaguei, nervosa. - E você acha que se tivermos filhos eu vou criar sozinha? Está bem louco mesmo!

- Se? - Frisou, com a testa vincada. - Deusa, esse filho é um sonho nosso. Você sempre falava disso antes de casarmos.

Sim, por que eu queria me casar com você, seu bocó.

- O que eu quis dizer é que, independente de qualquer coisa, eu quero - me sentir útil!

Ele jogou os braços pra cima, exasperado.

Depois passou as mãos pelos cabelos e suspirou, acalmando-se.

Mas eu não estava calma. Eu estava furiosa.

- Você pode ir com a minha mãe até um desses orfanatos e asilos. Pode ajudar com donativos e...

- Eu não quero fazer caridade porque estou entediada! - Guinchei. - Caridade a gente faz, porque está com o coração cheio de vontade e de amor. E outra coisa, sua mãe me detesta, Bailey!

𝑰𝒎𝒐𝒓𝒂𝒍 - 𝑨𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora