𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 16

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O jantar havia sido maravilhoso e Bay não havia poupado elogios e, para falar a verdade, eu bem que merecia

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O jantar havia sido maravilhoso e Bay não havia poupado elogios e, para falar a verdade, eu bem que merecia. Ele vivia me trocando por trabalho, estava mais do que na hora de entender a mulher que tinha.

E, sinceramente, eu adorava o cheiro do medo que ele sentia só de imaginar que poderia me perder.

Em determinado momento, Bay segurou minha mão por cima da mesa e a beijou com delicadeza. No fundo de seu olhar, por trás das olheiras fundas das noites mal dormidas, ele ainda guardava em si a essência do homem romântico que havia me conquistado dia após dia.

Eu tinha pensado sobre uma coisa em especial o dia inteiro e então resolvi falar:

— Preciso que me dê mais dinheiro. Digo, por fora.

Ele franziu o cenho.

— Mais dinheiro? Você precisa de algo?

— Não exatamente. — Pousei meu garfo ao lado do prato e respirei devagar. As crianças do orfanato iam e vinham na minha mente o tempo inteiro. — Há um orfanato, não fica tão longe daqui. As crianças, Bay, precisam de tantas coisas... É um lugar enorme, mas faltam cuidados, sem contar que eles vivem de doações que mal chegam. Eu queria muito ajudar, na verdade.

Meu marido se aprumou na cadeira e me estudou por alguns minutos.

— Um orfanato? E desde quando você se interessa por essas coisas? Você mesma disse que...

— Bay, por favor, me escuta... — Segurei suas mãos nas minhas e o fitei — Essas crianças precisam mesmo de ajuda. Aliás, de dentista também. Será que o doutor Lourenço, aquele seu amigo dentista, poderia fazer consultas periódicas?

—Mas...

— ...Eu realmente acho que deveríamos ajudar. Por favor.

— Deusa, entenda, eu jamais me negaria a ajudar. Aliás, acho até muito bom, mas apenas fiquei confuso. Como ficou sabendo desse lugar? Desde quando você começou a querer saber dessas coisas?

Soltei sua mão e encostei-me à minha cadeira.

A lembrança de Joshua tocando violão e me olhando me veio à mente. As crianças ao redor dele... O sorriso delas ao receber as comidas. Eu nunca iria esquecer.

— Eu vi na internet. Uma conhecida me mandou e eu falei que iria ajudar e, até onde sei, tudo que você tem me pertence também, eu poderia simplesmente ir lá e pegar, mas resolvi compartilhar isso com você. Mas, de verdade, não gostei que você ficou me questionando.

Ele me encarou e depois notei que suas feições estavam relaxadas.

—Eu não quis te aborrecer, só queria saber. E, se bem me conhece, sabe que eu jamais iria me opor. Na verdade, faço questão de ir com você até lá e doarmos uma boa quantia para a alimentação e a reforma. Também posso falar com o Lourenço e, quem sabe, conseguimos levar outros médicos.

𝑰𝒎𝒐𝒓𝒂𝒍 - 𝑨𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora