III

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Menos de uma semana depois, Lex Talion se encontrava na casa de um dos mais importantes lideres de oposição ao governo de Pinkerton.

 - Winston, eu só vim aqui pois é necessária a sua ajuda. Sei como você e o meu pai sempre se deram bem, apesar das suas idéias de Higiene Racial, que o meu pai refutava totalmente, e porque eu sei que você abomina o Nazismo, que está por trás de Pinkerton.

- Lex, meu rapaz, você tem noção do que está me pedindo? Para que eu, do auge dos meus 63 anos, traia o governo do meu país. Eu posso ser o líder da oposição, mas tudo dentro da lei.

- E se eu arranjar provas de que Pinkerton está por trás da doença do Rei Jorge? E que ele fraudou a votação que criou o cargo de Lorde Protetor? Ai eu poderia contar com o seu apoio, com a sua influência entre os militares?

- Se você conseguir isso, rapaz, pode contar comigo, mas acho difícil conseguir essas provas embora o seu pai nunca parasse de me surpreender. Agora sugiro que você parta, antes que a sua presença aqui traga problemas para nós.

 Com uma cara séria, Lex partiu rumo à Mayville, pensando nas palavras de Churchill e de como trazer o velho politico e sua influencia para o lado de Mayville e Duralan.

 Para sorte do jovem cavaleiro, notícias agradáveis o aguardavam no palácio de sua prima. Dois de seus melhores espiões haviam descoberto uma estranha ligação entre o médico que prescrevia pílulas para ajudar ao rei Jorge a controlar sua gagueira e o partido de Pinkerton. Porém Lex sabia que isso não era o suficiente para convencer o velho Lord do Almirantado e assim, resolveu, ele próprio, ir à campo conseguir mais provas, de preferencia, uma amostra dos remédios que estavam sendo fornecidos ao Rei no seu período de convalescência.

Junto de dois de seus melhores agentes, Sir Talion, de maneira anônima, viajou até a clinica de repouso no interior de Gales onde o Rei estava se tratando. Ao chegar lá ele se surpreendeu com a fraca segurança do local, provavelmente fruto da arrogância do Lord Protetor.

Os três agentes esperaram a noite cair para invadir a clinica. Silenciosamente e, sem matar ninguém, Lex e os seus dois companheiros se infiltraram no hospital e conseguiram chegar à farmácia de manipulação onde eram preparados os remédios do rei Jorge.

Devido aos seus conhecimentos de química, ao ver a formula dos medicamentos, o jovem cavaleiro deduziu tudo o que estava ocorrendo. Os remédios preparados estavam induzindo uma demência no rei e, se o seu uso não fosse interrompido o mais cedo possível, esta poderia se tornar irreversível. Diante das descobertas, Lex pegou todos os documentos e as formulas, guardou-os num pequeno tubo de metal que trazia preso à cintura e comunicou a sua decisão aos agentes: eles iam fazer algo impensável: seqüestrar o rei da Inglaterra.

 Tendo Sir Talion vestido de enfermeiro à frente e com os outros dois agentes vestido de guardas, os três se esgueiraram pelos corredores até chegar ao quarto real. De maneira rapida e silenciosa, Lex e seus homens nocauteram rapidamente os guardas e entraram no quarto real. O Rei Jorge, naquele momento, era só frangalhos do homem que fora um dia, sendo, naquele momento, um grande boneco de pano vivo, fazendo tudo que lhe mandavam sem questionar. Os agentes de Duralan colocaram o rei numa cadeira de rodas e foram o mais rápido possível para o pátio. Com muita dificuldade, passaram o rei por cima do muro e, com Talion, que era o mais forte dos três, carregando o rei nas costas, correram até onde o carro de fuga os esperava com um quarto agente no volante e rumaram o mais rapido possivel para Mayville.

Quase um mês se passara e, graças ao controle exercido sobre a midia por Lord Pinkerton, a Inglaterra toda ignorava que o rei sumira. O Lord Protetor tinha certeza de que fora obra do cavaleiro de Duralan, mas, depois do episódio do escorpião, Phillip Pinkerton tomara duas decisões: não confrontaria mais diretamente o conselheiro militar do reino insular e parara de usar cueca.

Muito a contra gosto, Winston Churchill cedeu aos apelos de Lex Talion e concordou em viajar vendado à Mayville para ver as tais provas que o jovem cavaleiro afirmara reunir.

 - Não sei para que me vendar, Lex. Se souberem que estou aqui, minha carreira terá ido para o lixo da mesma maneira. Espero que isso tudo seja por um bom motivo - resmungou o Lord enquanto era conduzido pela mão pelo cavaleiro de Duralan através dos corredores do palácio de Mayville.

- E estragar a surpresa, Wiston? Acredite, vale a pena.

- Você esta muito alegre para o meu gosto, rapaz, começo a achar que essa viagem tem o seu proposito afinal.

 Os dois caminharam mais um pouco e Lex finalmente tirou a venda que cobria os olhos de Winston Churchill. O velho politico ingles se viu num amplo salão, ricamente decorado. Atras dele estavam as portas que serviam de entrada ao salão e, à sua frente estavam as rainhas de Duralan e Mayville, conversando com um homem sentado numa poltrona que se encontrava de costas para a entrada, impossibiltando Churchill de ver o rosto do interlocutor das rainhas.

 - Majestades, - disse o velho politico, se curvando perante as rainhas - o que este velho cavaleiro pode fazer por vocês?

- Bem, Mr. Churchill, não é à nós que você deve fazer tal pergunta, mas à ele. - respondeu, sorrindo, Miranda, enquanto apontava para o homem da poltrona.

Qual não foi o susto do político ao ver se levantar da poltrona um saudável e forte Rei Jorge, totalmente recuperado de sua doença.

- Eu estava conversando com as jovens rainhas, Winston, e resolvi lhe perguntar: você estaria disposto a me ajudar a promover mais uma revolução gloriosa?

Guerra das FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora