Sinopse:
Helen Walker tem um mundo "perfeito" aos seus pés. Herdeira de um patrimônio exorbitante, vive sua vida com padrões sofisticados. Órfã de mãe, mas com um pai muito conservador e um namorado bem sucedido. Mas Helen sente falta de algo a mai...
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Malia Lira
Dirijo feito uma louca. Preciso sair o mais rápido possível de perto da Helen. Saio dali cantando pneus por quase todo lugar que passo, sei que estou dirigindo imprudentemente, mas preciso chegar logo em casa. Lágrimas molham o meu rosto. Eu não posso acreditar que eu estou revivendo o meu passado, acho que tenho um carma. Chego em casa e entro abruptamente. Todos me olham assustados, mas não paro para falar com ninguém e vou direto para meu quarto. Sigo para o banheiro, preciso de um banho para deixar a água lavar a Helen de mim. Como se isso fosse possível! Penso inutilmente.
Em baixo do chuveiro é como se recebesse uma descarga elétrica com todas as lembranças da Helen. Como ela pode brincar comigo dessa forma? Escuto uma voz ao fundo me chamar mas decido não dar atenção, seja quem for acho que entendeu o meu recado. MAS QUE PORRA! Saindo do banho me deparo com os meus pais sentados na minha cama esperando. Não estou afim de falar com ninguém, mas não quero ser grossa com eles.
-Não quero falar com ninguém agora.
-Filha...
Levanto a mão para meu pai dando sinal para que não continue. Ele se levanta e chama a minha mãe para se retirar, o que ela não faz.
-MALIA LIRA SENTE AQUI AGORA! Minha mãe grita.
Sinceramente, não tenho forças para entrar em guerra com a minha mãe, então me sento ao seu lado, ela me abraça e eu acabo desabando em seus braços. O meu pai fica ao meu lado em silêncio me fazendo um cafuné. Eles não perguntam nada mas acabo contando a eles o ocorrido, que escutam atentamente, e só quando termino de falar que o meu pai fala:
-Filha sei que tudo que presenciou e ouviu lhe trouxe mágoas do passado, mas a menina Helen merece uma chance para se explicar. Ela não me aparenta ser uma menina leviana que só estava brincando com os seus sentimentos.
-Está defendendo ela pai? Ela me traiu, assim como a Izzy.
-Isso é o que você está supondo. Pare de comparar todo mundo com a Izzy. Diz a minha mãe.
-Converse com a Helen filha. Eu sinto que ela gosta de você, e isso tudo tem uma explicação. O meu pai fala.
Eu não falo mais nada. Então, eles se levantam, depositam um beijo em minha testa e saem do meu quarto me deixando sozinha. Decidi trancar a porta, não quero mais falar com ninguém. Me jogo na cama e fico remoendo as cenas da praia até que pego no sono.
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Helen Walker
Já se passaram quase duas semanas e a Malia não fala comigo. Ela não quer me ver nem pintada de ouro. Não atende as minhas ligações e nem responde as minhas mensagens, não sei mais o que fazer para que ela me dê uma chance para explicar o que realmente aconteceu. Eu vivo agora como eu vivia em NY, de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Às vezes saio por muito a Kate e o Edgar insistirem. Falando em Edgar ele se mostrou um grande amigo, ele até se dispôs a conversar com a Malia sobre toda aquela confusão, mas se ela ouviu aquilo e já entendeu tudo errado imagina me ver chegando com o Edgar em sua porta. A sua estadia se estendeu devido às novas parcerias e alguns trâmites financeiros.
Me encontro a contemplar o pôr do sol da janela do prédio da empresa, dessa forma me sinto um pouco próxima da Malia. Não importa onde eu esteja, paro tudo que estou fazendo para admirá-lo. Volto aos meus afazeres e me perco numa montanha de papéis, até que escuto o meu celular tocando, e atendi sem nem olhar quem era.
-Alô? Digo.
-Helen Walker, cadê você que não está em casa?
-Estou trabalhando Kate.
-Venha para casa agora, já está tarde Helen.
Olho para o relógio, e só então percebo que já se passou das 23:00h. Perdi a total noção do tempo.
-Já estou indo, beijos.
Desligo, pego as minhas coisas e sigo a caminho da garagem. Saio do prédio e o segurança acena para mim. A viagem vai durar cerca de uma hora e meia, então coloco uma música aleatória para tocar e Laura Pausini começa a tocar, "Apaixonados como nós", é para acabar comigo mesmo. Sigo o caminho mas está chovendo muito, como nunca vi chover por aqui. Decidi avisar a Kate que devido a chuva vou me atrasar, aciono o comando de viva voz do carro, mas a Kate não atende o celular, então deixo um recado:
"Amiga já estou na estrada a caminho de casa, devido a chuva forte devo me atrasar. Beijos, amo você."
Quando vou encerrar a ligação vejo um farol alto vindo em minha direção. Tento desviar em vão porque o outro carro já estava muito próximo. Sinto o forte impacto da batida e meu corpo sendo projetado para frente. Sinto algo macio, acho que é o airbag do carro que capotou. Estou no meio da estrada com o carro virado. Tento me livrar do cinto de segurança em vão, sinto todo o meu corpo doer, olho para o outro lado e vejo o outro carro que parece estar em um estado pior do que o meu. Sinto a minha cabeça doer e os meus olhos pesarem. Sinto lágrimas molharem o meu rosto e penso nela, na Malia, e sibilo um "eu te amo" na esperança que ela possa me ouvir.
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Gente do céu tadinha da Helen...fortes emoções nos próximos capítulos! Não percam eim!
