NOVE | ETERNA PERSEGUIÇÃO
Nari estava sentada na frente de sua penteadeira escovando seus cabelos castanhos, pensando no trabalho de física que teria que entregar na outra semana.
Os dias se passaram rápidos para a jovem. Parecia que ela tinha acabado de se mudar, mas isso já fazia um mês. A Park simplesmente não conseguia se adaptar à nova cidade. Ela adora os novos amigos e principalmente Paul, mas não gostava do clima frio e nem a indiferença da mãe para com ela.
Ela se lembrava bem das vezes que a mãe se preocupava com ela, e ainda dizia que a amava. O pai nunca foi muito presente, mas em compensação Su-ji era a melhor mãe do mundo quando Nari era criança. Enchia a pequena de beijos, fazia com todo o carinho os lanches da filha, estava sempre em casa com alguma invenção culinária quando Nari chegava da escola. Isso sim parecia séculos atrás.
Su-ji se tornou amarga, hostil e destrutiva depois do divórcio. Quem mais sofreu no meio da separação foi a filha do casal, que sofria ataque de ambas as partes.
Paul foi o único refúgio de Nari na época, mas infelizmente tiraram até mesmo ele dela, quando a mandaram de volta para a Coreia.
Nesses dias, agora que ela voltou, Paul está mostrando o quanto sentiu falta da amiga, a enchendo de carinho e atenção.
– Aquele idiota do seu pai ainda não mandou dinheiro para você. – Su-ji abriu a porta bruscamente assustando Nari. – Ele acha mesmo que vai jogar você nas minhas costas assim? Você tinha que ser filha do Jeong mesmo, dois imprestáveis.
– Sinto muito. – A mais nova se encolheu sentindo o peso das palavras da mãe, acreditando que era um peso morto para todos. Seu pai já tinha se livrado dela, e agora a mãe queria fazer igual. Por que ela existia mesmo?
– Para de fazer essa cara de coitadinha. Agora eu sou a vilã? – Su-ji falava alto visivelmente alterada e provavelmente bêbada. – Te dei um teto e ainda tenho que suportar sua chatisse, eu com certeza sou a vítima aqui.
– Tem razão. – Nari assentia com a cabeça concordando com tudo o que a mãe falava, não só por achar o que a mãe falava era verdade como também com medo de ser agredida.
– E além de tudo você é feia e imensa de gorda. – Completou a olhando com nojo. Nari segurou o choro pois não queria se mostrar fraca.
Depois que sua mãe saiu do quarto, a Park se olhou novamente no espelho, mas dessa vez se viu pelos olhos da mãe: imprestável, inútil, fingida, vítima, feia, gorda e fraca. Parecia uma pessoa quebrada de um jeito sem concerto.
A menina perdeu a vontade de sair do quarto e ir à escola, mas sabia que se ficasse em casa seria pior. Então pegou sua mochila e saiu de casa sem tomar café da manhã, já pensando em emagrecer.
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𝐄𝐓𝐄𝐑𝐍𝐎, 𝘱𝘢𝘶𝘭 𝘭𝘢𝘩𝘰𝘵𝘦
FanfictionApesar de anos se passarem, Paul não consegue esquecer sua Garotinha. Depois de se tornar um lobo raivoso tendo que proteger a reserva, Paul não tem muito tempo para pensar nesse tipo de coisa, mas Nari sempre irá habitar em seus pensamentos mesmo e...