8 ~Repostado

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(Bianca)

Estávamos andando sem parar e o senhor castor, com certeza, estava nos aborrecendo.

- Venham Humanos! Enquanto ainda somos jovens e cheios de vida! - já devia ser a décima vez que ele nos apressava. Já entendi que temos que andar mais rápido, mas esse rio é enorme, e estamos cansados. E agora, estressados, além da pressão que tem em cima de nós.

Uma de minhas mãos continua atada com a de Pedro, e por mais que ele não tenha dito nada, pude perceber que minha mão estava esquentando, não só por sua expressão, mas também pela sensação. Então soltei sua mão. Assim que fiz isso, Susana olhou para trás, eu e Pedro nos olhamos e olhamos para ela.

- Se ele nos apressar mais uma vez! - ameacei com as mãos faiscando, sem perceber.

- Eu vou fazer dele um chapéu bem fofo - Pedro me garantiu, tirando risos meus e de Susana, me senti bem mais tranquila com isso. Pedro pegou Lúcia e a colocou em suas costas para irmos mais rápido, pois a menina estava andando tão lentamente que arrastava os pés! Parecia e com certeza estava exausta.

- Rápido venham! - o castor gritou novamente, e chamas estalaram por meio de meus punhos fechados.

- Ele está ficando mandão! - resmungou Lúcia.

- Não! Olhem para trás! É ela! - a senhora castor gritava desesperadamente enquanto apontava.

Olhamos todos para trás, vendo um grande e rápido trenó puxado por grandes animais brancos se aproximando gradualmente a uma velocidade extremamente alta.

- Corram! Corram! - os castores instruíram.

- Corram! - Pedro gritou deixando Lúcia no chão novamente e a puxando pela mão, a pequena me segurou com sua mão livre e nós três corremos atrás de Susana e dos castores que estavam a nossa frente.

- Susana! Não pare! - gritei quando ela diminuía sua velocidade para olhar para trás, já estávamos em cima de um tipo de rocha que abria abrigo.

- Rápido! Aqui! Entre e se abaixem! - os castores nos puxaram para debaixo da rocha e colocaram suas patinhas tampando nossas bocas e sinalizando-nos para permanecermos em silêncio.

De repente o barulho do trenó que estava muito próximo parou, abrindo espaço para ruídos de passos começarem, então vimos uma sombra de erguer a cima de nossas cabeças, eu senti meu corpo tremer e comecei a suar frio, puxei minhas mãos para perto uma da outra para ocupar menos espaço, porém acabei fazendo pequenas gotas de água flutuarem, senti um puxão forte e olhei para Pedro que havia me acomodado mais perto dele pois o senhor castor estava quase para fora da "caverna", olhei para a senhora castor e ela me deu um pequeno sorriso, afinal, eu estava conseguindo controlar a água!

A dona da sombra ficou parada pairando sobre nós por um bom tempo, até dar as costas e se retirar com seus passos pesados.

- Parece que já foi - Lúcia sussurrou em minha orelha bem baixinho.

- É melhor que eu vá ver - afirmei tentando me levantar, sem sucesso, pois senti braços rodeando minha cintura e quando olhei, fiquei frente a frente com o loiro que me puxou, novamente, me fazendo permanecer em meu lugar.

- Não vai não, você vai permanecer aqui. Eu vou ir verificar - seu tom de voz era autoritário como se mandasse em mim, me fazendo erguer o cenho enquanto tentava não rir, mas também o segurei e não deixei ele levantar, eu poderia até não ir, mas ele também não.

- Não! Vocês não vão servir a Narnia mortos! - o senhor castor se enfiou em nosso caminho.

- E nem você meu velho - a senhora castor se apegou ao abraço de seu marido.

Herdeira Do Reino - Pedro PevensieOnde histórias criam vida. Descubra agora