Capítulo 25

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O diagnóstico de Zulema caiu como uma bomba no colo de Macarena. Ela se sentia impotente, não sabia como agir, como reagir. Desesperada ligou para a primeira pessoa que veio em mente. Falou por horas com Cachinhos que a acalmou, tentando ser positiva.
Ela caminhava de um lado ao outro no corredor do hospital, criando coragem pra entrar no quarto. Nesse momento uma enfermeira se aproxima e a chama pra conversar. Após uma longa conversa ela se sente mais preparada para conversar com Zulema.

*Zulema*

Desperto incomodada com o cateter de o2, olho para o lado da cama e vejo Macarena deitada na poltrona ao meu lado. A loira estava me olhando dormir. Ela estava com uma expressão estranha, com os olhos vermelhos, inchados.

- Que horas são agora?
Pergunto com a expressão confusa.

- São 5h da manhã, está amanhecendo.
Ela responde se despreguiçando.

- O que aconteceu? Por que esses olhos inchados de chorar?

- Meu amor, precisamos conversar.
Ela diz se aproximando de mim.

- O que aconteceu? O que tem de errado com os exames?
Questiono intrigada.

- Encontraram um probleminha no seu pulmão. Mas vai ficar tudo bem!
Ela acaricia o meu rosto.

- Que probleminha loira? Eu deixo o cigarro, se for esse o problema eu paro de fumar. Já queria parar mesmo.

- Você vai precisar deixá-lo mesmo. O doutor disse que passaria aqui pra conversar com você depois do café da manhã.

- Por favor, não me faça esperar tanto. Preciso saber o que está acontecendo.
Suplico com a expressão angustiada.

- Tem um nódulo no seu pulmão direito. Mas isso dá pra se resolver com cirurgia.
Ela acaricia o meu rosto tentando passar tranquilidade.

- Estou com câncer loira?
Digo com a expressão séria.

- Sim. Mas você é forte, vamos passar por isso. Eu estou com você.
Ela responde com os olhos cheios de lágrimas.

- Porra, isso não pode estar acontecendo comigo.
Dou alguns murros na minha perna diante daquela notícia triste, tentando externar o meu sentimento.

- Não faz isso amor, você vai ficar bem. Eu preciso que você seja forte e acredite nisso.
Macarena me abraça em meio às lágrimas.

- Eu tenho tanto medo de morrer loira!
Respondo chorando.

- Você não vai morrer, você vai sobreviver. Vamos envelhecer juntas. Vamos viver o nosso amor! Eu não posso e não vou te perder ouviu?
Ela diz se afastando do abraço limpando minhas lágrimas.

O café da manhã chega e eu tento me alimentar mas sem muita fome apenas tomo um suco.
Algum tempo depois o médico veio conversar comigo. Explicou as possibilidades de tratamento, disse dos riscos e benefícios e decidimos realizar a cirurgia o mais rápido possível. Eu queria viver, eu tinha muitos motivos para lutar contra aquela doença, e assim eu faria.

Após a longa conversa com o médico fico novamente sozinha com Macarena.

- Eu preciso passar em casa, vou pegar algumas roupas pra ficar aqui com você. Eu não vou demorar, prometo.
Ela diz depositando um beijo na minha testa.

Assim que Macarena deixa o quarto me viro para o lado e logo adormeço com o efeito do analgésico.
Não sei quanto tempo depois desperto com a claridade do quarto, olho para a escrivaninha ao lado da cama e nela tem um bouquet de flores. Olho para o sofá e lá está Saray.

- Despertou a bela adormecida.
Ela diz seguindo em minha direção.

- Cigana.
Respondo com meio sorriso.

- Que história é essa que tem um alien vivendo no seu pulmão?
Ela senta ao meu lado na cama hospitalar.

- Pois é... parece que esse filho da puta entrou numa tragada de cigarro.
Respondo descontraidamente.

- Então vamos expulsar ele daí viu? De agora em diante você vai deixar de ser chaminé. Tenho que agradecer esse alien maldito, afinal ele conseguiu te fazer parar de fumar.
Ela sorri.

- Eu não quero mais saber de cigarro. É horrível ter que respirar com esse cateter.
Digo mostrando o dispositivo  pra ela.

- Você vai sair dessa, e vai sair rápido. Você é a famosa Zulema Zahir, nada consegue te derrubar.
A cigana diz me abraçando.

Durante o abraço ela começa a chorar.

- Você não ouse pensar em nos deixar viu Elfo, eu não saberia viver sem seu mal humor matinal. Sem suas respostas atravessadas. Sem você.
Ela me aperta junto a ela.

- Eu não vou, eu juro que vou dar o melhor de mim. Esse alien não vai me tirar daqui tão cedo.
Respondo em meio às lágrimas

- Chega de chorar.
Saray diz se afastando limpando os olhos.

- Eu vim rapidinho mas preciso voltar pra cuidar do seu império, porque logo você sai dessa e se ele desmoronar você come meu fígado.
Ela sorri.

- Obrigada pela visita. Eu amo você!
Respondo enxugando as lágrimas.

- Eu também te amo, eu volto depois da cirurgia. Fica bem.
Ela diz me abraçando mais uma vez se despedindo saindo pela porta.

Uma hora depois ouço a porta bater e olho ansiosa na esperança de ver Macarena entrando por ela, mas vejo um buquê de flores e Hierro.

Imediatamente meu semblante muda.

- Bom dia meu amor.
Ele diz se aproximando de mim.

- O que você está fazendo aqui?
Respondo incomodada com a presença dele.

- Vim te dar adeus. Soube que está com câncer. Parece que o destino vai me deixar viúvo.

- Cala boca seu filho da puta.
Respondo irritada.

- Não fica assim meu amor, logo você irá encontrar o seu tio.
Ele diz acariciando minha bochecha.

- Tira a mão de mim seu porco.
Respondo afastando sua mão do meu rosto e sem que ele percebesse aperto a campainha que estava debaixo do lençol solicitando que alguém viesse ao quarto.

Dentro de alguns segundos uma enfermeira entra no quarto.

- Algum problema senhora?
Ela questiona me olhando.

Nesse instante Hierro se afasta.

- Sim. Eu gostaria de pedir que não deixem esse senhor me visitar. Estamos nos separando e não quero vê-lo aqui.

- Ok senhora.
Ela responde.

-O senhor por gentileza poderia me acompanhar até a saída?
Ela diz encarando Hierro que sem oferecer resistencia sai da sala.

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