AQUILO NÃO PODIA SER REAL. Sirius se remexia, suando, fazendo caretas. "Não é real", ele repetia para si mesmo, porém aquilo não o impedia de soltar leves murmúrios. Estava de volta em sua casa: Largo Grimmauld, n° 12. E eles estavam lá. Orion Black não hesitava em apontar a varinha para o próprio filho. Walburga, uma terrível mãe, discursava sobre como ele era uma decepção. Regulus nem ao menos olhava para ele. A Mui Antiga e Nobre Casa dos Black esperava tanto dele e tudo que Sirius queria era se encaixar, ter uma família normal. Mas como ele possivelmente poderia ter aquilo quando os requisitos para ser um Black eram tão monstruosos?
Orion não se limitou a somente ameaçar Sirius. O bruxo sangue-puro guardou sua varinha com uma expressão amarga estampando seu rosto. E Sirius era um garoto forte, mas ele tinha medo. Então correu e correu, mas não saiu do lugar. E então gritou e gritou, mas sua voz não saiu. E então ele chorou, e isso ele conseguiu fazer, mas de nada adiantou. E diante de seu odiado pai pronto para bater nele até que ele se tornasse decente, o garoto Black sentiu um abraço.
– Ei, ei, ei, está tudo bem! – Portia parecia preocupada ao ver o desespero do mais novo, sentado, ainda tentando agarrar a ideia que ele estava bem. – Foi só um pesadelo.
"Só um pesadelo", Sirius repetiu a fala da amiga, ofegante, voltando a realidade. Colocou os braços em volta dela, sentindo o aperto de Campbell aumentar enquanto ele ajeitava sua cabeça no seu ombro. A mão de Portia viajou para os cabelos do grifinório quando ouviu os baixos soluços do maior, tentando tranquiliza-lo. "Você quer falar sobre isso?", ela perguntou, sentindo o Black negar com a cabeça.
Portia C. continuou sua sessão de conforto, por mais que não soubesse muito bem como fazer aquilo. "Okay. Podemos... falar disso depois... ou nunca. É sua escolha", murmurou a bruxa morena, "está tudo bem, eu estou aqui". Sirius se sentiu relaxar lentamente, sentindo o cheiro de rosas e calor vindo da rebelde. Percebeu que conseguia se acostumar com aquilo com muita facilidade.
A dupla peculiar continuou naquela mesma posição por alguns minutos. A mestiça que odiava mostrar afeto e o animago que odiava mostrar vulnerabilidade não se sentiram nem um pouco incomodados com o que acontecia na Torre de Astronomia. Já era madrugada, o sol da alvorada fazendo os adolescentes lembrarem que havia um mundo além deles. "Deveríamos voltar para ala hospitalar ou Pomfrey irá nos matar", comentou Black, se separando da veterana e sorrindo fraco para ela.
– Então precisamos ser rápidos, porque eu sei, depois de muita pesquisa, que ela aparece lá antes das sete da manhã e pela posição do sol...
– Adoro quando você é inteligente, P. – Sirius riu do dedo do meio da garota, tentando voltar ao humor deles antes de seu pesadelo. Não era algo incomum que ele acordasse no meio da noite, mas, usualmente, ele tinha que recuperar sozinho, não querendo incomodar os melhores amigos.
O grifinório segurou a mão fria e não machucada de Portia, já se sentindo mais disposto e curado pelos remédios mágicos de Poppy, por mais que a dor ainda estivesse presente. Os dois bruxos com tendência a arranjar problemas correram até o lugar que deveriam estar, rindo dos quadros que se assustavam ao acordarem com os jovens barulhentos. "Mais rápido!", Campbell disse com um sorriso no rosto, ainda segurando a mão do quinto-anista.
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𝐑𝐄𝐁𝐄𝐋𝐒, 𝘴𝘪𝘳𝘪𝘶𝘴 𝘣𝘭𝘢𝘤𝘬.
Fiksi PenggemarSirius Black sempre se considerou o bruxo mais rebelde de Hogwarts. O título era merecido. Ele de fato tinha uma reputação pelo seu comportamento nos cinco anos que estudou na Escola de Magia e Bruxaria. No entanto, ao descobrir que estava errado, q...