Epílogo

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AGOSTO DE 1832,

"VOCÊ TRABALHA DEMAIS, PAPAI!"

Nate estava no seu escritório, completamente alheio ao mundo ao seu redor enquanto analisava uma pilha de papéis da vinícola que tinha levado para casa com problemas para resolver no final de semana, quando pequenas mãozinhas seguraram a borda da mesa e ele viu o rostinho sorridente de Violet surgir do outro lado da mesa, os enormes olhos azuis apreensivos e brilhantes com o sorriso que curvava os lábios da menininha.

- Oi, minha princesa. – disse ele, desviando a atenção dos papéis e tocando o nariz da filha com o indicador.

- O senhor prometeu passar a tarde comigo. – disse ela. Para uma menina de pouco mais de dois anos, ela falava muito bem, tinha aprendido tudo muito cedo, falar, andar, fazer drama pela atenção de toda a casa. – Hoje é sábado, papai.

Nate sorriu, afastando a sua cadeira da mesa enquanto Violet dava a volta e esticava os braços para ele pegá-la no colo. Ele a colocou sobre seus joelhos e indagou:

- E o que sugere que eu faça?

- Você trabalha demais, papai! – reclamou ela. – Precisa se divertir.

Sorrindo, ele concordou com um meneio de cabeça.

- E o que vamos fazer hoje para nos divertir?

- Vamos... fazer um piquenique com a mamãe? – sugeriu ela, mordendo um dos lábios para esconder o sorriso.

- O piquenique não era amanhã? – perguntou ele, franzindo a testa em um esquecimento fingido.

Repreensão brilhou nos olhos da menininha.

- Hoje é sábado. O piquenique é no sábado. – disse ela, cruzando os braços.

Nate segurou a menina nos braços e se levantou da cadeira.

- Certo. E onde está a sua mãe? – perguntou ele, já indo para a porta do escritório.

Violet emitiu um grito estridente em meio a uma gargalhada enquanto Nate a colocava sobre os ombros. Até mesmo Nate ria enquanto saía da casa com a menina nos ombros.

- A mamãe está na estufa... ela vive lá. – disse ela, ao se recuperar da adrenalina.

Elisa tinha descoberto a estufa da propriedade, que era cuidada pelos criados desde que Nate herdara Nindberg, e então ela passara a cuidar das plantas no local e passava o dia todo lá, ou supervisionando alguma atividade de Violet.

- E você, onde estava? – Nate perguntou para a filha sobre seus ombros.

- Com a tia Quinn, é obvio. – disse ela. Nate podia jurar que ela revirara os olhinhos, mesmo sem vê-la. – Ela já está levando nossa cesta de piquenique para a estufa.

Saindo pela porta dos fundos da casa, Nate viu Quinn parada à porta da estufa à esquerda e Elisa ao lado, acabando de secar as mãos em um pano. Um sorriso curvava os lábios de Elisa e ela parecia brilhar sob a luz do sol da tarde, ela entregou o pano para Quinn e apoiou a mão na coluna enquanto olhava para ele e Violet que se aproximavam. Nas últimas semanas, a barriga de Elisa tinha crescido consideravelmente e ela começara a sentir muitas dores nas costas por conta da gravidez. Ela já estava de sete meses e meio.

- Pronta? – Nate indagou à esposa, pegando a cesta que Quinn preparara e agradecendo.

- Pronta. – Afirmou Elisa, entrelaçando o braço ao dele.

Os três seguiram juntos pelo caminho do jardim e em direção ao local onde sempre faziam piquenique todos os sábados. Aos fundos da propriedade, tinha um gramado com algumas árvores que faziam sombra e um pequeno lago, era um lugar bem tranquilo onde tinham os melhores momentos juntos, apenas os três, Sarah tinha tentado se juntar a eles uma ou duas vezes, mas na maior parte das vezes era apenas um tempo dos três para que Violet tivesse a atenção total dos pais para si. Depois que Elisa ficou grávida e sentar-se sobre a toalha no gramado já não era mais uma opção, Nate tinha mandado instalarem uma mesa de piquenique sob a sombra da maior árvore ali e os três continuaram com aquele costume semanal.

Amores roubadosOnde histórias criam vida. Descubra agora