9. O agente

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MARÇO DE 1830,

QUANDO UMA COMPANHIA INDESEJADA ABORRECE NOSSA MOCINHA.

Sam entrou na sala de jantar e pegou dois dos bolinhos fritos e açucarados de uma bandeja sobre a mesa, então ele deu um sorriso para os irmãos a mesa e piscou para Nate, indo para a porta. Nate levantou, irritado, e seguiu o irmão. A mãe deles tagarelava sobre qualquer coisa que Nate não se importou em descobrir o que era, provavelmente sobre sua viagem até Rainbow para fazer compras de vestidos para as filhas, Margot vivia dizendo que Glover não tinha lojas boas para comprar roupas.

Nate pegou seu cavalo e montou rapidamente, já saindo pelo longo caminho que levaria ao porto, tinha sido chamado para resolver algum problema com uma carga que deveria zarpar naquele dia.

Os últimos meses tinham sido um borrão de trabalho, raiva, uísque e tentativas frustradas da mãe de fazê-lo noivar com alguma das damas que ela selecionava para ter como nora. Nate pensara em Elisa todos os dias, ainda sem acreditar que ela tinha ido embora daquela forma. Ela já deveria estar casada há alguns meses, era uma duquesa e senhora de muitas terras; ele continuava ali, emburrado, triste e sendo importunado para se casar com outra dama.

Nate descontou um pouco da sua frustração no cavalo, apertando mais as esporas e fazendo o animal correr ainda mais rápido. Aquele estava sendo um dia particularmente pior do que os outros, então, seja lá qual fosse o problema com o mercador que levaria o carregamento de vinho, era melhor para ele que não resolvesse testar a paciência inexistente de Nate.

Ele parou o cavalo ao chegar ao pequeno porto de Glover e desceu da montaria, amarrando o animal e entrando apressado no pátio do porto. Um navio com alguns passageiros tinha chegado, o que estava causando uma pequena confusão no pátio, e o barco rubro estava aportado a alguns metros de distância do navio. Os homens de Nate estavam discutindo com um outro homem de aparência desagradável, com certeza era um homem do mar, sua barba enorme e as vestes sujas mostravam isso. O gerente da vinícola da família soltou um suspiro aliviado ao ver Nate se aproximando.

- Qual é o problema? – perguntou ele para ninguém em especial.

Todo o grupo olhou para ele e o homem barbudo arqueou uma das espessas sobrancelhas.

- O senhor é o chefe desses idiotas? – perguntou o homem, com uma voz que denunciava que fumava há duzentos anos.

- Sou o dono da vinícola. – respondeu Nate, pousando as mãos na cintura.

O homem abriu um sorrisinho. 

Os primeiros três meses foram repletos de enjoos matinais que vinham sempre à uma da tarde, mas, nos últimos quatro dias Elisa estava se sentindo enjoada o tempo todo

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Os primeiros três meses foram repletos de enjoos matinais que vinham sempre à uma da tarde, mas, nos últimos quatro dias Elisa estava se sentindo enjoada o tempo todo. Talvez isso fosse culpa do mar, ou do seu cão de guarda que não tirava os olhos dela nem quando ela dormia. O senhor Micael Kye a estava acompanhando de perto desde o fatídico dia em que o marido de Elisa faleceu de febre depois de ser pego por uma tempestade enquanto cavalgava, a Coroa mandou que Lord Kye assegurasse a legitimidade da linhagem Wyatt quando o bebê de Elisa nascesse, para que ela não trocasse uma menina por um menino depois de parir. Dizer que o agente da Coroa era chato era um eufemismo imenso, o desgraçado mal deixava Elisa se banhar e usar o penico sem os olhos atentos dele, como se ela fosse entrar no reservado e, magicamente, trocar o filho de dentro de seu ventre por outra criança para pegar a herança do marido.

Amores roubadosOnde histórias criam vida. Descubra agora