24. A irmã

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MARÇO DE 1830,

QUANDO A IRMÃ SUMIDA REAPARECE.

Nate estava na cama de Elisa, com a filha no colo e a mulher amada dormindo ao seu lado. Ele tinha passado a noite ali, velando o sono de Elisa e da pequena Violet, e mal dormira.

Dois criados tinham trazido o berço do quarto de bebês da casa para os aposentos da condessa, no qual Nate fez questão de garantir que Elisa permaneceria, que seria seu quarto por direito depois que se casassem, pois assim Elisa não precisaria ficar longe da filha enquanto estivesse de repouso, como o doutor Hyde tinha indicado. Eles ainda não tinham discutido sobre o casamento, mas Nate não estava preocupado com isso, eles fariam isso em breve e tudo ficaria bem.

As palavras de Elisa sobre o parto ainda se repetiam na cabeça de Nate, ele mal podia imaginar tudo que ela passou. Ela tinha tido certeza de que não sairia com vida, mas mesmo assim fez todo o possível para que a filha deles viesse ao mundo, disse que ficaria feliz em não sobreviver se aquilo garantisse a vida da criança. O aperto no peito de Nate se intensificava só de pensar nisso.

Com uma mão, ele brincava com a filha, que estava aconchegada em um travesseiro no seu colo, a menina segurava o dedo dele e o levava à boca, muito esperta para um recém-nascido, dissera a parteira. E, com a outra mão, Nate afagava os cabelos de Elisa, que dormia tranquilamente ao lado dele.

Já era um pouco mais tarde do que ela costumava acordar, ela tinha acordado para amamentar a bebê e voltado a dormir, mas, considerando o dia anterior, ela tinha o direito de dormir até um pouco mais tarde. E Nate estava feliz em poder ficar com a filha totalmente para si por mais algum tempo.

- A Tessa chegou! – Nate ouviu Sarah gritar no corredor, e os passos aproximando-se. Violet se virou na direção do barulho.

Parecendo se recordar de que tinham um recém-nascido em casa, Sarah diminuiu a voz ao passar pela porta do quarto e dizer à Nate:

- Tessa está aqui. Acaba de descer da carruagem na entrada da casa.

E, antes que Nate pudesse perguntar qualquer coisa, a menina correu pelo corredor novamente. Ele franziu a testa. Fazia algum tempo que ele não via a irmã mais velha e também não havia recebido nenhuma carta dela. Tessa tinha se casado há doze anos e morava no continente com o marido, o marquês de Dempster.

Elisa abriu os olhos, procurando por Nate e a filha enquanto ele continuava a acariciar os cabelos dela.

- Sarah estava gritando na nossa porta ou foi um sonho? – indagou ela, a voz sonolenta.

Nate sorriu.

- Ela estava. – disse ele. – Parece que Tessa acabou de chegar para uma visita surpresa e Sarah está empolgada.

A testa de Elisa se franziu e o olhar dela encontrou o de Nate.

- Quem é Tessa?

- Minha irmã mais velha. – disse ele. – A marquesa de Dempster. É casada há eras e vive no continente com o marido, não faço ideia do que está fazendo aqui.

Elisa pareceu ponderar por um momento.

- Então você deveria ir vê-la, não acha?

- Não. – Nate meneou a cabeça em negativa, o olhar recaindo sobre Violet no seu colo. – Posso falar com ela depois. Agora estou bem ocupado.

- Se continuar assim, não precisaremos nem mesmo de uma babá. – Um sorriso curvou os lábios de Elisa enquanto ela dizia isso, virando-se de lado na cama e gemendo um pouco pelo movimento. – Ah, meu corpo todo está dolorido.

Amores roubadosOnde histórias criam vida. Descubra agora