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A casa dos irmãos agora era outra, uma que Gaara havia escolhido, um espaço maior, era grande de mais para eles três, mas ele se sentia bem assim, a casa era ótima e podia ser chamada de mansão.

Os dois novos integrantes que agora iriam morar ali se acomodaram e escolheram um quarto pra cada, a viagem foi exaustiva para ambos, porém Ayla ainda aguentava muita coisa, mesmo que não admitisse estava cansada, só queria um repouso, as noites mal dormidas de preocupação com seu pequeno–ou nem tão pequeno– estavam lhe consumindo, mas apesar de tudo ela tentava aparentar bem

Durante a viagem eles não ficavam em lugares fixos, por tanto isso pedia um pouco mais de atenção e ela preferia ficar acordada do que dormir e deixar ambos a mercê do perigo, ela parou na porta do novo quarto de Yato e o analisou, sua pele ainda estava molhada pelo banho recém tomado o quarto estava fresco por conta do ar-condicionado e ele vestia apenas uma bermuda e dormia profundamente agarrado ao corpo de Spyke que mesmo dormindo ficava atento e mexia as orelhas a par de qualquer barulho, o lobo peludo aquecia o garoto do vento meio frio e ela sorriu, até que enfim estavam em casa e ela podia descansar, rumou ao seu novo quarto passou direto para seu banheiro tirou suas roupas ligou o registro e deixou a água morna bater em seu couro cabeludo e escorrer por seus ombros

Seus músculos se relaxaram rapidamente e seus olhos pesaram anunciando o cansaço que praticamente a atropelou, ela suspirou, a quanto tempo ansiava voltar e ter uma noite de descanso? Sem ao menos se preocupar de ser atacada! Com grandes responsabilidades vinha grandes fardos, e era isso que ela carregava nas costas o fardo de um clã em ruinas, o fardo de ser uma Kunoichi poderosa o que lhe trazia grandes riscos a sua própria vida e de seu garoto.

Ela suspirou e quis chorar, a quanto tempo ela não chorava? A quanto tempo estava tudo entalado? Ela não sabia, mas era a um bom tempo, ela se revestiu nessa máscara que ela mesma criou, daquela Kunoichi forte que não temia nada, mas sim ela tinha seus medos, e ali mediante a seu relaxamento, a sensação de proteção que aquele lugar lhe transmitia ela se permitiu chorar e colocar tudo pra fora, um filme foi passando pela sua cabeça lhe trazendo memórias doloridas e sôfregas que teouxe um bolo em sua garganta e o choro desceu era silencioso e o pior deles, era doido seu peito doía e a falta de ar veio em seguida os soluços começaram sem trégua e ela escorregou pela parede sentando ao chão com o chuveiro ainda ligado.

Ali de baixo daquela água morna que a relaxava sua mente buscou suas memórias praticamente do fundo do poço, memórias que ela achava que havia superado, mas não, ela viu novamente diante de seus olhos as escolhas que fez, teve que deixar sua família, o homem que amava para arrumar a bagunça que era sua vida, começando por si mesma, ela deveria mudar se quisesse ser uma boa mãe pra Yato, tinha que ser mais forte e controlada, não podia deixar que acontecesse com ele o que aconteceu com Kankuro, foi obrigada a matar o próprio irmão, aquele que tinha o mesmo sangue que ela correndo nas veias.

Ela era só uma criança quando tudo aconteceu, mas por ventura de um destino impiedoso e cruel ela fora obrigada a tomar decisões que um adulto deveria tomar, e foi isso que aconteceu, ela teve de amadurecer quando era apenas uma criança e teve de arcar com as consequências de suas decisões, ela já estava com quase 19 anos, mas ela nunca fora uma criança, e esse pensamento prevaleceu em sua mente, ela nunca foi uma, mas estava feliz, mesmo Yato estando envolvido no mundo Shinobi tinha sido uma criança normal, e ela se encarregou disso, pra que ele não amadurecesse rápido como ocorreu com ela.

Quando os soluços cessaram veio a calmaria, o choro parou, só havia restado a dor, os fungados e um rosto vermelho, ela saiu do banho se enrolando na toalha, haviam poucas roupas dela mas ela quis uma que sempre guardava consigo, uma de seu amor, a camisa de alguém que fora tão importante para ela, Gaara.

Ele havia sido alguém de suma importância para ela, foi o cara que a fez sentir o amor, alguém que se importou com ela, alguém que não a desprezou ou se aproximou por interesse, ela sorriu vestindo a camisa e uma roupa íntima e se deitou na cama, fechou os olhos e voltou a cena de mais cedo na sala dele onde ele beijava sua mão, ele havia sido tão carinhoso, tão gentil.

Ela suspirou lembrando de como ele havia ficado quando ela disse que iria partir e perguntas lhe rondaram a mente, será que ele ainda sente o mesmo por ela? Ou já arrumou um outro alguém? Será que ele ainda é o mesmo homem por quem se apaixonou ou mudou totalmente?

O anel em seu dedo anelar fora a última coisa que viu antes de apagar totalmente e se render ao cansaço que sentia, a confusão que havia em sua mente seria finalizada depois de um bom descanso, algo que ela almejava a alguns meses, ou até mais de um ano.

O que é de fato verdade é, com um grande poder vem grandes responsabilidades e um grande fardo...




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Fiquem com esse cap pra vcs, espero que tenham gostado, como percebeu eu quis narrar apenas o que ela vinha aprisionando dentro de si há algum tempo, e por estar em casa sentindo a sensação de acolhimento e proteção ela se deixou levar e colocou tudo pra fora

Irei dar meu máximo pra atualizar, e o próximo capítulo será mais legal, pois esse foi cheio de emoções, bijus❤️

Uma Nova Forma de AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora