Nuances de solidão

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Nygmobblepot 02.

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- Eu amava ela... E você a matou. - As curtas palavras proferidas pelo rapaz de chapeu foram o suficiente para quebrar o coração do pássaro em mil pedaços. Era tão doloroso ouvir isso de quem você amava, ele havia feito o que fez por amor, apenas isso. Mas Edward não entendia, ele nunca entenderia isso realmente, não é?
O barulho alto de um disparo pode ser ouvido, e no segundo seguinte as mãos de Oswald estavam sobre sua barriga pressionando o ferimento que sangrava sem parar, manchando o com a tinta escarlate. Seus olhos azul-gelo encararam os de Edward enquanto ele sentia sua vida lentamente escorrer por entre seus dedos. A mão do ex-forense tocou a gravata do mafioso o puxando com força, e no segundo seguinte empurrando, jogando o criminoso em direção a água gelada do cais de Gotham City.
Oswald sentiu a água fria abater-se sobre si mesmo quando seu corpo atingiu a água com um baque ensurdecedor. Seus olhos estavam arregalados ainda a encarar o vazio das iris castanhas de Ed, enquanto ao seu redor a água ficava turva, tingida com seu sangue que escorria em abundância, suas pupilas dilatando conforme sentia o sopro da morte... Era assim que sua vida iria terminar? nas docas, jogado naquele rio gélido, morto por quem ele mais amava?... Ele se sentia tão mal, queria que tudo aquilo tivesse sido diferente.
Ele não ligava para a dor do buraco em sua barriga, o que realmente queimava eram ainda as palavras de Ed, dançando em sua cabeça como uma sinfonia ruim, estalando sobre seus ouvidos. A tristeza estava cobrindo seus olhos que se fecharam logo depois de olhar por breves segundos a sombra de Edward se movendo nas docas. A última coisa que ele pode sentir, foi o frio dos lábios da morte se chocando contra os seus, e então... A escuridão.

...

Edward caminhava de um lado pro outro parecendo completamente impaciente. de sua roupa completamente molhada, gotas escorriam manchando o chão e o encharcando com a agua fria. Sua respiração estava desconfigurada e tendia a querer falhar a qualquer momento. O homem de olhos castanhos fechou seus olhos inalando o ar de modo a tentar manter sua calma, e então sentou-se num dos bancos do hospital, ignorando que em seu estado, molhava todo o local. O que ele estava fazendo ali? Bem, ele estava esperando por notícias de Oswald Cobblepot. Quando então uma enfermeira saiu de uma das aulas, aparecendo no corredor, foi que Ed outra vez se levantou arqueando a sobrancelha e questionando a mulher.

- Ele está bem? Ele vai ficar bem? - Ele implorou praticamente, enquanto esperava pela resposta da moça.

- Ele perdeu muito sangue, está entrando em cirurgia para remoção dos fragmentos da bala. Recomendo esperar, vai demorar um pouco. - a moça de branco disse com uma voz tentando tranquilizar ao moreno alto, mas é claro que não deu certo, uma vez que ele se encontrava completamente nervoso. Porém não podia fazer nada afinal, apenas esperar para que Cobblepot sobrevivesse a aquilo. Ela desapareceu por entre as portas e depois voltou, trazendo algumas roupas e um manto, para o rapaz se trocar. Ele agradeceu silenciosamente e foi até o banheiro.

...

Cerca de três horas depois, novamente aquela mesma enfermeira apareceu por entre as portas sob o corredor, Ed ao ve-la se levantou, correndo até a moça para saber de mais notícias sobre Oswald. Ele agora estava um pouco mais quente, sem suas roupas habituais e de marca cara que o prefeito havia comprado para ele, porém não iria morrer de hipotermia.

- Como ele esta? - Questionou, esperançoso.

- Ele está estabilizado, foi preciso uma boa quantia de sangue para repor. Bem, se quiser entrar, é permitido. Porém ele não está acordado.

Ed não se importou com isso, e apenas seguiu corredor adentro até encontrar o quarto onde o prefeito estava. O coração do homem de olhos castanhos bateu forte e quase parou ao ver seu querido Oswald deitado sobre a cama. Soro aplicado em sua veia. Era tão... Parecido com um anjo adormecido. Ele suspirou pesado, sua cabeça latejou, oh isso foi tão ruim, ele não deveria ter atirado em seu melhor amigo, porque ele fez isso? Ele era um idiota e agora não tinha nada para fazer, não dava para voltar atrás da merda que havia cometido, estava perdido, completamente perdido agora. O mundo não era mais o mesmo nessas horas em que Pinguim estava sob uma cama, seu estômago enfaixado e precisando de tanto afeto. Edward engoliu em seco, pigarreou, mas não conseguia tirar aquele bolo nervoso que estava sobre sua garganta.
Criando uma coragem, ele se aproximou da cama onde Cobblepot estava, lentamente sua mão foi até o rosto palido do anjo adormecido, seus dedos tocaram a pele sensível e macia, mas se retiraram ao perceber o que estava fazendo. Ed respirou fundo, mordeu o lábio inferior e em seguida soltou o ar como se ele queimasse seus pulmões, era mais difícil falar isso do que ele pensava que seria. Ele queria se desculpar com o pequeno passarinho, mas não sabia como resgatar seu perdão, não sabia como ser feliz outra vez, por que ele descobriu no momento em que atirou em Oswald, que ele era sua felicidade, ele havia acabado de cometer o pior erro de sua vida. Porém, Edward se arrependeu. Ed, abaixou sua cabeça, e sua voz saiu rouca, quebrada.

Gotham Pride - One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora