1 ° lugar no ranking - 12/10/2020
2° lugar no ranking - 10/02/2019
( LGBT+)
Quem nunca se perguntou o motivo pelo qual as histórias homossexuais são contadas de uma forma totalmente padrão? O pai que não aceita, a mãe que põe para fora de casa e e...
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Após o término da aula, eu dirigi até o Starbucks com Kim e Emma para jogar conversa para esperar Marco para podermos ir ao Queens. O dia estava bem frio, e frio me dava saudades da Rebeca.
Na verdade quase tudo me dava saudades dela, me lembrava de algo que fazíamos juntas. Me lembrava o cheiro de Rebeca e até mesmo, o gosto de seu beijo.
Mesmo com várias pessoas ao meu redor, não pensar em outra coisa a não ser ela. Ela prendia a minha atenção sem ao menos estar presente.
Eu estava completamente apaixonasa de uma forma tão pura, que me definiu bem. Me sinto sentir vida, sentido em tudo o que normalmente tinha uma lacuna.
Eu estava mais feliz e essa felicidade estava estampada em meu rosto, no meu sorriso para o nada e em tudo o que eu faço.
Kim e Emma conversam sobre várias coisas, sempre falavam de meninos e em como tintas para cabelos estavam caras demais. Sério, até hoje eu não sei como um Kimberlly planta para deixar os cabelos dela hidratados de tanto que ela os pintavam. Eu nem mesmo me recordo da cor original dos cabelos dela. Se não me engano eram pretos .. Não sei:
- ... não é, Liv?
- Oi? Você disse alguma coisa, Kim? - Perguntei sem ter ouvido absolutamente nada do que as duas estavam falando.
- Olá, gata! Você não prestou atenção em nada do que a gente tá falando? - Perguntou ela, surpresa.
- Desculpa, eu estava com a cabeça em outro lugar. - falei, com um sorriso bobo no rosto.
- É, com a cabeça lá em casa - disse Emma, dando gargalhadas.
Ela não estava errada.
- Eu só ainda não sei o que fazer.
- Ainda não contou para o Rayn? - perguntou Emma, curiosa. - Não acha que uma hora ele vai acabar descobrindo?
- Eu acho que sim e por isso que eu ando tanto com a cabeça nas nuvens.
- Do que você tem tanto medo, Olivia? - perguntou Kim, tomando um gole de seu refrigerante.
- Eu acho que a reação dele, sei que ele não vai saber lidar com isso. Sempre foi tão difícil convence-lo de alguma coisa, imagina dizer que eu sou lésbica e to apaixonada por uma garota.
- Ele não pode fazer nada contra você! - Exclamou Emma - E se fizer, nós damos queixa na polícia. Homofobia é crime!
- Eu sei que é e algo me diz que vamos precisar ir sim na polícia. - respondi.
- Seja lá o que acontecer, vamos estar com você. Pro que der e vier - Kimberlly pegou em minhas mãos. - Tenha coragem e tudo vai dar certo no final.
- Obrigada, Kim. Sei que vai ficar tudo bem. - sorri.
As duas continuaram a conversar e eu olhava fixamente para a janela na minha frente, me imaginando com Rebeca e ficando cada vez com mais saudades. Sim, só faziam 18 horas que não a via, mas isso não queria dizer nada. Por mim, passaríamos 24 horas grudadas.
Assim que levantei para buscar um copo de chá gelado, vi um rapaz na mesa ao lado do balcão, que encarava Kim sem ao menos disfarçar. Ele me notou ao pegar um canudo e me chamou:
- Ei! - ele sussurrou - Você é amiga garota de cabelos verdes, não é?
- Sim! Eu sou.
- Sabe se ela tem namorado?
- E quem é você? - perguntei o encarando, desconfiada.
- Ah, desculpe, meu nome é Clark estudo na mesma faculdade que você. Veterano.
- Muito prazer, Clark. - ele estendeu as mãos para me cumprir - Meu nome é Olivia e não. Ela não tem namorado.
- Ela é linda! - ele exclamou com um sorriso no rosto - Em fim, muito obrigado pela informação.
- Não há de que. - responde e sai para voltar até a nossa mesa.
- Quem é o garoto com quem você estava conversando? - perguntou Emma, assim que eu sentei ao seu lado.
- O nome dele é Clark e parece que ele está afim de você, Kimberlly. - ri, debochando dela - Ele me perguntou de você.
- Ele é lindo! - Disse Emma, cutucando Kimberlly sem braço.
- E parece ser bem legal. - Completei - Vai lá falar com ele.
- Nem vem, se ele quiser que venha. - Kim respondeu, franzindo as sobrancelhas.
- E o feminismo? Ficou a onde amiga? - rimos todas juntas.
- Olivia, meu bem. Eu não conheço o cara ele é quem está afim de mim. Se ele me quiser, ele que venha.
- Eu não te aguento, sabia? - Emma falava, incrédula - Queria eu ser parecida com você. Se um cara bonito igual aquele fica afim de mim, eu automaticamente me torno a pessoa mais fácil do universo.
- Também não é pra tanto, Emma - Disse, tomando um gole do meu chá.
- Ah !! E quem é você pra falar isso, Olivia? - Agora Emma se dirigia a mim - Pelo que eu soube você e minha irmã se conheceram em um dia, no outro já estavam na sua cama. É ou não é?
- Está bem! Você me pegou nessa. Não está mais aqui quem falou, Emma. - respondi, envergonhada. - Da próxima eu dou total razão a você.
- Aaaah muito obrigada.
Ficamos ali rindo e nos divertindo por horas até eu sentir meu celular vibrando no bolso da minha calça. Ao pega-lo meu coração se estremeceu. Eu fiquei gelada. Era Rayn.
E não sei por que mais senti que algo não estaria certo naquela ligação. Eu suspirei de preocupação, parecia que o mundo todo iria desabar naquele momento:
- O que foi! - Kimberlly me conhecia tanto que já sabia que algo estava errado apenas por reparar na minha respiração.
- É o Rayn - respondi, olhando para a tela do celular.
- Pode ser sua chance, Liv! - ela disse, me encarando.
- Kimberlly tem razão, pode ser sua chance de acabar com tudo isso agora.
A cada segundo que meu celular vibrava, uma gota de suor escorria pela minha nuca. A visão já estava ficando turva. Eu estava totalmente e completamente apavorada naquele momento, até que a ligação caiu.
Passou apenas segundos quando o celular vibrou novamente com uma mensagem dele:
"Precisamos conversar, urgente"
- Ele quer conversar comigo - Disse, olhando para Kim e Emma.
- Então vá falar com ele. - Emma respondeu. - Simples assim.
