Capítulo 5 - Faça as tuas escolhas

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- É essa coisa de culpa que me trava as vezes, fico parecendo uma idiota. – Disse, deitando a minha cabeça para trás, encostando a nuca no sofá.

- Eu sei como é, por anos eu fui assim, também. Mas não faz bem pegar a culpa assim. Você foi atrás dela, ligou, foi até Orlando e mesmo assim ela escolheu te deixar para seguir o sonho dela.

- É, eu tentei o máximo que deu. – Concordei. Realmente, eu quase tinha passado dos limites com a Rebeca.

- Mas mudando de assunto, porém nem tanto, achei que assim que você estivesse desimpedida a Alice seria sua primeira opção. E aí de repente você me aparece aqui me mostrando uma garota ruiva. O que rolou? – Kimberlly perguntou, com um risinho no rosto.

- A Alice estava lá na porta do meu apartamento quando as flores da Megan chegaram, ela acabou vendo o cartão e...

- E?

- Me deu o fora. – Conclui. – Ainda saiu dizendo que odiava ser apaixonada por mim.

- Então ela confessou!

- Era meio óbvio, Kimberlly. – Disse, olhando para o teto. – Você sabe disso.

- Você e esse seu pacto com Afrodite. – Ela brincou – Eu já te disse, minha vó tem a cura pra isso.

- Do que você está falando? – Perguntei, olhando para ela, agora.

- Ah, o que? Você não sabe? Todo mundo que se aproxima de você, acaba atraída ou apaixonada. É um fato. Eu escapei porque sei de todos os seus defeitos e já te vi dormindo de boca aberta, roncando e bêbada.

- Você não sabe falar sério nem por um segundo? – Eu a olhava, achando aquela brincadeira super sem graça.

- Ah você quer que eu fale sério? Então vamos falar sério. – Kimberlly disse retirando o seu celular do bolso da calça, ela digitou nele por alguns segundos até que alguém atendeu:

- Alice? Como vai? É a Kimberlly – Pulei do sofá enquanto ela dizia o nome ALICE. Fiquei desesperada e com as mãos trêmulas. Eu fazia mimica para que ela desligasse a ligação, mas Kimberlly me ignorava, apenas colocou a ligação na viva voz para me torturar ainda mais:

- Kimberlly Parker? - Disse Alice, meio desconfiada.

- Isso! Sou eu, como você está?

- Isso é alguma tentativa da Olivia em conseguir alguma coisa? - Alice mandou de supetão.

- Então gata, acho que vocês precisam se acertar, eu curto você, mas tu tá empatando a foda da minha amiga. Tá com tempo? Ela está aqui do lado.

- Claro, passa pra ela!

- Oi, Alice! É a Olivia - Disse, com uma cara de cu olhando para a Kimberlly.

- É assim que você tenta falar comigo agora? Eu moro no mesmo prédio que você!

- Não... na verdade, eu vim aqui na Kimberlly para desabafar e você a conhece e o jeito a qual ela resolve as coisas. Não foi eu quem pedi para te ligar. Me desculpe. – Kimberlly me olhava, revirando os olhos.

- Tudo bem, Olivia... – Houve um silencio.

- Eu quero conversar com você, tem algumas coisas que eu gostaria de te contar.

- Sinceramente, eu não tenho nada pra falar com você. Então não vejo sentido nessa conversa.

- Tudo bem, não vou forçar você a falar comigo.

- Então ótimo. A gente se vê por aí.

- Até mais, Alice. – Disse, desligando o celular. Respirei fundo e entreguei o aparelho para Kimberlly que apenas me olhava, maneando a cabeça.

- É... as coisas estão piores do que eu pensei. – Ela comentou.

- Eu sei todas as vezes eu errei e fui grossa com ela. Não vou insistir. Ela não merece isso. – Conclui. Kim apenas concordou e mudamos de assunto novamente. Passamos a tarde comendo pizza e vendo Seinfeld na tv a cabo. Estar na companhia da minha melhor amiga era a melhor parte do meu dia. Já que Kim era uma comédia em pessoa, além de ser excêntrica, ela sabia exatamente o que fazer para me alegrar e aquilo era incrível demais:

- Já são 6 horas da tarde! – Ela disse, olhando para o celular.

- Nossa, a hora passou super rápida. Nem notei.

- Eu tenho que ir lá ver o meu primo.

- Dion está com quantos anos?

- Olivia, sabe que eu não sei? – Kimberlly disse rindo. – Eu sou péssima em noção de tempo.

- Na época que ele vinha passar as férias de verão na sua casa, a gente deveria ter uns treze anos e ele chorava porque nós duas prendia ele no sótão do seu pai.

- Era engraçado fazer isso, ele chorava a beça.

- Ele deveria ter uns 11 anos naquela época, ele não é tão mais novo que a gente. – Conclui.

- Deve ser isso aí mesmo. Mas e aí, tá afim de ir até lá comigo?

- Você está me chamando só pra economizar com o uber, não é? – Perguntei, arqueando a sobrancelha em um tom de retórica. – Quando você vai comprar um carro, hein?

- Quando você deixar de ser uma riquinha mimada, que tal?

- idiota!

- Você vai ou não?

- Claro, eu adoro a sua tia, vou sim. 

- Ótimo, eu amo quando você vai nas reuniões de família. Ninguém nota que eu tenho uma tatuagem nova ou um piercing novo. - Kimberlly brincou. - Eu só vou me trocar e já vamos, ok? 

- Eu te espero. 

Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora