Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )

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Ao acordar uma música invade os meu ouvidos, bem baixa mais ainda sim, inconfundível. Meu despertador me levou sem querer para algo muito nostálgico. Um sentimento bom, uma lembrança ótima, porém, um tanto dolorosa. 

Aquela música foi a primeira que eu tinha aprendido a tocar com o meu irmão, então, certamente, aquela música me lembrava muito a época a qual éramos crianças e só nos preocupávamos em tocar e nos divertir.

Bryan tinha sido minha vida por muitos anos, éramos aqueles tipos de gêmeos inseparáveis, até ele se encher disso e decidir viajar sozinho por ai. Ele me dizia que deveríamos nos sentir únicos e que não estávamos sendo. De alguma forma ele estava certo... 

 A vida era muito melhor quando ela era simples, sem grandes problemas. Mas um dia, a gente cresce e não há nada que possamos fazer.

Me tirando de meu pensamento matinal, Kimberlly bateu na porta e a abriu lentamente em seguida. Me olhando por uma fresta.

- Entra. - Eu disse assim que a vi.

- Bom dia, como você está?

- Com dor, eu diria. Parece que eu bebi muito ontem.

- A gente notou que você foi embora sem nos dizer nada. Aconteceu alguma coisa? - Kimberlly perguntou, entrando de vez no meu quarto. Ela parecia realmente preocupada.

Eu a olhei sem tentar esconder muito o que estava acontecendo. Logo suspirei fundo e ela soube na hora que não viria coisa boa a seguir:

- Quase beijei a Alice ontem. Me senti muito mal por isso e pedi para que ela me trouxesse para casa. Não quero magoar a Rebeca mas não posso negar que a Alice vem mexendo comigo.

- Posso me sentar? - Perguntou Kimberlly, apontando para a cama.

- Claro. - Respondi.

- Olha, eu não sou a melhor pessoa do mundo para dar conselhos. Mas eu acho que você deveria ser sincera com a Rebeca. Dizer o que sente.

- Em relação a que, Kimberlly?

- Em relação a tudo, Liv. Você não pode esconder dela um sentimento. Você não é assim, essa pessoa que traí e machuca. Por mais que você tenha medo de magoa-la, você não pode decidir por ela o que ela quer ou não ouvir.

- Eu sei.

- Você precisa ser sincera. - Kimberlly enfatizou.

- A verdade é que eu estou muito confusa. Só de ver a Alice eu me tremo toda. Mas a Rebeca... O meu amor por ela é muito grande. Por tudo o que conquistamos.

- Liv, não é errado ter sentimentos por duas pessoas ao mesmo tempo. Mas desde que elas saibam disso. - Kimberlly era enfática, ela não estava errada mas o medo e a confusão em minha cabeça era demais. Eu precisava pensar em tudo 

- Obrigada pelos conselhos, eu agradeço de coração. O que mais me doía nisso tudo era me martirizar por um sentimento que eu não tenho controle nenhum... Eu vou pensar muito bem no que você disse... Eu prometo.

- Eu estou do seu lado pro que der e vier mas você precisa estar feliz... e certa. Tá ok? Bom, eu vou para casa, só passei para ver como estava... Se precisar de alguma coisa, me avise. Ok? É só me ligar.

- Eu estou me sentindo indisposta, vou ficar na cama hoje. Qualquer coisa eu te ligo se eu for fazer algo em casa. - Respondi, me esticado para dar um beijo na bochecha de minha amiga.

- Você está cheirando á álcool! Tome um banho, pelo o amor de Deus. Em fim, tô indo... Tchau, Liv. - Kimberlly se levantou e foi embora. Continuei deitada em minha cama, me sentindo cada vez mais péssima. Nada pior do que aquele sentimento que esmaga o seu coração... Aquele sentimento de que você está fazendo algo de errado... Mas ao mesmo tempo, de que não está.

Sem obedecer a ordem de Kim sobre tomar um banho, voltei a dormir. Não foi tão difícil me desligar, na verdade... foi fácil demais.  

Acordei e logo senti uma dor de cabeça horrível. Era a mesma dor que eu tinha sempre do lado esquerdo, acima da orelha, mas mesmo assim, a dor não me incomodava tanto, não a ponto de eu me levantar da cama e ir ao médico. Não mesmo!