Capítulo 4

207 16 9
                                    

            Aurora acordou assustada coberta de neve

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

            Aurora acordou assustada coberta de neve. Levantou bem devagar para que seu corpo não doesse mais do que já doía, olhou em volta pode perceber que desmaiou no meio da neve. Suspirou de alivio por ter desmaiado em seu território e não fora dele.

            Vendo a neve seca manchada de sangue pode concluir sem dúvidas que ela tinha passado muito do limite que seu corpo aguentava. Jogou a cabeça para trás permitindo que o capuz caísse de sua cabeça, olhando para o céu lamentou não ter mais estrutura para uma luta corporal.

            — Eles eram uns idiotas — disse ao se lembrar de como os Telmarinos eram péssimos em luta corporal.

            Ficou de pé ajeitando a roupa com cuidado, não tinha ideia de quanto tempo tinha dormido, mas sabia que os narnianos poderiam estar atrás dela para a usar como fizeram. Olhou para trás com todo ódio que sentia por cada um deles, o arrependimento de os ter ajudado na luta contra os Telmarinos era grande, mas, seu maior arrependimento era não ter matado todos.

            — Ainda tiveram a capacidade de atirar em mim — disse em voz alta apenas para si indignada.

            Virou as costas deixando para trás qualquer possibilidade voltar novamente naquele lugar. Caminhava com dificuldade pela neve de volta para casa, porém, seus pés a levaram por outro caminho. No momento em que acordou de seus próprios pensamentos se viu diante dos "túmulos" de seus pais.

            "Raive Haldir

            Grande Rainha e mãe"

            "Heitor Haldir

            Rei sábio e excelente pai"

            Aurora não pode evitar as lágrimas. Ver as lápides que fez para eles mexeu com tudo oque ela pensou estar perdido a muito tempo. Sentou de frente para os túmulos e abraçou as próprias pernas, se sentia perdida e mesmo que não tivesse nem um corpo apenas uma lapide, sentia eles ali com ela, como se apenas sua presença fosse o suficiente.

            — Eu não sei se consigo mais...

            Acabou admitindo o que tanto temeu admitir. Passou anos dizendo para si mesma que ela conseguiria viver e lutar até o fim, que acharia outros sobreviventes, contudo, ela já não aguentava mais, tinham se passado 9 anos de procura e ilusões. Aurora estava cansada, de ter esperanças, pensar que poderia encontrar alguém, de sonhar em ter um lar novamente e estava ainda mais cansada de mentiras.

            Todo santo dia ela mentia para si mesma, dizia que conseguiria, que podia continuar, mas a verdade era que ela não tinha mais estrutura para aguentar.

            — Eu preciso de vocês — sua voz sussurrou entre soluços. — Não aguento mais... eu desisto... — olhou para o céu se permitindo chorar novamente em 8 anos. — Sabe, hoje eu vi um garoto, ele é muito lindo só que ele me fez escutar uma melodia — disse melancólica. — A melodia dele de fez lembrar da sensação segurança, de um lar, me fez ter esperanças que eu voltaria a ter um lar — olhou as lapides. —, mas sabemos da verdade, lar não passa de uma ilusão. Já não tenho nada, perdi tudo naquele dia e prometi a mim mesma a muito tempo que não voltaria mais a chorar — sorriu com tristeza. —, mas olha eu aqui de novo chorando igual uma idiota!

            Riu alto, porém, não deu dois segundos e sua risada se transformou em choro. Encolhida abraçando as próprias pernas deixou tudo que a tanto tempo a sufocava sair. Não ligava mais se ouviriam seus soluços, só queria se livrar de toda dor, queria fazer tudo aquilo parar.

            Sem nem perceber acabou adormecendo encolhida no meio da neve abraçada as pernas como se elas fossem seu bote salva-vidas.

            Aurora se encontrava olhando um jardim bem florido apoiada no para peito da janela, sorriu ao sentir uma brisa baterem seu rosto, fechou os olhos para apreciá-la. Sentiu alguém abraçar sua cintura por trás e um singelo beijo ser depositado em seu pescoço.

            — Você fica linda com minha camisa — soltou uma risada se apoiando mais na pessoa atrás dela.

            — Melhor que você, meu senhor? — tirou sarro.

            — Muito melhor... — sentiu os pelos de seu corpo se arrepiarem ao notar o tom de desejo na voz dele.

            — Bom — se virou para ele. —, acho que devemos resolver esse problema de outra forma. — sussurrou alternando o olhar entre seus lábios e seus olhos azuis.

            — Amo você de todos os jeitos, mas eu prefiro você — seu coque foi desfeito deixando seus cabale-los caírem em ondas. — assim... — ele foi entrando de volta para o quarto a levando junto enquanto abria os botões de sua camisa. — ainda mais assim. — ele sussurrou em seu ouvido deixando claro seu desejo.

            Aurora não se conteve mais, o beijou com todo o desejo que sentia. Se encontrava molhada entre as pernas e latejando de desejo. Queria ele mais do que nunca.

            — Eu te amo — confessou novamente entre os beijos.

            Foi deitada delicadamente na cama com ele por cima a encarando com muito carinho e desejo. Mesmo que ela não falasse sempre isso tinha consciência de como era importante para ele ouvir isso.

            Se sentia a mulher mais realizada do mundo por o ter a olhando do jeito que a olhava.

            — Eu te amo com toda minha alma — disse emocionado.

            Ele a beijou mais uma vez mais intensamente que antes, como se fosse a primeira vez.

            Aurora acordou com o canto de um pássaro. Passou a mão no rosto para assim limpar qualquer resquício de lágrima. Levantou observando as lápides em sua frente.

            — Eu prometo que nunca mais cometeria o erro que cometi antes — apoiou os dedos um em cima do outro com uma palma vira para cima e a outra para baixo. —, nunca mais iriei confiar em alguém. — Levantou a mão esquerda para cima ao lado de seu rosto finalizando o juramento élfico.

            Virou as costas e saiu o mais rápido possível dali, não se permitiria chorar novamente por ninguém.

            Após algumas horas de caminhada pode avistar sua pequena cabana ao longe. Se lembrava muito bem que demorou 3 longos meses para construir a pequena casa de madeira com uma varanda onde cabia apenas um banquinho com espaço suficiente para uma pessoa andar, um pequeno telhado protegia a porta de entrada impedindo a neve de acumular na entrada, uma escada de nove degraus e duas pequenas janelas, uma na frente e outra na lateral.

           Subindo as escadas Aurora pode perceber como a madeira tinha envelhecido durante o tempo, um pequeno sorriso de canto surgiu em seus lábios ao lembrar que cada ferimento, desmeio e sengue derramado valeu a pena para construir a cabana.

            Abriu e fechou a porta rapidamente. Verificou as pedras rúnicas na janela conferindo se elas estavam funcionando, foi para o lado de fora fazer a ultima checagem constatando que sua ilusão de um ambiente abandonado sem vida era o que realmente tinha lá dentro. Voltou para dentro se jogando na cama, três minutos olhando para o teto foi o suficiente para ficar no tedio, levantou decidida a fazer algo que prestasse. Ler.

            Pegou o livro que por mais que ela já o tivesse lido trilhões de vezes nunca enjoava, porém, seu conteúdo era bem erótico o que sempre atiçava sua imaginação sempre acabando sonhando com os personagens numa nova história, o problema era que nunca conseguiu tirar a sacanagem de seus sonhos. Um sorriso sacana surgiu em rosto enquanto se ajeitava na cama para o ler.

A Última ElfaOnde histórias criam vida. Descubra agora