Capítulo 23 - Consequências da fama 하늘

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   Eu não fazia ideia de que a fama às vezes parecia uma penitência

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   Eu não fazia ideia de que a fama às vezes parecia uma penitência. Olhava aqueles famosos sendo assediados e pensava: essas pessoas escolheram esta vida, por que o assédio incomoda? Britney Spears que o diga, a coitadinha foi explorada até a última gota de sanidade. Agora, com os fotógrafos e diversas pessoas anônimas gritando e segurando cartazes na entrada do Luxury, percebo que nem sempre é tão fácil assim. A mesma fama que presenteia com dinheiro, mimos e regalias, é aquela que pode lhe tirar tudo, principalmente a privacidade. É o que tento pensar antes de ser bombado pela novidade de Yuna.

— Como assim, os pais da Camille acolheram a nossa família quando eles vieram da Coreia? — passo as mãos no cabelo espesso e suspiro pausadamente, tentando não surtar de vez.

— Nossa honra, Hanuel, sempre esteve acima de qualquer coisa para nossos pais. — Ela diz cansada, observando Amber brincar com Moon em minha cama grande. — Me perdoe pela sua surpresinha. Iseul ameaçou tirar a Moon de nós, caso eu a impedisse de ver você e a pequena. Não sei o que ela quer, mas não parece nada bom — diz num sussurro, espiando se a mãe da minha filha presta atenção na conversa.

— Sem problemas, sei que uma hora ou outra este karma iria ressurgir. Mas me explique melhor sobre a família Campbell, eu preciso entender isso. Minha mente não processa nada. Espero que essa fama de imediatismo passe logo. Não sou influencer, não tenho nada para acrescentar na vida dessas pessoas. De verdade, Yuna. Saudades de quando a minha vida era calma e me permitia assistir meus dramas coreanos de ação em paz! — resmungo fazendo uma expressão estranha que Yuna repudia com uma gargalhada.

— Como você é mentiroso, Haneul! Seus dramas favoritos são os de comédia romântica! Já te peguei morrendo de rir ao assistir My Secret Romance! — contesta rindo alto, enquanto Iseul nos ignora e brinca com Moon que alguns minutos depois, vem até o meu colo — O papai te ama muito, meu cristalzinho, nunca se esqueça disso — brinco com a franja meiga na testa da minha pequena Moon e ela sorri com as bochechas coradas.

— O papo sobre essa garota está me incomodando, vou levar a minha filha para o outro cômodo. Quer assistir comigo, Moon? — Amber aparece e a minha coreaninha parece hesitar. Yuna me repreende com o olhar e deixo-as ir para a sala de estar com uma TV enorme.

— Não quero essa mulher na minha vida, na vida da minha família — protesto, jogando a cabeça para trás, em seguida indo me acomodar na cama enorme. Os seguranças se dispersam e alguns ficam na porta. Yuna e eu estamos sozinhos e prontos para colocar o papo em dia.

— Se não quisesse ela na sua vida, não teria engravidado a sua ex-namorada problemática. Iseul é o menor dos nossos problemas. Me deixe terminar sobre a família Campbell — Yuna suspirou irritada e depois retoma o que estava dizendo: — Quando o appa e a omma chegaram nesta cidade de merda, eles não sabiam falar outro idioma além do nosso. Os patrões não se importavam com isso, na verdade, era vantajoso porque eles não podiam denunciar as explorações. Somente uma patroa se importou o bastante com a mamãe, foi a mãe da Camille. Carla Campbell se dispôs a ajudar nossa omma a aprender a sua cultura ocidental e a mamãe repassou seus costumes orientais. Por isso a Camille é tão inserida nessa cultura, porque a matriarca Campbell incentivou. Nós assistimos aos dramas juntas, quando era permitido visitar a família dela.

— Como você pode ter tanta certeza disso? A Camille não pode ser aquela rebelde de cabelo rosa neon e tatuagens temporárias — fico surpreso e suspiro fundo, indo ao frigobar ao lado da cama, pegando uma soju para Yuna e outra para mim. — Esse tempo todo invisível para esta família e no final das contas, descobrimos que essa ligação era mais duradoura do que eu imaginava. Que porra! Por isso o appa me deu esse endereço semanas antes de falecer. Ele disse que este viúvo solitário não iria abandonar nossa família quando eu precisasse um dia.

— Eu nem imaginava isso, irmão. Sequer passou pela minha cabeça — ela bebe a soju e parece se perder no gosto da bebida, quase que organizando bem as palavras. — Naquele episódio em que a Camille perdeu as pulseiras, alguns haters foram bisbilhotar o passado dela. Este passado que a blogueira escondeu bem, não poderia vir à tona. Quando a sua equipe de marketing, sim, agora você tem uma — Yuna sorri quando franzi o cenho mas não se abala em sua narrativa — Quando a sua equipe me mandou a fofoca sobre a antiga Camille, eu fiquei sem chão. Esse tempo todo, novamente, a família da Campbell nos ajudou. Quando você ficou na merda devendo para aqueles agiotas, esse seu emprego nos salvou, Haneul. Me sinto inútil pelo meu problema idiota no coração não me permitir mais trabalhar. Mas eu juro que vou te apoiar em tudo e dar meu sangue para que possamos usar cada gota dessa fama que você não almejava.

— Não sei se quero isso, Yuna. Apesar de não ter escolhas, posso apenas fingir que não existo e deixar que as coisas se acalmem. Tipo uma celebridade indo para a reabilitação. “Para onde foi Haneul Jeong, a estrela que sumiu tão rápido quanto surgiu?” — gargalho e Yuna me dá um tapa no braço — Estou com a cabeça quente para ter empatia ou até mesmo gratidão. Mas vou pensar nisso, avaliar nossas opções com cuidado. Só não sei o que fazer com essa gente toda. Minha nossa! — suspiro exausto e fito o teto com um lindo lustre, tão caro quanto meu salário anual. Isso era um sonho? Só quero acordar pobre e endividado de novo. Quer dizer, pode ser sem as dívidas também, quem sabe...

— A única coisa que eu sei é que você precisa descansar, Haneul, Ainda teremos um longo caminho pela frente, sair do hotel amanhã vai ser o nosso maior desafio. — Yuna suspira fundo e larga a cerveja quando Moon se aproxima e nos abraça. Estava com tanta saudades da minha pequena, sequer sei quando poderei levá-la ao parque sem ser incomodado.

— Estou indo para o meu quarto. Precisamos conversar depois, Haneul. Nem pense em fugir daqui com a minha Moon — Amber sorri para nossa filha que não entende a ameaça velada dela. — Boa noite para vocês. Boa noite, filhinha. — Elas se despedem com um abraço e eu apenas me sinto perdido e esgotado, sem saber o que fazer a partir de agora.

— Boa noite, Amber — digo somente por educação e a vejo sair sem ser seguida pelos seguranças. Sorrio de modo forçado ao ver que Moon me observava. Ela pula em meu colo e faço cócegas na minha pequena que não economiza risadinhas.

Algum tempo depois, estou mais realista, cansado e fodido, Moon dorme abraçada com Yuna e eu apenas fico feliz por vê-las bem. Vejo que os seguranças parecem distraídos com algum dorama de ação de um mafioso e quase torço o nariz ao ver que o hotel se adaptou aos nossos gostos. Que profissionais esses caras, assistindo aos doramas no meu quarto! Enfim, esta é minha deixa para dar uma voltinha e ir ao ponto de paz deste prédio luxuoso que parece tão pequeno agora. Cara, estou completamente perdido...

Subo as escadas de forma discreta e evito transitar pelos corredores, apreciando o silêncio e a paz que parece duradoura, mas isso jamais iria acontecer. Paz é a última coisa que vou ter agora. Vejo as luzes e os prédios se misturarem às poucas estrelas que podem ser vistas da cidade e apenas fico pensativo na cobertura com fios e equipamentos diversos. Já trabalhei uma diária neste prédio limpando o chão para os ricos e agora estou em um dos quartos mais luxuosos. Esse mundo é louco mesmo...

Estava na hora de enfrentar as consequências de ter transado com a filha do meu chefe, e além disso, a mãe da Camille tinha salvado a minha omma de uma tentativa de suicídio pelas agressões do meu pai. Mas, é claro que Yuna não sabia disso, por essa razão preciso voltar àquela mansão e para a vida daquelas pessoas. Precisava resolver as pendências novamente e mudar de vida, deixar o passado para trás e seguir em frente. Mesmo que meu coração idiota e apaixonado não me permita parar de pensar em Camille Campbell, a patricinha mimada que fodeu o meu coração e a minha vida. 

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